5 de fevereiro de 2014

Quem é você, Alasca?

[ótimo]

Eu recomendo: Quem é você, Alasca?
Autor: John Green
Editora: WMF Martins Fontes

Sinopse:
Miles Halter não tem amigos, leva uma vida sem graça, ele coleciona últimas palavras – palavras que pessoas disseram antes de morrer. Diante dessa vida nada espetacular, ele decide sair de casa em busca do seu “Grande Talvez”, e acredita que poderá encontrá-lo em Culver Creek, o mesmo colégio que seu pai estudou. Lá ele faz seu primeiro amigo, que é seu colega de quarto, o Coronel. Ele o ensina a beber, a fumar, o apresenta a outras pessoas, entre elas Alasca. Alasca é problemática, divertida, mas reclamona, que adora flertar, mas sempre afirma amar seu namorado. Miles está apaixonado por ela, mas sabe que eles não vão ficar juntos. Apesar disso, tudo parece estar indo bem, até que um evento acontece, separando a vida de antes da vida depois. 

Meu cantinho:
Vou começar falando da parte estética do livro. A minha capa não é da primeira edição lançada no Brasil como vocês podem ver, mas achei ela muito mais bonita e conectada com o livro. Apenas no verso tem um coração rodeado por espinhos com labaredas (estilo tatuagem) que eu achei meio sem sentido, mas fora isso todos os elementos são muito bem conectados (mesmo que leve um tempo de leitura para você conectar tudo). Acho muito bacana as frases na frente porque define bem nosso personagem Miles, que conquista seu primeiro amigo, que tem sua primeira namorada, assim como seu primeiro amor (garotas diferentes) e que coleciona últimas palavras. Isso é meio estranho, saber as últimas palavras de pessoas que já morreram, mas falo sobre isso mais para frente. Apesar dessa capa bacana tenho uma crítica que é o efeito fosco, esse livro tem aquele tipo de capa que se você encosta ele fica marcado de dedos. É o mesmo tipo de capa da série Insaciável da Meg Cabot. Me dá muita agonia porque o livro parece estar constantemente sujo, não gosta desse efeito/textura/material de capa. 
Quando comecei a ler o livro foi uma tortura, a fonte é extremamente miúda e algumas das páginas estavam com a impressão mais fraca, o que dificultou ainda mais leitura. Isso me desestimulou um pouco, e se esse não fosse um livro do John Green eu provavelmente teria deixado-o de lado por um tempo. Mas felizmente continuei a leitura e me deparei com outro trabalho magnífico do autor. O livro é dividido em antes e depois, não sabemos em relação a que evento é feita essa referência, mas cada trecho é contanto como “tantos dias antes”. Nesse ponto faço uma referência de que houve um erro justo na primeira contagem, fiquei confusa, achando que os dias estariam foram de ordem, mas eles seguem uma ordem cronológica e foi apenas um erro de revisão da editora.
O livro é narrado por Miles Halter, um menino sem amigos, que coleciona últimas palavras, que como eu disse anteriormente é algo muito estranho. Ele gosta de ler bibliografias e descobrir o que cada pessoa disse antes de morrer, e tem uma memória muito boa para isso. Miles vive uma vida pacata e sem graça, então ele decide ir atrás do que ele nomeia como seu “Grande Talvez”, para isso ele se muda para Culver Creek, o mesmo colégio que o pai estudou. No novo colégio ele faz seu primeiro amigo, Coronel, com quem ele divide o quarto. A princípio ele não é o tipo de cara que eu gosto, ele bebe, fuma, é um pouco mandão, com certo ar de superioridade. Acontece que quando conhecemos melhor sua história, não tem como não se encantar por ele. Coronel está no colégio porque tem bolsa integral, e apesar de parecer ser meio relaxado é muito inteligente, ele quer ter dinheiro para um dia poder dar uma casa para a mãe que mora em um trailer. Ele também tem um forte senso de lealdade e um humor incrível. Eu confesso que quando ele vai torcer para o time do colégio eu não consegui não rir! Várias cenas no livro são engraçadas, é um dos principais pontos positivos na parte do “antes”. Apesar de tudo Coronel não é a melhor influência do mundo, já que acaba levando Miles a beber e a fumar. Também é ele que apresenta Alasca a Miles. 
Alasca não é o tipo de garota que eu gosto, ela me lembrou a protagonista de Cidades de Papel (que eu li ano passado e ainda não resenhei aqui), o tipo de menina problemática, bipolar. Alasca é do tipo expansiva, mas que esconde segredos. Que fala de coisas depressivas, que fala de morte, mas que ao mesmo tempo quer viver tudo intensamente e está sempre fazendo piadainha de tudo. Ela fuma muito, bebe muito e fala com muita liberdade sobre sexo e assuntos mais íntimos. Me pareceu que ela alimenta muitas esperanças em Miles apenas para logo em seguida falar do namorado. O único momento em que ela ganharia pontos comigo, que é quando ela fala que gosta de ler e que está montando sua biblioteca pessoal, logo sou decepcionada porque na realidade ela não leu a maioria dos livros e ainda fala que só vai poder lê-los quando for “velha e chata”.
Miles vai convivendo com eles, estudando, discutindo questões mais filosóficas na aula de religião (que é uma parte muito interessante do livro), bebendo, fumando, praticando trotes, arrumando uma namorada (que não é Alasca). Os dias antes estão acabando e eu não estava completamente conquista pelo livro, principalmente por conta da presença de Alasca. Mesmo quando ela revela coisas sobre si que nos fazem entende-la melhor, ainda assim não simpatizei completamente com ela. Eu continuei lendo querendo saber o que seria esse evento que marcaria o depois, achei que seria algo bobo, o grande trote que eles estavam planejando, mas o livro me surpreendeu muito e o evento marcante é... marcante. O depois foi maravilhoso, eu encontrei lá o John Green que me conquistou com A culpa é das estrelas. Há discussões, tristeza, investigações, mistérios e principalmente reflexões maravilhosas e sentimentos verdadeiros. Eu não posso dar muito detalhes sobre o que acontece no depois, caso contrário revelaria spoilers, mas posso dizer que esse final compensou tudo que me desagradou no antes.

Volume único.

Um comentário:

  1. Eu confesso que não tenho muita vontade de ler esse livro, mesmo com tanta gente que é bom, mas eu adorei a sua resenha, é ótimo quando um livro toca tanto a gente assim :D

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br/ (ex Hangover at 16)

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