O Príncipe da Névoa

[muito bom]

Eu recomendo: O Príncipe da Névoa

Autor: Carlos Ruiz Zafón

Editora: Suma de Letras

Sinopse:

Fugindo da guerra, a família de Max se muda para uma casa no litoral. A princípio tudo parece normal, mas pequenos detalhes começam a sugerir que algo está errado. O relógio da estação que anda para trás, sonhos perturbadores, vozes inesperadas. Um mistério envolvendo os antigos donos da casa em que moram agora, um assassinato, um naufrágio, o farol da cidade, um assustador cemitério de estátuas que se move. Max, sua irmã e seu mais novo amigo tentam resolver esse mistério e se deparam com o Príncipe da Névoa, capaz de atender a qualquer pedido, mas sempre cobrando algo em troca.

Meu cantinho:

Sei que eu já falei desse autor aqui no blog, várias vezes, como sou apaixonada pelo trabalho dele, mas que nunca resenhei nada dele aqui. Acabou sendo uma coincidência que o primeiro livro que vou resenhar dele é o primeiro livro que ele já publicou, mas que só agora chegou ao Brasil. Acredito que por ser o primeiro trabalho dele eu vi uma diferença na escrita, afinal, ele amadureceu muito depois desse este livro, mas apesar de algumas coisas que não se parecem tanto com o autor (ele mesmo fala que após reler seu trabalho depois de tanto tempo existia muitas coisas que ela gostaria de mudar) ainda assim consigo identificar elementos que caracterizam sua escrita, o incomum, o macabro. Apesar desse lado “sombrio” não consigo compará-lo ao Stephen King, acho que Zafón traz o macabro de uma forma mais sutil, mas sempre muito poderosa. Sem exageros, mas sempre presente e muito bem construída (não que os trabalhos de Stephen King não sejam bem construídos, mas é que o macabro costuma ser a base de tudo, este é sempre o elemento principal da estória e não tem quaisquer limites ultrapassando o absurdo – o que não significa que fique ruim, apenas um trabalho diferente).

Abro um espaço rápido para falar da diagramação desse livro. É um livro pequeno, mas muito bem feito, gosto da escolha do papel amarelado que não cansa a vista, da escolha da fonte, assim como da divisão dos capítulos e do desenho do farol que antecede cada um deles, um ótimo trabalho da editora. 

O Príncipe da Névoa fala sobre a família de Max Carver, seu pai, relojoeiro, com medo da proximidade da guerra, decide se mudar para uma casa no litoral. Ele compra uma casa aparentemente normal, mas a verdade é que a estória dos antigos donos e estranha, e muito mais complexa do que eles podem imaginar. Aparentemente ela pertencia a um casal que não conseguia ter filhos, mas que assim que se mudaram para essa casa tiveram a felicidade de uma gravidez, mas que não durou muito já que o filho deles foi morto no mar. O que parecia ser algo muito simples, foi se desenrolando com uma complexidade que eu só poderia esperar desse autor. Além de pontos aparentemente desconexos se conectam de forma surpreendente. Max faz um novo amigo na cidade, Roland, e juntos eles começam a investigar situações macabras que envolvem a casa, a antiga família, um cemitério de estátuas que se move. A situação começa a ficar perigosa, pessoas começam a se ferir, e um perigo ainda maior aparece: O príncipe da névoa, uma criatura que lhe concede o que você desejar, mas sempre cobra algo em troca. Não posso ficar esclarecendo tudo o que acontece, porque acabaria revelando grande parte do livro, mas posso dizer que o leitor não ficará entediado, haverá sempre revelações, além de situações assustadoras. Eu particularmente estava lendo uma das partes mais assustadoras do livro a noite antes de dormir e acabei me arrependendo!

Gosto de como ele consegue colocar uma complexidade de situações e sentimentos em um livro só, ele envolve a família, amizade, romance, mistérios, perigos e uma pitada de macabro. Tudo na medida certa. O final foi inesperado e também triste, tenho suposições de como ele irá continuar e estou ansiosa pelo próximo livro.

Continuação:

O próximo livro da série Trilogia da Névoa é O Palácio da Meia-Noite. Breve aqui.