30 de julho de 2013

Meninas de calças - O terceiro verão da Irmandade

[bom]

Eu recomendo: Meninas de calças – O terceiro verão da Irmandade
Autora: Ann Brashares
Editora: Rocco

A Irmandade das calças viajantes:
Meninas de calças é o terceiro volume dessa série, se você não leu A Irmandade das calças viajantes e O segundo verão da Irmandade o texto a seguir pode conter spoilers.

Sinopse:
O último verão antes da faculdade. Bee vai para uma colônia de férias e encontra novamente Eric, ela ainda gosta dele, mas ele está namorando. Lena ainda sofre por Kostos, mas agora tem outro foco, a faculdade de artes, a qual sua família não aprova. Tibby está muito confusa, primeiro a amizade de Brian que se torna amor, e o acidente inesperado de sua irmã fazem ela repensar e pensar em diversas coisas sobre sua vida. Carmen descobre que sua mãe está grávida e não pode suportar a ideia de perder a atenção da mãe, assim como o seu quarto para o novo bebê. Ela então decide largar a tão sonhada faculdade longe de casa para cursar a faculdade local e não sair de perto da mãe. Amigas, cada um vivendo dilemas, problemas amorosos, escolhas futuras, entre momentos infantis e escolhas maduras as amigas passam mais um verão.

Meu cantinho:
Bem, procurando nas minhas postagens antigas vi que troquei esse livro no começo de 2012. No começo desse ano (2013) comecei a ler os outros livros dessa série, e comecei a ler esse também, mas acabei parando a leitura com mais da metade do livro lido. O livro não é ruim, mas tem algumas coisas bobas, algumas coisas que me irritaram e outras muito sem graça. Esses dias tinha acabado de ler outro livro e estava indo para o consultório médico e levei Menina de calças para ler enquanto esperava, e rapidamente acabei com ele.
Nesse livro temos o primeiro verão das quatro amigas antes do fim do ensino médio e o começo da faculdade. Bee vai para uma colônia de férias, jogar futebol e treinar gente mais nova e lá reencontra antigas amigas e também Eric. Ela descobre que ainda tem sentimentos por ele, mas agora ele tem uma namorada e ela se esforça para deixar o relacionamento deles leve e se tornam bons amigos. A história dela é calma, flui rápido, não é nada muito interessante, mas tem um final agradável. Tibby começa a se envolver com Brian, um cara que se mostrou super bacana, mas a verdade é que Tibby anda toda confusa, ela fica pensando o quanto isso vai alterar a amizade deles, tem horas que se aproxima, tem horas que se afasta. Depois, quando sua irmã sofre um grave acidente ela fica perdida em momentos de divagação, fazendo coisas meio sem sentido, fazendo perguntas sobre cada pequena coisinha que acontece na sua vida, é uma parte extremamente chata do livro. Lena ainda tem o coração partido por conta de Kostos, e quem esperava um possível romance entre ela e Paul, o meio irmão de Carmen vai ficar decepcionado. Lena começa a fazer aulas de desenhos, mas seu pai a proibido quando vê Lena desenhando modelos vivos (leia-se homens sem roupa), ela então passa a fazer aulas escondidas. Ela quer entrar na faculdade de artes, mas sua família é contra e ela procura se esforçar para desenvolver suas habilidades e ganhar a aprovação de seus pais. A verdade é que a família de Lena está extremamente desestruturada, desde que seu avô morreu, sua avó Valia foi trazida a força da Grécia para morar com eles, e ela ficou extremamente chata e rabugenta, deixando todos na casa extremamente estressados. A mãe de Lena não consegue manter uma única babá para cuidar de Valia e acaba contratando Carmen para cuidar dela. Carmen conquistou o meu ódio total nesse livro. Primeiro porque ela está sendo paga para cuidar de Valia, por mais chata que ela seja, é um trabalho. Ela precisa levar ela ao médico, fazer companhia, essas coisas. Carmen então está na casa dela, precisava fazer companhia a ela, mas quer ficar ao telefone, quando Valia decide usar a internet (que ocupa a linha de telefone), Carmen reclama, mas decide ir assistir tv, Valia quer usar a internet com a tv ligada no programa que ela gosta e Carmen quer ver algo diferente e discute com Valia. Isso é um emprego, ela tem que cuidar de Valia, é a casa dela, se ela quer ocupar a tv, a linha de telefone, tudo ao mesmo tempo ela pode, o trabalho de Carmen não é ver tv ou ficar ao telefone, ela não tem razão alguma! Mas por ser amiga da família acha que tem total direito de receber e não fazer o que está sendo paga pra fazer. Mas é lógico que isso não é nada perto das outras coisas que ela faz, Carmen descobre que a mãe está grávida, faz um escândalo, e como sua mãe pretendia fazer do quarto dela um quarto para o bebê depois que ela mudasse por conta da faculdade, ela simplesmente decide fazer birra e ao invés de ir para uma faculdade maravilhosa (que ela sempre quis ir somente para agradar o pai) ela vai para a escola local para não perder o quarto e ficar grudada na barra da saia da mãe, competindo com um irmão que antigamente ele sempre tinha desejado. Uma menina chata, irritante e muito imatura. Ela faz algumas coisas no livro que deveriam “compensar” tudo de ruim que ela já fez, mas sinceramente, para mim ela nada compensa nada. Acho ela tão irritante que quando aparece um cara interessante, chamado Win, que parece gostar de Carmen, eu desejei que não desse certo, sinto tanta raiva dela que acho que ela não merece achar um cara bacana para ela (sim, sou má).
Esse livro foi extremamente enfadonho em alguns pontos, muito parado e previsível em outros, e o maior sentimento que me despertou foi um ódio mortal de Carmen. Quanto a calça, ela ainda aparece e tem sua participação, mas ela tem ficado bem esquecida e não tem mais aquela presença como um elo forte que conecta as quatro. Espero pelo próximo livro para saber se ainda haverá alguma esperança para Paul e Lena, e que fim terá Bee e Eric. Espero sinceramente que Tibby não esteja chata como nesse livro e que Carmen não seja tão estúpida, amadureça um pouco ou continuarei a desejar um final infeliz para ela.

Continuação:
O próximo e último livro da série é Para sempre de azul, em breve aqui.

24 de julho de 2013

Insaciável

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[bom]

Eu recomendo: Insaciável
Autora: Meg Cabot
Editora: Galera

Sinopse:
Meena, não gosta de vampiros, ela está cansada daquelas mocinhas que ficam apaixonados por um homem que quer beber seu sangue, mas que tenta resistir fortemente a esse impulso, ela não consegue ver o romantismo disso. Não que ela não acredite em questões sobrenaturais, já que Meena tem um dom, ela pode prever a morte das pessoas e faz de tudo para ajudar as pessoas sem que elas achem que Meena é uma louca completa, mas vampiros já é um pouco demais. Acontece que Meena escreve uma novela muito famosa, mas ela acaba de perder a promoção que queria e está indignada, pois a nova chefe quer inserir a temática dos vampiros que está em alta no seu programa. Acontece que estranhos assassinatos com corpos drenados têm deixado o tema ainda mais evidente. O que ela não sabe é que vampiros estão mesmo cometendo esses assassinatos, que o príncipe Lucien aparece na sua cidade para descobrir quem está matando seres humanos contra suas leis e que ele vai se apaixona perdidamente por ela. Logo ela se vê no meio de uma guerra de vampiros com a Guarda Palatina (caçadores de vampiros) tentando exterminá-los.

Meu cantinho:
Sei que muita gente não gostou desse livro, confesso que eu até gostei do livro (apesar de não ter sido nada absurdamente apaixonante), mas o estranho é que não me pareceu um livro da Meg Cabot. Acho que essa escritora tem mil faces, ela atende a um público infantil com livros como “As leis de Allie Frinkles para meninas”, infanto-juvenil como “Como ser popular”, juvenil com “A Mediadora”, e um público mais adulto com “Ela foiaté o fim”, ou livros que escreve com o pseudônimo Patricia Cabot, mas esse não se encaixa dentro de nada que já li dela. Li esse livro já tem um tempo, e estava tão confusa sobre o que falar que acabei adiando essa resenha algumas semanas.
Apesar do nome, que poderia sugerir uma história mais adulta, o livro não tem tantas cenas picantes quanto outros livros dela. Na verdade esse livro tem um pouco de tudo, de romance, de humor, de sobrenatural, de terror, de corações partidos, de vampiros, de disputas, de tudo!  Sendo assim, ele tem coisas muito boas, mas acho que por ser uma mistura tão grande eles as vezes parece confuso ou um pouco sem foco. Ele traz a questão do sobrenatural em Meena, que pode ver a morte de outras pessoas, mas eu achei muito pouco explorado, e se quer saber, pra mim é uma das melhores coisas desse livro. Tem um pouco de humor envolvendo o irmão dela principalmente, mas confesso que as vezes ele é apenas um idiota total, perdedor, que acaba prejudicando sua irmã porque simplesmente não tem noção de nada.  Outra parte de humor é com Mary Lou, a vizinha de Meena, que as vezes age com tanta inocência, e outras vezes com tanta esperteza, que conquista o leitor com seu jeitinho único. Me apaixonei mesmo pelo cachorro dela, Jack Bauer, muito fofo, leal e esperto! Meena é a garota com poderes sobrenaturais, que não gosta de vampiros, mas que se vê envolvida com um, acho que é nesse ponto que Cabot ganha muitos elogios, pois ela trás a temática de vampiros, mas foge do padrão habitual, ela se apaixona por um vampiro, mas ela não enxerga ele como uma criatura boa, pura, não quer que ele beba seu sangue, ela sabe sua natureza e toma suas próprias decisões. Lucien é o príncipe, no comando, poderoso, lindo, misterioso, mas a verdade é que ele é um cara que costuma ter tudo o que quer e isso nunca é uma coisa boa. Alaric é da Guarda Paladina, ele caça vampiros, o problema é que está muito envolvido, ele realmente os odeia e quer matar a todos, não apenas os que saem da linha. Alaric vê em Meena a oportunidade de se aproximar do príncipe e matá-lo, ele só não contava em se apaixonar por ela (o que leva muito tempo, já que na maior parte do tempo eles agem como cão e gato). Quando Alaric apareceu, achei ele meio brutamontes, brigão, mas a verdade é que as poucos ele foi me conquistando (apesar de algumas ações bem ruins da parte dele), e comecei a torcer um pouco por ele. A parte sobre os vampiros e as disputas pelo poder que são o foco da história - em paralelo com o romance de Meena e Lucien, até é interessante, mas confesso que o final foi um pouco esquisito. Tem uma batalha muito interessante, tensão, terror e duvida, quando o segredo de Lucien toma forma e nesse ponto achei que a história viaja demais, só posso dizer que não foi um final que me agradou.
Apesar dos pesares, fiquei curiosa para saber como a situação vai se desenrolar, acredito que no próximo livro o dom de Meena será mais explorado, que possa haver uma aproximação maior entre ela e Alaric e que isso possa mexer com os ânimos de Lucien e apimentar um pouco o livro. Sem falar que sou uma grande fã da Meg Cabot (basta olhar para a prateleira ao fundo do livro onde se vê mil livros dela) e quero ver o que esse novo "estilo" dela pode oferecer.

Continuação:
O segundo livro dessa série é Mordida, vou tentar trocá-lo no skoob para resenhá-lo aqui para vocês!

22 de julho de 2013

O Resgate do Tigre

[ótimo]

Eu recomendo: O Resgate do Tigre
Autora: Colleen Houck
Editora: Arqueiro

A saga do tigre:
O Resgate do Tigre é o segundo volume dessa série, se você não leu A Maldição do Tigre o texto a seguir pode conter spoilers.

Sinopse:
Kelsey está de volta a Oregon, mas a verdade é que não está feliz sem Ren. Tentando esquecê-lo começa a sair em vários encontros, até que conhece Li, um rapaz bacana e que está verdadeiramente interessado nela, mas que logo desaparece dos seus pensamentos quando Ren volta. Ela percebe que está apaixonada e quer ficar com ele, mas logo coisas terríveis acontecem e eles se separam, e Kelsey se culpa pelo tempo perdido. Na tentativa de ajudar Ren ela parte em busca do outro artefato com Kishan, eles vão se aproximando, vivem coisas boas e ruins até que ele revela seus reais sentimentos por Kelsey.

Meu cantinho:
Kelsey voltou para o Oregon e se deparou com muitas surpresas, uma casa nova mobilhada, um carro caríssimo, sua matricula feita na Universidade com tudo pago e todo o material de estudo. Mas ela está infeliz e arrependida de não estar com o homem que ama, e tudo piora porque ele não vem procurá-la. A verdade é que esse tipo de separação do casal já é comum, e um pouco batido, e a verdade é que eu sinto muita raiva de Kelsey por conta disso. No final do livro passado ela fornece justificativas plausíveis para querer voltar, mas ela mentiu para ela e para o leitor, ela não volta porque quer rever a família (que eu acho muito indiferente as ausências dela), porque quer entrar na faculdade, porque quer uma normalidade. A verdade é que ela sente saudades imensas da Índia, dos tigres, da família que criou, a verdade é que ele voltou apenas porque tem uma baixa auto-estima. Ren se apaixonou por ela, mas ela acha que é pela convivência, que logo ele vai conhecer outras mulheres e se esquecer dela, que ele é muito lindo, rico, além de nobre, e não pode ter um real interesse nela. Para alguém que é tão forte, que é a escolhida de Durga, ela age de um modo muito bobo em relação aos sentimentos que tem por Ren. Como não consegue esquecê-lo, ela decide sair e conhecer outras pessoas, a maioria fracassados, mas quando começa a praticar wushu, conhece o filho do mestre, Li, um cara inteligente, bacana e compreensivo. Ela começa a acreditar que pode de fato começar a gostar de Li quando Ren volta e balança o mundo dela novamente. As competições entre Ren e Li são muito interessantes e divertidas, mas é óbvio que contra um príncipe indiano, com anos de conhecimentos acumulados, extremamente lindo e romântico, Li não teve qualquer chance.
Tudo parece ir bem quando Ren é seqüestrado, sem quaisquer pistas de onde ele possa estar, Kelsey volta a Índia e parte em busca do próximo artefato com Kishan, acreditando que isso poderá ajudar Ren de alguma forma (nesse momento tem todo o arrependimento dela por ter ficado com moagem e o tempo que perdeu que poderia ter aproveitado ao lado dele). Gostei muito dessa aventura que eles viveram juntos, não sei se foi apenas a minha quedinha por Kishan, mas gostei de tudo, quando partem em busca de pistas do portal, do encontro com o monge, o caminho para o portal, as dificuldades, quando eles chegam lá encontram momentos de paz e de pura adrenalina!
E preciso dizer que o final do livro foi ótimo, apesar de Kelsey demorar para entender o que está acontecendo eu logo percebi o que estava errado, e o modo como as coisas se desenrolam é angustiante e me faz pensar se o tigre negro terá uma chance com nossa mocinha! Estou curiosa pelos próximos livros! Apesar de todo o lengalenga de Kelsey no começo do livro com aquela crise baixa auto-estima, o resto do livro compensa totalmente e não tem como não avaliar esse livro como ótimo.

Continuação:
O próximo livro da série é a Viagem do Tigre, estou louca para ler!

17 de julho de 2013

Cidade dos Mortos - Eles não morrem

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[bom]

Eu recomendo: Cidade dos Mortos – Eles não morrem
Autor: Joe McKinney
Editora: Novo Século

Sinopse:
Eddie acredita que seu maior problema no momento é a mulher implicando com seu turno de trabalho, pois quer que ele passe mais tempo em casa e ajude com o bebê. Isso até ele atender a uma ocorrência e se deparar com zumbis. Rapidamente a infestação se espalha, ele tenta procurar ajuda, se reagrupar com seus colegas, mas foi tudo destruído, bombeiros, polícia, comunicação, tudo foi rapidamente dizimado. Eddie agora vai tentar encontrar sua mulher e filho, mas ele não faz a mínima ideia de onde estão, tudo o que ele sabe é que tem zumbis por toda parte e ele precisa sobreviver.

Meu cantinho:
Nosso personagem principal é um policial chamado Eddie, que está tendo problemas com a mulher. Eles tiveram um filho recentemente, o primeiro do casal, e ela fica constantemente telefonando e discutindo com ele a respeito de seus turnos porque quer que ele esteja em casa para ajudar a cuidar do bebê. Eu achei a mulher dele, April, muito chata. Ela liga para o cara no meio do serviço e briga com ele por conta dos horários mesmo ele se esforçando no trabalho para sustentar sua família, e quando ele tenta explicar as dificuldades para ela, de que não é ele quem escolhe o turno (e ele já conseguido uma transferência antes por conta dela) ela acha que tudo é má vontade da parte dele. Ok, isso é apenas nas primeiras páginas, e eu só trouxe isso para dizer que a April é chata, mas o livro é muito mais do que problemas conjugais. Eddie está no telefone ouvindo sua mulher reclamar mais uma vez quando é chamado para atender uma ocorrência. Quando ele e seu colega chegam no local indicado, sete pessoas suspeitas começam a vir em sua direção, eles andam de modo lento, estão com os corpos cheio de feridas, mas parecem não se importar com isso. As pessoas apenas andam em direção aos policiais e os atacam. Eddie e seu colega tentam de toda forma impedir esses indivíduos, começam com alertas, atingem as pernas, usam spray de pimenta, e quando nada funciona eles atiram nas pessoas, que não demonstram dor e não param o ataque. Depois desse episódio a situação na cidade foge de controle muito rápido e Eddie vai tentar sobreviver e chegar a sua mulher e seu filho se eles tiverem sobrevivido.
Tem algumas coisas que achei meio furadas nessa história. A teoria é que o vírus teria surgido numa cidade próxima que sofreu com furacões durante as últimas quatro semanas e ficou quase toda debaixo d’água, todos estavam vivendo em situação precária, as cidades vizinhas estavam abrigando os refugiados e nesse momento surgiram alguns relatos de refugiados que atacavam e tentavam comer aqueles que estavam indo ao seu resgate. Eddie ouve essa notícia no rádio, na mesma hora recebe um alerta de uma ocorrência no qual ele encontra esses zumbis e de noite a cidade inteira já caiu. Entendo como a doença se espalhou, pelos refugiados, mas acho que para uma situação que estava durante tanto tempo numa cidade vizinha, a cidade de Eddie sucumbiu rápido demais. Depois tem a questão de que esses zumbis na verdade seriam pessoas vivas, já que uma pessoa identificou que eles têm pulso, assim como sangram quando são atingidos, mais para o final do livro há ainda uma discussão de que não se deveria matá-los, a não ser em legitima defesa porque poderia haver uma salvação. Bem, eu achei meio furado, a pessoa tem pulso, sangra, mas se movimenta tranquilamente com o estômago para fora, sem um braço, perdendo sangue? Definitivamente não colou essa de morto literalmente vivo.
A parte mais legal do livro é quando aparece Marcus, um antigo parceiro de Eddie da polícia, um cara totalmente desequilibrado, agindo como se a infestação fosse divertida, ele adora matar zumbis e age como se tudo fosse um jogo. E apesar dessa loucura toda, e de muitas vezes fazer coisas arriscadas, a verdade é que ele salva a vida de Eddie várias vezes. O livro também tem algumas situações bem tensas e desesperadoras que com certeza animam o leitor.
Acho que é inevitável fazer algumas comparações com o seriado The Walking Dead, onde Eddie é o Rick, o polícia certinho que quer salvar a família, April seria Lori, a mulher chata do policial, Marcus seria Shane, o policial desequilibrado. Mas apesar dessa comparação entre os personagens a história não se desenrolou como a da série. O seriado também tem livros e quadrinho, mas ainda não tive a chance de ler nenhum deles.

Continuação:

Esse é o primeiro volume da série Dead World, o segundo livro Apocalypse of the Dead lançado em 2010 lá fora, mas ainda não chegou no Brasil.

11 de julho de 2013

A última carta de amor

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[ótimo]

Eu recomendo: A última carta de amor
Autora: Jojo Moyer
Editora: Intrínseca

Sinopse:
Ellie é uma jornalista, sua vida não anda bem, tem tido dificuldades no emprego, seus amigos não apóiam todas suas escolhas, e a principal delas é o fato dela manter um relacionamento com um cara casado a mais de um ano. Tentando resolver algum dos problemas da sua vida (ela começa pelo emprego) ela vai no arquivo do jornal procurar algo que ajude em sua nova matéria, é nesse momento que ela encontra uma carta de amor de J. para B. Uma carta linda e intensa que mexe profundamente com Ellie. O livro então começa a contar a história de amor desse casal que viveu na década de 60, que tanto os leitores quanto Ellie torcem para que tenham tido um final feliz.

Meu cantinho:
Oi gente, reparam que mudei a foto do livro? Normalmente procuro uma imagem com resolução alta da capa do livro, mas decidi inovar e tirar as fotos do meu livro com fundo do meu armário de livros (porque livros nunca são demais) e eu tirei várias fotos melhores do que essa, mais nítidas, com uma luz melhor, acontece que a minha Princesa Mel decidiu fazer uma participação especial nessa foto e acabei escolhendo ela.
Bem, vamos falar do livro! A última carta de amor é um livro esplêndido! Eu fui ler cheia de expectativas, pois as referências no livro sempre falavam de uma história de amor intensa que faz o leitor chorar um monte. Eu confesso que eu não chorei, mas chegou um ponto em que eu comecei a gritar feito uma louca “eu sabia” e “eu não acredito”! Fiquei completamente envolvida!
A princípio o livro é um pouco confuso, ele começa contando a vida de Ellie, uma jornalista, que está a mais de um ano tendo um caso com um homem casado e acredita que um dia ele irá largar a esposa para ficar com ela. Alguns de seus amigos já não agüentam mais a situação, acreditam que ela está se iludindo e perdendo tempo tentando decifrar mensagens secretas em uma única linha que ele lhe escreve, além de não fazer mais nada na expectativa de que ele apareça ou tenha algum tempo livre para ela. Seu desempenho no trabalho também não está muito bom, ao descer para os arquivos buscando algo que possa utilizar em uma matéria ela acaba encontrando uma carta de amor, de B. para J., uma carta linda, intensa, como não vemos nos dias de hoje. Ela então decide tentar descobrir quem é esse casal e se eles acabaram juntos ou não. Então, sem qualquer aviso ou explicação, temos um corte no livro, que passa para a década de 60, com Jennifer acordando após um acidente de carro, com a memória prejudicada, sem conseguir se lembrar direito dos amigos, do marido, da vida que levava, das coisas que gostava. Ela se vê perdida em um mundo no qual ela não consegue se encaixar, até que encontra escondida em um livro uma carta de amor, de seu amante, intensa e apaixonada. Mas ela não consegue saber quem ele é, não se lembra do seu nome ou do seu rosto. Ela procura outras cartas escondidas pela casa e tenta buscar pistas de quem poderia ser esse homem. Nesse momento o livro fica confuso porque começa a trazer cenas de antes do acidente, mas leva um tempo para o leitor perceber que são cenas de um período anterior (nisso Ellie fica esquecida até quase o final do livro). Mas o livro também começa a ficar mais interessante porque as peças vão se juntando, o amante dela é apresentado, novas cartas são escritas, passagens das cartas anteriores começam a fazer mais sentido diante do contexto que é exposto. Quando tudo parece estar perdido um leitor atento consegue perceber pequenos detalhes que mostram que a história ainda não acabou. O livro passa a ter uma série de encontros e desencontros e anos perdidos que me fizeram lembrar um pouco do livro Um Dia, como uma decisão, uma mentira, um pequeno gesto pode mudar tudo na vida de uma pessoa. Não vou revelar mais pontos sobre como se desenrola a vida de J. e seu amante pois eles são incríveis e não quero revelar spoilers, mas preciso dizer que senti uma raiva imensa de várias personagens que prejudicaram a esses dois e também da autora por ter separado os dois durante tantos anos! O modo como a história desses dois se desenrola e acaba é surpreendente. Quanto a Ellie, bem, preciso dizer que não gostava dela, ter um caso com um homem casado não me parece algo correto, mas gosto do modo como ela se apaixona pela carta, por J. e B., como tenta encontrá-los e descobrir mais sobre eles. Gosto do modo como ela cresce e aprende através dessa história de amor que ela não estava vivendo uma, mas que tem a chance de viver.

Volume único.

9 de julho de 2013

Como ser popular

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[muito bom]

Eu recomendo: Como ser popular
Autora: Meg Cabot
Editora: Galera Record

Sinopse:
Stephanie Landry não é popular, pois a cinco anos atrás ela derrubou fanta uva na saia branca Dolce&Gabana de Lauren Moffat, a menina mais bonita e popular do colégio. Apesar de ter sido um acidente e do pai de Stephanie ter comprado uma saia para Lauren, ela acabou criando a expressão “não de uma de Steph Landry” toda vez que alguém faz algo idiota. Steph tem apenas dois amigos, Becca e Jason, e apesar de gostar muito deles ela quer fazer novos amigos e deixar esse estigma da fanta uva para trás. Para isso ela vai fazer uso do livro “Como ser popular” que ela encontrou no porão da avó de Jason enquanto ajudava na faxina. Stephanie faz mudanças no seu visual e nas suas atitudes, ela começa a interagir com as outras pessoas, deixa Lauren com inveja e se aproxima de Mark, namorado de Lauren, famoso jogador de futebol do colégio por quem ela sempre teve uma queda. Mas ser popular terá seu custo, ou ela mantém tudo o que trabalho arduamente, ou ela poderá decepcionar as pessoas que sempre gostaram dela pelo o que ela realmente é.

Meu cantinho:
Esse é mais um livro infanto juventil da nossa querida Meg Cabot, apesar de estar velha, quase uma senhora de idade, a verdade é que gosto dos livros infanto juvenis da Meg Cabot porque são sempre leituras divertidas e alegres. Este não é um livro tão pra frente quanto Pegando Fogo, já que nossos personagens são um pouco mais novos, mas nem tão infantil quanto As leis de Allie Finkles para meninas.
Stephanie tem como melhores amigos Becca, de quem todos riem porque na quinta série tinha o hábito de cochilar nas aulas de Estudos Sociais (ela morava longe e acordava as cinco da manhã para chegar a tempo no colégio), e Jason que começou a falar com ela logo após o incidente da fanta uva quando ninguém mais conversa com ela. Acontece que Steph era apenas uma criança, e qualquer um pode tropeçar e cometer um acidente. Ela inclusive pediu um milhão de desculpas para Lauren, seu pai comprou uma saia nova para ela, mas por ser uma pessoa má, ela simplesmente decidiu tornar a vida de Steph um inferno. Todos na cidade conhecem a expressão criada por Lauren, “não de uma de Steph Landry”, a maioria nem sabe o que ela é, ou o que ela fez, existem inúmeros boatos de que ela teria atirado em alguém ou jogado um carro no lago Greene, mas tudo o que nossa pobre garota fez foi tropeçar segurando uma fanta uva. Steph está cansada disso e acha a solução para seu problema no sótão da casa da avó de Jason, que foi uma menina muito popular no colégio durante sua adolescência, e ela tem certeza que o segredo da popularidade dela está nesse livro “Como ser popular”. Com a ajuda desse livro,algumas dicas de moda de revistas atuais e um empréstimo do seu avô para comprar roupas novas, Steph está pronta para começar seu novo ano letivo. Ela tem que acordar muito cedo para se arrumar, fazer escova no cabelo, e tem que tentar ser sempre simpática, sorrir, elogiar, escutar as pessoas. Ela precisa ser participativa, ignorar as provocações, ter um jogo de cintura enorme. Não concordo com tudo o que Stephanie faz, acho que se ela quer melhorar a aparência dela porque ela não se sente bem com isso, ok, mas não fazer isso para melhor se encaixar com os populares do colégio. Acho que se ela quer ser mais participativa, interagir mais porque gosta, é algo válido, mas não se forçar par agradar os outros fazendo algo que é incomodo a si. Acho que ela estava certa em tentar mudar sua situação, porque ninguém quer ser a piadinha da cidade só porque tropeçou quando criança e sujou a roupa da colega. Apesar disso Stephanie não comete erros muito graves, na verdade ela consegue perceber o que realmente tem valor para ela. O livro é extremante divertido, Steph faz algumas coisas absurdas como expiar Jason pela janela (quando ele descobre e coloca um aviso na janela – que fofo), ou sacanear Lauren (que de fato merece), e o desenrolar dessas ações sempre arrancam risada do leitor. Um livro leve e engraçado, não espere nada muito profundo ou complexo, é apenas um livro de problemas adolescentes muito bem escrito.

Volume único.

4 de julho de 2013

As aventuras de Pi

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[ótimo]

Eu recomendo: As aventuras de Pi
Autor: Yann Martel
Editora: Nova Fronteira

Sinopse:
Piscine Molitor Patel, também conhecido como Pi, nasceu na Índia e mora em um zoológico que seu pai administra. Tem uma mãe carinhosa, um irmão atleta, um pai rígido e muito inteligente. Pi vai crescendo e descobrindo outras religiões, aos 16 anos ele é hindu, cristão e mulçumano. Por dificuldades devido a política na Índia, sua família vai se mudar para o Canadá e vender os animais dos zoológicos, no meio do caminho o navio naufraga e Pi se vê em alto mar, dividindo o bote com uma zebra, uma hiena, um orangotango e um tigre de bengala. Pi conta a sua história de como sobreviveu 227 dias em um bote e como Richard Parker, o tigre, foi essencial para sua sobrevivência.

Meu cantinho:
No caso de As aventuras de Pi eu vi o filme antes do livro, e o filme foi maravilhoso. Eu estava com muita vontade de ler o livro, ganhei ele de presente de aniversário da minha amiga Shayenne e fiquei super contente. Acontece que comecei a ouvir aqueles boatos, e ler noticias que falaram sobre o fato do autor Yann ter roubado de um ator brasileiro a ideia de um jovem num navio, que afunda, e ele se salva num bote com um felino! O livro se chama Max e os Felinos de Moacyr Scliar, e de fato a semelhança é incrível, li várias coisas sobre o assunto, em uma delas Yann declara nunca ter lido Max e os Felinos, mas ter lido uma resenha negativa desse livro e como achou a ideia boa, ele aproveitou essa ideia boa estragada por um autor brasileiro ruim. Depois de muita polêmica [assista esse vídeo onde Moacyr fala sobre o ocorrido] Yann ligou para o autor para pedir desculpas e atualmente ele o agradece em seu prefácio com um: “Já a centelha de vida devo ao Sr.Moacyr Scliar”. Apesar de tudo isso, preciso admitir que Yann tem uma escrita incrível, e não sei até onde ele tirou isso de Moacyr (o que me deixou com muita vontade de ler Max e os Felinos), mas acredito que muito seja dele, e As aventuras de Pi é um livro magnífico, da capa (baseada no filme) aos 100 capítulos.
O autor escreve sobre diversas coisas com muita “precisão”, apesar de serem assuntos variados, que falam de cultura, curiosidade, animais, administração, religião, questões existenciais. Ele me surpreendeu muito, e me fez pensar, quando trouxe questões acerca do zoológico, da imagem ruim que normalmente criamos desse ambiente (e que confesso que alguns zoológicos realmente me causam repudio), mas ele argumenta muito bem sobre questões de conforto, segurança, a liberdade e contrapontos entre o habitat natural e a jaula. Confesso que mudei um pouco minha percepção, apesar de ainda ter alguns questionamentos contra alguns elementos de alguns zoológicos. Quanto a religião, apesar desse normalmente ser um assunto incomodo para mim (odeio a certeza que todos têm sobre a veracidade da sua crença, invalidando todas as outras), Pi traz esse assunto de um modo único, e de certo modo muito maduro, que poucas pessoas conseguem enxergar. Apesar de conhecer poucos elementos do hinduísmo, me pareceu uma religião muito interessante e pude perceber vários pontos de convergência com outras religiões (apesar das pessoas normalmente se focarem nas diferenças, e na certeza do seu, consigo perceber muito mais os pontos em comum). Pi nasce na Índia, é hinduísta, e achei interessantíssimo seu primeiro contato com o cristianismo, é muito interessante ver algo comum a nós sobre uma nova perspectiva. Pi adere a três religiões com o passar do tempo, ele é cristão, hindu e mulçumano. Certo dia ele se encontra com três religiosos de cada uma dessas religiões dos templos que ele frenquenta, e eles começam a discutir sobre qual religião Pi segue, qual é a certa, afirmando que ele não pode seguir todas e quando ele fala que Gandhi disse que todas as religiões são corretas e tudo o que ele deseja é amar a deus, ele retira todos os argumentos desses religiosos e para mim, demonstra sua maturidade sobre todos eles.  A única crítica que tenho nesse ponto é quando ele fala a respeito do ateu, que este tem o despertar da fé no leito de morte. Achei ruim essa percepção, não que isso não aconteça com algumas pessoas, mas acho algo generalizado demais e acredito que preconceituoso com aqueles que não têm uma crença religiosa.
O livro tem então esse começo marcado por Pi, sua vida no zoológico, suas descobertas religiosas (diferente do filme não tem questões amorosas) e por problemas políticos sua família decide mudar para o Canadá.  Durante a viagem o cargueiro naufraga e Pi se vê num bote com animais do zoológico, sendo um deles um tigre de bengala. Você deve pensar que ficar preso no mar seja um tédio total, um dia igual ao outro, e não que não seja, mas essas partes não são retratadas no livro. O que ele fala é sobre um menino tentando adestrar um tigre para que possa ter acesso ao bote e não ficar boiando precariamente sobre coletes e remos em alto mar. É uma tentativa de sobreviver com água e comida escassas. Um menino que vegetariano que nunca matou nada na vida, que se vê obrigado a pescar, a caçar tartarugas e matar aves para alimentar um tigre faminto. É uma separação sem despedida extremamente dolorosa. Este é um livro muito bem escrito, muito curioso e muito rico, eu recomendo.

Volume único.