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[bom]
Eu
recomendo: 3096 dias
Autora: Natascha Kampusch
Editora: Verus
Sinopse:
Natascha é uma menina
normal, que começa a ter alguns problemas na família, os pais que sempre brigam
e acabam separando, as cobranças, ela acaba levando bronca por fazer xixi na
cama constantemente e para aliviar seus problemas ela começa a comer e se torna
uma menina gordinha. Ela passa muito tempo na frente na TV e vê casos de meninas
sendo sequestradas, mas acredita que isso nunca acontecerá com ela, pois não se
acha bonita e é uma menina tímida, que não chama atenção. Tudo muda quando
certo dia ela vai para escola sozinha pela primeira vez e um homem num furgão
branco sequestra Natascha. Ela passará os próximos anos vivendo todos os tipos
de abuso e agressões buscando sempre se libertar das amarras psicológicas que o
sequestrador lhe impôs para poder fugir de seu cativeiro.
Meu
cantinho:
Nesse livro Natascha
conta sua história, desde sua infância perturbada, que o sequestrador acaba
usando contra ela em seu tempo no cativeiro, até quando é sequestrada e todo o
horror que passar nas mãos de seu sequestrador até finalmente conseguir se
libertar. Apesar de revelar muitas coisas, Natascha não fala a respeito dos
abusos sexuais que sofreu, ela diz que pretende se resguardar nesse aspecto, e
quando fala sobre questões relacionadas ao seu corpo ou a intimidade são
pequenos detalhes como o fato do sequestrador passar algemas em seus braços
para dormir abraçada com ela, ou fazer ela usar poucas peças de roupas enquanto
faz faxina pela casa e ele ficava lhe observando.
Acredito que é um
livro muito difícil de ler, não apenas pelas coisas que ela passou, mas por ser
muito fácil julgar tudo o que ela viveu, suas ações, suas escolhas, sem de fato
ter vivido essa experiência traumática que ela viveu. Afinal, ela foi sequestrada
muito nova, por um homem chamado Wolfgang Priklopil, visivelmente perturbado,
não apenas por esse ato, mas pelas inúmeras atitudes anormais que Natascha
relata, e foi mantida em cativeiro durante 3096 dias sofrendo vários tipos de
abusos. Acontece que ela teve inúmeras oportunidades de fugir e de pedir ajuda,
já que depois de vários anos Wolfgang deixa que ela cuide do jardim, deixa a
porta da casa aberta, leva ela para passear, em farmácias ou outras lojas, ela
relata o medo em pedir ajuda, e das travas que ele construiu em sua mente, mas
o leitor sente uma angústia tão grande e é difícil compreender porque ela não
foge na primeira oportunidade que tem. Outra questão é o fato dela não
demonstrar ódio, agressividade, ou qualquer rancor de seu sequestrador. Ela fala
de sua rejeição diante do julgamento das pessoas, que acreditam que ela
desenvolveu síndrome de Estocolmo (quando a vítima acaba adquirindo certa “afeição”
pelo seu sequestrador), mas ela fala que teve que perdoar Wolfgang para
continuar seguindo em frente diante das torturas que lhe eram impostas, assim
como ele era sua única referência, a única pessoa com quem tinha contato,
segundo ela era ele quem lhe oferecia seu sustento, quem cuidava dela. Isso me
incomoda muito, ele abusava dela, lhe batia, deixava sem água, sem comida, sem
cuidados médicos, forçava ela a fazer inúmeros trabalhos, não deixava que
falasse de sua família, trocou seu nome, além de outras inúmeras privações, e
ela não o odeia porque ele era sua fonte de sustento e pela proximidade já que
ele era a única pessoa com quem ela tinha contato? Acho que ela precisa
entender que se ele não tivesse aparecido em sua vida, nada disso teria
acontecido, ela não dependeria dele, era teria conhecido outras pessoas, se
relacionado com outras pessoas de modo saudável. Quanto ao perdão, bem, só
posso crer que ela é uma pessoa incrível por poder perdoar tudo o que ele fez,
acredito que apesar de seus problemas, seus distúrbios, nada justifica tudo o
que ele fez.
O livro também
ressalta a ineficiência da policia, já que há uma denúncia quanto a um homem
com um furgão branco e uma menina, mas ele é apenas questionado, ninguém revista
sua casa. Um vizinho faz uma denúncia quanto ao estranho comportamento de
Wolfgang, mas não é levado em consideração devido a questões políticas na época.
Imagino a tristeza de Natascha de saber que esteve tão perto de evitar todo o
horror que viveu, mas simplesmente foi deixada de lado por outras questões.
No geral é um livro
bom, mas não creio que tenha nada de excepcional. Ele relata de uma maneira bem
fiel o horror que Natascha viveu, e o leitor se choca com as atrocidade que ela
foi capaz de suportar, além disso tem outras questões polêmicas como a investigação
que não ocorreu, o fato dela perdoar seu sequestrador, assim como não aceitar
ser classificada com um vítima da síndrome de Estocolmo.
Volume
único.
Eu tenho o marcador desse livro, mas nunca me interessei por ele, de fato.
ResponderExcluirProcuro fugir de histórias "pesadas", sabe?
Nataly Nunes
http://critiquinha.com/
É difícil julgar quando a gente não passa por uma situação parecida (e espero que nunca aconteça), mas qualquer estrutura psicológica que a garota tenha criado deve ter fugido bastante do normal.
ResponderExcluirAcho que não tenho estômago para ler esse livro, a crueldade da mente humana me abala de uma forma que, se eu ler um livro sobre isso, acaba refletindo na minha vida.
Beijos