De Bagdá com muito amor

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[muito bom]

Eu recomendo: De Bagdá com muito amor

Autores: Jay Kopelman e Melinda Roth

Editora: BestSeller

Sinopse:

O tenente-coronel Jay Kopelman está no Iraque, ele vê coisas horríveis todos os dias, ele tem que enfrentar enormes perigos, ele tem que treinar iraquianos, ele foi treinado para matar outros seres humanos quando necessário. A vida não tem sido fácil, cada ruído, cada pequeno som deixa o tenente alerta, por isso, ao revistar uma casa abandonada e ao ouvir aquele estranho “tec, tec” ele tem certeza que há um homem-bomba na casa, ou um atirador, mas o que ele encontra é um filhote de cachorro, um tanto desastrado, mas muito fofo e valente. O regulamente diz claramente que animais não são permitidos, mas Lava (como foi chamado) conquista a todos rapidamente e os soldados acabam permitindo que ele fique no posto de comando. A guerra segue seu curso, afetando tantos os humanos quanto os animais, a guerra destrói a todos, e quando cães vadios começam a comer cadáveres na rua uma ordem de extermínio é dada. O tenente se vê em uma luta para tentar salvar Lava e enviá-lo aos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que a situação parece desesperadora ele encontra apoio e esperança em pessoas tão afetas pelas atrocidades da guerra, muitas vezes de pessoas e lugares inesperados.

Meu cantinho:

Da minha pilha de livros recém-comprados De Bagdá com muito amor foi o primeiro que eu peguei, estava louca para ler a história desse cachorro e não me decepcionei. Acabei de ler ele e estou aqui escrevendo para vocês. Vocês podem estar pensando o que esse livro tem de especial, afinal, depois de Marley e eu ouvem um “boom” de livros contando história de animais, e o que teria de especial nessa história? Bem, tudo é muito especial nela. A vida que o tenente leva, sair, treinar, matar, a passividade com que ele leva essa vida, sem parar de fato para pensar, agir no automático no meio da guerra, estar preparado para atirar, para aniquilar, para sobreviver. No meio de tanta destruição ele encontra um cachorrinho, um filhote fofinho, que deveria ser exterminado segundo as regras, mas que ninguém consegue de fato fazer, então os soldados percebem que há um limite e Lava fica ao lado desses soldados que cuidam dele, e em troca ela traz uma certa esperança ou até mesmo uma humanidade no meio do caos que eles enfrentam.

As monstruosidades da guerra são indescritíveis, o sofrimento do povo, as mortes, os tiroteios, as mentiras, o medo, os nervos, a crueldade, os ataques inesperados, os cães famintos comendo cadáveres, os filhotes abandonados nas ruas, os assassinatos de cães que haviam sido salvos por soldados, o uso de animais e pessoas com deficiência como carregadores de bombas. Uma realidade assustadora, que desestabiliza qualquer pessoa. Kopelman, eu acredito, sobreviveu em parte por conta de Lava e o cãozinho conseguiu deixar o Iraque graças a ele.

A história em si é muito bonita, o esforço de todos para salvar um cachorrinho no meio de uma terra devastada, uma guerra continua, é algo muito inspirador. Eu não dou as seis estrelas para esse livro por conta de outros detalhes. Primeiro a ordem cronológica, no começo do livro a maioria dos capítulos data do final do ano de 2004 e no meio é inserido alguns capítulos do ano de 2005, eu achei desnecessário e até certo ponto confuso esses capítulos fora de uma ordem cronológica já que todo o restante do livro respeita essa ordem. Ele traz nomes e fatos que farão sentido apenas no meio do livro e que, em minha opinião, deveriam ter sido abordados no momento em questão. Outro ponto são as fotos inseridas no meio do livro. Adorei as fotos, mas acho que elas deveriam ter sido colocadas no final do livro, não no meio, interrompendo a história e trazendo até certo ponto algumas revelações quanto ao final do livro. Apesar da história ser boa e eu me ver obrigada a em determinadas passagens a segurar as lágrimas, o texto é em alguns pontos superficiais, gostei muito e me vi procurando por mais detalhes que não encontrei. Apesar disso um livro muito bom, com uma história muito triste e bonita ao mesmo tempo, recomendo!

Volume único