14 de março de 2012

A abadia de Northanger

[muito bom]

Eu recomendo: A abadia de Northanger
Autora: Jane Austen
Editora: L&PM Pocket

Sinopse:
Catherine Morland, de dezessete anos é uma menina doce e ingênua, que vive no campo, que não tem vícios, mas não é tão prendada em certos ofícios, e não é tão bela quanto muitas outras, mas que também não é desagradável. Uma menina de coração puro que saí do seu pequeno vilarejo para passar uma temporada em Bath graças ao convite da sra. Allen, a mulher do sr. Allen donos de uma das propriedades mais valiosas do vilarejo, que precisa dessa viagem por conta de sua saúde. O inicio de sua estádia em Bath não se mostra uma das mais promissoras, apesar das festividades constantes, dos bailes, das lojas e das pessoas, do movimento que ela não encontra no lugar onde mora, é muito triste não ter quaisquer conhecidos além do sr. e sra. Allen. Tudo muda quando a sra. Allen encontra uma antiga conhecida, a sra. Thorpe, logo sua filha mais velha Isabella se torna a melhor amiga de Catherine e ela descobre que seu irmão James é amigo do irmão dela, John Thorpe. Temos o visível interesse de John em Catherine, mas essa está extremamente interessada no sr. Henry Tilney, um jovem que conheceu em um baile e que lhe tirou para dançar. Se aproximar desse jovem rapaz sem demonstrar seu óbvio interesse é muito difícil e ela busca logo fazer amizade com a irmã mais nova dele, a bela Elanor. Nesse meio tempo Catherine se vê envolvida em vários inconvenientes por parte do jovem John Thorpe e também num possível romance entre seu irmão James e Isabella.

Meu cantinho:
Primeiro: que saudades de postar aqui! Meu tempo tem sido consumido e pouco me sobra para desfrutar de um bom livro, mas assim que pude devorei esse livro e vim correndo postar a resenha para vocês.
Estava lendo esse livro e confesso que o começo da leitura foi um tanto quanto enfadonha, Jane Austen escreve livros de romances de época, a época em que viveu, e os acontecimentos no começo do livro são um tanto quanto parados, Catherine indo para Bath, olhando a paisagem, tendo conversas extremamente vazias com a sra. Allen, bailes onde não acontece nada (a não ser uma dança com o sr.Henry Tilney, mas que nos dias que se seguem não é encontrado em lugar nenhum). Confesso que a escrita desse livro me surpreendeu, a diferença entre esse livro e Orgulho e Preconceito, um dos meus livros preferidos dessa autora (mas que nunca resenhei aqui) é evidente. Achei a escrita muito dispersa em alguns pontos e um tanto quanto sem conexões em outros, as vezes a autora começa a discorrer sobre suas opiniões pessoais acerca de livros, de obras de romances e outras coisas, fugindo um pouco do ritmo da leitura. O enredo fica de fato interessante um pouco antes da metade do livro e justamente por conta de um dos piores personagens do livro. John Thorpe é um jovem irritante, tagarela, que mente sempre para parecer melhor, para ostentar conhecimento que não tem, para se vangloriar de situações diante da inocência de Catherine que não sabe que pessoas tão falsas podem existir. Mas a verdade é que o livro seguia de maneira bem monótona, e tudo correria de maneira bem tranquila e fluída se não fosse por ele, apesar de odiar suas atitudes, suas falas, sua arrogância, a verdade é que a estória fica mais movimentada devido as suas ações. No final do livro descobrimos que sua impertinência teve um papel fundamental no enredo que nem poderíamos imaginar.
Uma personagem que me irritou muito (além de John é claro) foi sua irmã Isabella. Sua falsidade era evidente desde o princípio, sua arrogância, suas tentativas de demonstrar indiferença a certas coisas, seu amor efusivo a uma pessoa que conheceu a tão pouco tempo, suas chantagens emocionais, suas ações que rapidamente contradiziam suas falas. Suas atitudes me irritavam muito e a inocência de Catherine, achando que ela era de fato sua amiga me despertava um enorme desespero! Senti muito raiva dela diante do rumo que seu relacionamento com James tomou (ele me parecia um rapaz muito bondoso e apaixonado) mas creio que ela de fato teve o que merecia!
Gostei muito de Henry Tilney, achei ele um homem muito respeitoso, inteligente e gentil. Confesso que esperava um pouco mais de sentimentos nesse romance, tanto por parte dele quanto por parte de Catherine. Sei que para a época não são admitidas determinadas coisas que hoje em dia são tão comuns, a verdade é que nos livros de Jane Austen não a toques, abraços ou beijos, tudo é muito recatado, o romance se dá através de conversas, visitas e danças em bailes, tudo muito casto. Mas confesso que o final, quando a autora descreve os sentimentos dos dois e Tilney discorre sobre como seus sentimentos por ela sugiram achei uma total falta de romantismo, e na própria heroína eu senti uma ausência de fortes emoções e sentimentos. Apesar disso gostei muito do desenrolar do livro e sempre esperava ansiosa pelo momento em que eles fossem ficar juntos.
Uma observação que podem me fazer para quem leu a resenha acima e reparou no nome do livro é que eu não cito a Abadia de Northanger, isso porque a abadia não é citada até depois da metade do livro, e só temos mais detalhes dessa abadia no perto do final do livro quando a personagem principal é convidada a passar uma temperada nesse local. A verdade é que achei o nome do livro um tanto quanto impróprio, um lugar que é pouco citado e que não é de fato tão importante quanto outros lugares, situações e personagens. Também queria fazer uma ressalva, muitas resenhas que eu li dão uma importância enorme a abadia, sobre um mistério de uma morte que poderia ter ocorrido nessa antiga construção, que lembra Catherine alguns dos romances que ele tanto ama ler. A verdade é que o mistério é em boa parte fruto do medo e da imaginação dela, isso fica claro desde o momento em que esse assunto surge no livro, por isso não esperem muitas revelações, espionagem ou grandes acontecimentos. Essas questões acerca da abadia não devem durar mais do que três capítulos e definitivamente não são o foco dessa estória.
Não é minha obra preferida da Austen, e não sei se recomendaria aos leitores que conhecessem seu trabalho por essa obra. Ela pode ser um tanto quanto enfadonha no começo e pode desencorajar as pessoas que busquem suas outras obras. O problema é que quem leu Razão e Sensibilidade e Orgulho e Preconceito percebem como nesse primeiro trabalho da autora era um tanto quanto inexperiente na sua escrita e que os livros não predem tanto a atenção quanto esses outros. Ainda assim é um livro que passado o começo evolui de maneira significativa e que merece ser conhecido por ser um dos primeiros trabalhos dessa autora que cresce em sua escrita de maneira tão genial.
PS: Sei que essa minha capa é horrível, mas essa versão pocket tem um valor muito mais em conta, e como sou compradora compulsiva qualquer dinheiro que economizo com um livro serve para comprar outro. Mas esse livro tem outras capas mais bonitas (um pouco mais caros) por isso não fiquem desestimulados por conta dela!

Volume único.

4 comentários:

  1. Eu gosto muito de Abadia de Northanger, não acho ele enfadonho e gosto mais dele do que de Razão e Sensibilidade. Também odeio o John e a Isabela, vontade de esganar aqueles dois, acho que Jane Austen estava muito inspirada quando criou personagens tão irritantes.

    ResponderExcluir
  2. Nossa, quantos livros a Jane escreveu? Achei que tinham sido uns poucos, mas sempre descubro mais títulos por aí.
    Acredita que ainda não li nada dela? Nossa, eu digo sempre que preciso resolver isso, mas não dá de comprar muita coisa ;/

    Já vou pensar bem antes de começar ler, para não começar por esse ;D

    Beijos

    ResponderExcluir
  3. Pois éeeeee todo mundo fala muito bem deste livro, dizem que é engraçado e o mais leva da Jane Austen e eu cada vez mais tenho vontade de ler ele....também quero saber porque este livro conquista tanta gente.

    Vanessa - Balaio

    ResponderExcluir
  4. eu adorei a resenha amiga, super diferente e Jane Austen é uma Das maiores Escritoras com Certeza.
    beijos

    ResponderExcluir