23 de novembro de 2013

O futuro de nós dois

[muito bom]

Eu recomendo: O futuro de nós dois
Autores: Jay Assher e Carolyn Mackler
Editora: Galera

Sinopse:
Emma acaba de ganhar um computador de seu pai, e ganha de amigo de infância e vizinho Josh um CD com horas de navegação gratuita. Nessa época em que a internet e os computadores estão começando fazer parte da vida das famílias, tudo o que Emma quer é criar um e-mail. Entretanto, quando insere o cd no computador ela vai parar em uma página chamada Facebook, que mostra sua vida daqui quinze anos. No começo ela acha que é apenas uma brincadeira de Josh, mas quando mostra o facebook para ele, ele nega ter feito qualquer coisa, ela então percebe que isso é real e que sua vida futura é uma droga. Ela começa a “fuçar” no perfil de todos que conhecem, começa a ver seus erros e acertos, não sabe até que ponto deve interferir, mas decide que fará o possível para que sua vide futura mude. Enquanto isso, Josh percebe que sua vida daqui quinze anos e perfeita e que as interferências de Emma tem colocado em risco seu futuro maravilhoso.

Meu cantinho:
Quando mostrei esse livro na minha caixinha de correio, falei que ele era um dos mais esperados por mim. Acredito que comecei a ler esse livro com uma expectativa muito grande e por isso acabei me decepcionando, o livro é muito bom, mas acho que eu acabei esperando demais dele. Ele foi um dos primeiros que li, mas por esse sentimento ruim, acabei enrolando para escrever a resenha dele.
O livro começa de um modo muito familiar a mim, pois eu vivi as mesmas coisas que a nossa personagem, o primeiro computador, aquela internet discada horrível, CDs onde você ganha horas de acesso grátis, além daqueles fundos de tela de encanamento e coisas assim que ficamos escolhendo. Era uma época sem redes sociais, o que fazíamos era usar a internet para ver e-mail e encaminhar correntes (depois de um tempo que aparece o MSN). Emma acabou de ganhar do pai um computador, e recebe do seu amigo de infância Josh um CD e acesso da AOL com algumas horas de navegação gratuitas. A mãe de Josh não gosta dessa coisa de internet, mas como a mãe de Emma não se importa tanto, ele dá o CD que ganhou para ela. Na verdade ela fica muito surpresa, pois apesar de serem amigos de infância, e de certa época um viver na casa do outro, eles tem se afastado muito. A verdade é que Josh gosta de Emma mais do que como amiga, mas ela não percebeu os sentimentos dele, e ele se sentiu rejeitado. Ele é o típico cara, nerd, tímido e completamente fofo pelo qual é impossível não se apaixonar. Já Emma é bonita, mas com uma personalidade as vezes irritante que não consegue valorizar Josh como um homem. 
Com o novo presente de Josh, Emma decide acessar a rede e criar uma conta de e-mail, mas ao entrar na internet ela se depara com algo muito estranho, uma rede social (lógico que ela não sabe esse nome, pois isso ainda não existia nessa época) chamada Facebook. Ela leva um tempo para entender o que é aquilo, porque tem uma página com uma pessoa com o mesmo nome que o dela, com fotos que parecem com ela, mas quinze anos mais velha. Ela tenta entender o que está acontecendo, teria Josh tido todo esse trabalho para fazer essa pegadinha? Uma piada de muito mal gosto por sinal, pois ela percebe que daqui quinze anos sua vida é completamente horrível, ela sustenta um vagabundo, que explora ela e que a traí, ela não tem emprego e percebe que no seu futuro ela se afastou completamente de Josh. Ela vai tirar satisfação com ele, mas Josh fala que não fez nada daquilo, então ela começa a perceber de que aquilo pode realmente ser seu futuro, e percebe que algumas atitudes que toma no presente são capazes de mudá-lo. Acontece que não importa o quanto ela tente, sua vida continua ruim, as vezes ela tem emprego, mas o marido lhe rouba tudo, as vezes ela mora em lugar que odeia, e sempre que tenta conserta um lado parece piorar outro. Ela descobre que não apenas ela, mas que as outras pessoas também existem no facebook, quando descobre sobre a vida de John e mostra para ele, ele fica encantado, pois seu futuro é simplesmente perfeito. Ele tem uma profissão bacana, um emprego seguro, uma casa bonita, está casado com a menina mais popular do colégio e tem filhos lindos com ela. Enquanto ele fica maravilhado, Emma fica desesperada, já que John não quer que ela faça nada, pois percebe que suas atitudes também afetam seu futuro. Ela começa a tentar alterar pequenas coisas, a fazer pequenos testes, ele desesperado não quer mudar nada, mas também começa a querer ver sobre o futuro dos outros, amigos do colégio, familiares. Eles ficam completamente obcecados com isso, mas quem não ficaria? Acho que todos gostariam de poder saber um pouco mais sobre seu futuro, daqueles que gostam, e se você pudesse tentar mudar algo que lhe desagrada, não faria isso? Emma começa a perceber que Josh é uma das melhores coisas de sua vida e que ele dificilmente faz parte do seu futuro, e ela começa a perceber que deseja que ele faça parte da sua vida mais do que tudo, mas desde que ele viu seu futuro, ele está cada vez mais empenhado em conquistar aquela que seria sua futura esposa.
Os capítulos são narrados de modo intercalados entre Josh e Emma, é muito interessante poder ver o que acontece sobre o ponto de vista dos dois. O livro tem uma capa interessante, uma revisão muito boa, uma leitura leve, um tema interessante que passa mensagens muito bacanas para o leitor, sobre pequenas escolhas, sobre expor sua vida na internet (a Emma do futuro não tinha qualquer filtro para o que postava), sobre viver mais no mundo real do que no virtual, fazer as coisas acontecerem. Acho que me decepcionei por esperar algo grandioso, mas a verdade é que é um livro muito bom para o que ele se propõe. 

Volume único.

20 de novembro de 2013

Puros

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[ótimo]

Eu recomendo: Puros
Autora: Julianna Baggott
Editora: Intrínseca
                
Sinopse:
Ocorreram as explosões, uma pequena parte da população ficou dentro do Domo, um lugar completamente controlado, a salvo dos efeitos das bombas. A maior parte da população que ficou do lado de fora morreu. Grande parte dos sobreviventes estão mutilados, mas a maior parte está fundida. Alguns seres humanos se fundiram a outros, formando grupais, outros se fundiram a animais, gatos, cachorros, pássaros. A maior parte se fundiu a objetos, vidro, metal, plástico, o que estivesse por perto. O mundo está horrível para quem vive do lado de fora, mas nem tudo é perfeito para quem está no Domo. Partridge vive no Domo, ele tem tido problemas, pois seu corpo não tem aceitado a codificação, uma alteração comportamental que todos são obrigados a passar. Quando seu pai, uma figura importante dentro do Domo, o questiona se sua mãe poderia ter lhe feito tomar algo para que isso acontecesse, ele então percebe que sua mãe não morreu nas explosões como seu pai lhe disse, que ela ainda pode estar viva. Ele orquestra um plano de fuga, e do lado de fora ele encontra Pressia, uma menina que viveu os horrores da explosão, com a cabeça de uma boneca no lugar da mão, ela luta para sobreviver. Juntos eles partem em uma missão que irá revelar detalhes sobre a vida dos dois e as monstruosidades da guerra.

Meu cantinho:
O livro tem uma divisão bem bacana, cada capítulo é narrado por um personagem, normalmente quando ocorre essa distinção os capítulos são intercalados entres os dois personagens principais, mas em Puros, há também alguns outros capítulos narrados por personagens secundários. Como comprei o livro por impulso (novidade), não sabia muito bem do que se tratava, só que era um mundo pós-apocalíptico. O verso do livro tem alguns trechos, mas que quando eu li, não tiveram significado algum, não esclarecem o assunto que seria abordado. A orelha do livro já traz uma explicação melhor, mas ela ainda é muito superficial e não chega perto de mostrar o que esse livro traz. Infelizmente não gostei de tudo quanto a diagramação, achei a fonte um tanto quanto pequena e não gostei dos erros, alguns de concordâncias e também troca de nome dos personagens. É incompreensível como falhas tão grotescas escaparam a revisão de uma editora tão boa. Além disso, li uma resenha em particular de uma blogueira que leu o livro em inglês e quando viu a versão em português falou que a tradução peca muito, que há muitos termos traduzidos erroneamente e que a edição, de uma maneira geral, foi ruim. Não tiro “pontos” da autora e da obra, mas da editora.
O livro vai se revelando pouco a pouco, cada vez mais mistérios, mais segredos, mais reviravoltas. O prólogo fala sobre como bombas devastaram o mundo, e que uma pequena parte da população sobreviveu dentro do Domo. As pessoas lá dentro foram escolhidas, alertadas, tiveram tempo de se preparar, enquanto ninguém do lado de fora sabia. Aqueles dentro do Domo apenas esperam que a situação do lado de fora se estabilize, largando as pessoas do lado de fora a própria sorte. O primeiro capítulo é narrado por Pressia, uma menina com traços orientais, que gosta de construir coisas. Ela mora com seu avô no que seria uma antiga barbearia, apesar de grande parte estar destruída. Ela está chateada porque está perto de fazer 16 anos, todos aqueles que chegam a essa idade são levados pela OBR. A OBR surgiu após as explosões como um grupo de Operação Busca e Resgate que não durou muito, logo se tornou Operação Bendita Revolução, controlando o povo pelo medo e com pretensões de um dia derrubar o Domo. A OBR leva todos na mesma idade de 16 anos, aqueles que estão aptos e são capazes tornam-se soldados, aqueles que estão muito deformados são usados como alvos vivos. Nesse momento eu fui completamente surpreendida, porque as bombas fizeram mais do que destruir as casas, as plantações, os animais, e grande parte dos seres humanos. A bomba também modificou as formas de vida existentes, as pessoas se fundiram a outras, a objetos, ou outros seres vivos. Pressia tem no lugar de sua mão a cabeça de uma boneca. Seu avô uma ventoinha no pescoço e não tem uma perna. Existem aqueles com engrenagens, vidros, cachorros, além daqueles que não tem membros, ou aqueles que se tornaram grupais, vários seres humanos fundidos. Alguns deixaram de ser humanos e se tornaram bestas, se fundiram a terra, se tornando monstros que matam pessoas.
Diante da ameaça da OBR Pressia se vê obrigada a fugir e a deixar seu avô para trás, ela decide ir procurar Bradwell, um rapaz mais velho que ela descobriu recentemente ainda estar vivo, que foi capaz de fugir da coleta da OBR. No caminho ela encontra Partridge e descobre que os boatos são verdadeiros, um Puro, uma pessoa sem deformidades, sem marcas, alguém do Domo saiu. Quando ele quase é atacado por um grupo e quase pego pela OBR, ela o ajuda e fugir e descobre que ele quer achar sua antiga casa, antes do ataque. Ela então o leva para encontrar Bradweel, pois sabe que ele tem mapas e informações sobre as coisas do antes e do depois das explosões. Partridge cresceu no Domo, seu pai está em posição de poder, pois ajudou a projetar essa grande estrutura. Todos os rapazes dentro do Domo passam por uma codificação, que aumenta as habilidades físicas, mas também modificam questões comportamentais, que não tem afetado Partridge. Diante do fato inesperado seu pai o chama para conversar, ele quer saber se sua mãe deu algo a ele quando ele era criança que pudesse impedir a codificação, e quando fala dela, refere-se ao presente e não ao passado. Ele então começa a perceber diversos fatos que levam a crer que sua mãe está viva, por isso deixou o Domo, ele quer encontrá-la.
O livro segue então nessa busca pela mãe dele, mas com muitas interferências, reviravoltas, e personagens secundários inacreditáveis (principalmente El Capitán que tem inclusive tem alguns capítulos só dele). Ele deixa de ser apenas a busca pela mãe, mas se torna algo muito maior, a busca por respostas, sobre a verdade por de traz das explosões, o papel do Domo, além de vários outros segredos que a autora revela aos poucos. O livro é cheio de surpresas, algumas coisas que achamos que são apenas coincidências, mas são intimamente conectadas, enquanto isso, temos situações que parecem fazer todo o sentido do mundo, mas estão ligadas aleatoriamente.
Gosto muito do mundo criado pela autora, uma mistura entre o grotesco e o sombrio. As fusões, a perca da humanidade, criaturas monstruosas, feras e poeiras. Temos questão da guerra, a busca pela sobrevivência, as dificuldades.
Gostei do fato que as coisas estão ruim tanto dentro quanto fora do Domo. Do lado de fora tem muito mais dificuldades, seja para se conseguir comida, um abrigo, enfrentas grupais, bestas e poeiras, além da própria OBR que impõe seu poder ao povo. Mas dentro do Domo existem suas dificuldades, apesar da maior parte das pessoas viverem em uma utopia, há aqueles que sabem que a codificação modifica profundamente o comportamento e a capacidade de escolha das pessoas, há limites e controle para tudo, é o Domo que escolhe se você está apto a casar, a se reproduzir, a seguir por determinada área de estudos. Além disso, há experiências secretas que o Domo realiza, modificando seres humanos para que se tornem armas vivas. Achei muito interessante quando li os agradecimentos da autora e ela fala sobre a Segunda Guerra Mundial e os efeitos da bomba atômica que lhe inspiraram a escrever esse livro, acredito que esse fator pode estar ainda mais presente no próximo livro, pois acho que Pressia pode tentar sair em busca do seu pai que tem ligações com o Japão (não posso revelar mais detalhes ou iria estragar a surpresa).

Continuação:

O segundo livro dessa trilogia se chama Fuse, lançado esse ano nos Estados Unidos, sem previsão de lançamento no Brasil (espero que siga o padrão da capa lá de fora porque está muito bonita).

18 de novembro de 2013

Prodigy

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[ótimo]

Eu recomendo: Prodigy
Autora: Marie Lu
Editora: Prumo
                
Legend:
Prodigy é o segundo volume dessa série, se você não leu Legend o texto a seguir pode conter spoilers.

Sinopse:
June conseguiu salvar Day de ser executado, mas as coisas ainda estão ruins. Com seu ombro machucado e Day com a perna quebrada, com dificuldades para se locomover, passar despercebidos pelos soldados de Vegas em busca dos Patriotas não tem sido fácil. Quando finalmente os encontram, a ajuda, claro, tem seu preço, a morte do novo Eleitor. Diante da falta de opções eles se vêem obrigados a participar do plano dos Patriotas. Eles usaram a imagem de Day que conquistou o povo para instigar manifestações, assim como June, já que o novo Eleitor tem um visível interesse nela, para que se infiltre no governo. O plano está seguindo seu curso, June está perto do Eleitor, mas percebe que ele pode ser capaz de realizar a mudança que a República tanto precisa.

Meu cantinho:
Assim como comecei a minha resenha do primeiro livro dessa série, vou começar o segundo, fazendo elogios a diagramação. A narração dos capítulos continua dividida entre Day e June, com uma fonte diferente para cada, o que eu acho muito bacana. O livro mantém o padrão de formatação, assim como os efeitos nas bordas das páginas além de seguir a capa original que é muito bonita. A editora tem feito um ótimo trabalho nesse aspecto, mas tem pecado em outros. Infelizmente, há muitos problemas de revisão, erros de português, de digitação, espaços onde não são necessários, aspas que não se fecham. Também fiquei com uma dúvida por conta da leitura (me desculpe se for burrice da minha parte), mas vidros a prova de bala, podem ser a prova de bala apenas de um lado? Porque tem isso no livro, mas imaginava que para ele ser resistente a prova de balas, ele seria de um todo,  não de um lado sim e de outro não - não sei se isso é possível, ou se faz sentindo, mas tem no livro.
Prodigy é um livro que não fica parado. June e Day estão fugindo para Las Vegas, como Kaede lhes informou, os patriotas só foram pagos para impedir que Day fosse executado e não para levá-los em segurança até lá. June está machucada, mas Day está pior ainda com a perna quebrada e com dificuldades de se locomover. Day está decidido a procurar os Patriotas, ele quer saber se eles podem conseguir informações de seu irmão mais novo, se poderia levá-los as colônias, assim como quer saber se Tess está bem. Mas June o alerta de que eles não têm dinheiro e que os Patriotas não irão mover um dedo sem que recebam por isso. Ao chegar em Vegas eles quase se metem em problemas com alguns soldados, mas Kaede os ajuda e os levam para encontrar o líder dos Patriotas. O líder é Razor, um oficial da República, que lhes faz uma proposta: diante da notícia de que O Eleitor morreu e que agora seu filho irá assumir o cargo, e das divergências entre ele e o Conselho, eles querem que eles matem O Eleitor. Eles querem usar a imagem de Day, que demonstrou resistência a República, como o assassino do Eleitor. Para montar uma emboscada eles precisam de alguém de confiança para se aproximar do Eleitor, esse alguém seria June. O boato é que o novo Eleitor na realidade gosta de June e quer ela no governo ao seu lado (lógico que Day não gosta tanto dessa notícia). Eles se vêem encurralados, Day está gravemente ferido e a ajuda só virá se ele aceitar a proposta, eles também se comprometeram a ajudar a localizar seu irmão, assim como a fazer o possível para mantê-los em segurança. June também sabe que estão a mercê dos Patriotas, elas e Day estão feridos, sem capacidade de lutar, estão cercados de Patriotas e eles não o deixariam sair livremente se recusassem a proposta. Eles decidem aceitar a oferta, um plano meticuloso é elaborado e June passa por diversas situações até se ver de frente com O Eleitor, ela aos poucos começa a ganhar sua confiança, mas ela também fica abalada diante de seu posicionamento sobre o governo e logo percebe que os Patriotas estão errados em querer assassiná-lo. Com o plano correndo ela não sabe como fará par avisar Day, e precisa que ele acredite nela. Gostei muito de como tudo foi construído, do visível interesse do Eleitor por June, de como ele ganha a confiança dela, como ela tenta salvá-lo. Além das questões políticas tem as questões amorosas (tudo sempre bem balanceado). Day começa a achar que June não se desligou completamente da República, ele fica com ciúmes e as vezes começa a achar que ela está interessada no Eleitor. Além disso, Tess parece estar demonstrando certo interesse nele. A verdade é que como os capítulos são narrados pelos dois, podemos ver os desentendimentos que ambos têm. June fala algo que é entendido por Day de uma forma completamente diferente, e assim vice e versa. June fica com medo de que ele não a entenda de verdade, e Day começa a achar que ele não é bom o suficiente para ela, que sempre foi criada com dinheiro e coisas de bom gosto.
Gostei de como Day e June conhecem um mundo além da República e como se desenrola o final. Ele foi completamente instigante, com reviravoltas, mas absurdamente tristes. As mortes me comoveram, assim como a terrível notícia sobre Day. Nesse final se repete o desentendimento que falei anteriormente, Day não esclarece tudo com June e ela fica entendendo algo completamente diferente. Eu não sei como as coisas vão se solucionar, se chegaram a isso, não consegui ver uma luz no fim do túnel. Estou extremamente ansiosa pelo próximo livro!

Continuação:
O último livro dessa trilogia é Champion, acredito que vai levar um tempo para chegar ao Brasil já que ele foi lançado esse mês lá fora (com uma capa linda). Por enquanto, fiquem com o booktrailer aqui.

17 de novembro de 2013

A Bibliotecária

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[bom]

Eu recomendo: A Bibliotecária
Autora: Logan Belle
Editora: Record
                
Sinopse:
Regina acabou de terminar seu mestrado com honras e conseguiu um emprego no lugar dos seus sonhos, a Biblioteca Pública de Nova York. Certo dia almoçando nas escadarias ela vê um homem lindo que a encanta, a segunda vez que o vê, ele está em uma sala privada da biblioteca fazendo sexo com uma mulher. Ela não sabe se deve reportar o caso a sua chefe, até que descobre que aquela sala foi construída com uma doação da parte dele e que na verdade ele é o diretor do conselho da biblioteca. Ele parece interessado nela e a intima a sair – ela percebe que não é um pedido e sim uma ordem. Ela se vê no meio de um jogo de sedução, no qual ele é um dominador e quer que ela se submeta a ela. Regina é uma virgem, inexperiente, mas logo se entrega aos jogos de Sebastian. Ela está perdidamente apaixonada por ele, vivendo intensamente e arriscando tudo o que achava importante até esse momento da sua vida.

Meu cantinho:
Comprei esse livro baseada na seguinte lógica (ou falta dela): é um livro que muita gente falou que desejava, eu não faça a mínima ideia do que trata, mas o nome é a bibliotecária, então é um livro que envolve livros. Ponto final. Sim, um compra altamente por impulso! Quando o livro chegou e eu olhei a capa com mais atenção, assim como li o verso, percebi que se tratava de um livro erótico. Normalmente os livros que leio desse tipo sempre envolvem questões sobrenaturais, como A Irmandade da Adaga Negra, e o último livro que li, que envolvia erotismo e não tratava de um mundo paralelo, se baseando em uma realidade mais próxima a nossa, foi Luxúria, e foi um livro bem decepcionante. Esse livro foi muito melhor que Luxúria, mas ainda assim tenho muitas críticas a ele.
Acredito que pelo sucesso que fez a série 50 tons de cinza (que não li mais sei que muitos amam e que outros odeiam completamente), os livros eróticos ganharam um novo destaque no Brasil. Apesar de não ler muitos livros desse gênero, tenho percebido certo padrão nas estórias e nos personagens, que tem me deixado incomodada. Sempre temos uma mulher, que é esforçada, bem sucedida na vida profissional, e apesar de bela não percebe sua beleza, é um tanto quanto desastrada, não liga para roupa ou maquiagem, tem uma vida amorosa desastrosa ou inexistente e um leque de experiências sexuais quase nulo. Regina Finch, nossa personagem principal, acabou de terminar seu mestrado com louvor e conseguiu o emprego dos seus sonhos como bibliotecária na Biblioteca Pública de Nova York. Seu pai morreu quando tinha oito anos e desde então ela sempre viveu com sua mãe, que a criou para que nunca dependesse de nenhum homem, que sempre controlou a filha e a desestimulou a sair com rapazes. Essa mudança para Nova York faz com que ela perceba como sua mãe dependia dela, e devido a grande atividade sexual de sua companheira de quarto (ela está dividindo um apartamento), ela percebe como não tem qualquer envolvimento com ninguém, principalmente pelo fato de ser virgem. Ela tem olhos azuis, um corte de cabelo que todos elogiam, mas não liga muito para moda, compra suas roupas em loja populares e mal sabe andar de sapato de salto. Odeio esse padrão de a mulher bem sucedida em sua carreira não tem qualquer vida amorosa, é sempre bonita mas anda como um patinho feio. Para enfatizar esse contraste eles colocam nossa personagem como mestre, portanto tem bem mais de vinte anos, e é virgem!
Partimos então para a ala masculina, os homens são sempre bem sucedidos, são homens de negócios, extremamente bonitos, deslumbrantes, os solteiros mais cobiçados da cidade. Obviamente que são muito ricos, elegantes, refinados, inteligente, cultos, com uma vida sexual extremamente ativa. Na maior parte dos livros que li até agora, eles são extremamente dominantes na relação e conseguem facilmente submeter qualquer mulher que desejem. Sebastian Barnes é o Diretor do Conselho da Biblioteca, um grande doador de fundos para essa instituição (portanto rico), ele também trabalha como fotografo e é formado em Literatura (inteligente). Ele é lindo de morrer, muito famoso, um dos solteiros mais cobiçados de Nova York, conhecido por não se prender a mulher nenhuma e ficar com várias, apesar de muitas não se importarem, já que tudo o que querem é um destaque na mídia. Ele tem uma vida sexual muito particular, no qual é dominante – mas preciso dizer que comparado a outros livros o nível de fetiche dele é bem baixo, ele causa dor, usa alguns instrumentos como chicote, algemas, e coisas relativamente “leves”. Em outros livros já vi coisas piores, de látex, coleiras, instrumentos que mais parecem de tortura, além de uma violência muito maior. Acho que me senti menos incomodada com essa leitura, porque apesar das cenas de sexo e o contraste entre prazer e dor, ele foi menos “intenso” que outras obras com que tive contato.
O enredo é basicamente o mesmo de sempre, homem lindo, culto e rico conhece mulher bonita, mas que se veste mau, com pouco conhecimento sexual. Ao ver esse deus grego sentimento e desejos começam a aflorar em nossa jovem, coisas que ela não costuma sentir. Eles começam a se envolver em uma relação com muita luxúria, então ele começa a mostrar coisas inusitadas relacionadas a dominação. Nossa então inexperiente mulher começa a entrar nesse mundo, e apesar de tudo ser novo e de uma leve hesitação ela se adapta a situação de submissa muito rapidamente. Ela então se apaixona e começa a querer algo mais, mas ele está habituado aos seus relacionamentos passageiros e baseados somente e sexo e não sabe exatamente como lidar com as necessidades dela, mas ele decide tentar pois percebe que está verdadeiramente apaixonado por ela. A Bibliotecária segue esse mesmo enredo de muitos outros livros, mas também traz algumas coisas a mais. Quando li Luxúria, livro do mesmo gênero e com o mesmo enredo, critiquei o fato dele se limitar a isso e as cenas de sexo, mas A Bibliotecária tem um “pano de fundo”. Primeiro a questão do emprego, ela começa a se envolver com Sebastian e descobre que sua chefe também já teve um caso com ele e começa a ter diversos problemas no emprego. Ela é rebaixada de cargo, sua chefe lhe impõe pequenas tarefas, começa a lhe vigiar de perto e parece estar esperando o menos deslize de Regina para lhe demitir. Preciso dizer para alguém que sonhava desde pequena com esse emprego, que viveu até o momento para isso, ela começa a arriscar demais seu emprego por um relacionamento. Não que ela não deva se envolver com ele, mas parece não existir a possibilidade de um equilíbrio, ou ela é bem sucedida no emprego e sem uma vida social/amorosa, ou ela tem a vida sexual mais louca do mundo com o cara mais cobiçado da cidade e não é capaz de ser responsável e manter seu emprego. Lógico que ela pode faltar em um dia e se sentir “indisposta” em outro, mas o fato é que sua chefe sabe que não é um mau estar ou uma gripe. Além disso, tem as coisas que ela faz no seu local de trabalho que não são corretas, como fazer sexo com Sebastian na sala de reunião assim que todo mundo saí (no horário do serviço). Outro diferencial do livro é a fotografia, Sebastian é um fotografo e costuma tirar fotos das mulheres com que se envolve, fotos sensuais, mostrando a submissão de suas parceiras. Enquanto isso é algo muito importante para Sebatian, é algo impensável para Regina, ela não se acha bonita para as fotos, assim como não quer revelar por completo sua vida sexual (apesar de que normalmente sua rejeição se dá pelo primeiro fator e não pelo segundo, o que é um tanto absurdo). Achei que o livro iria desenvolver mais o pano de fundo, as bibliotecas de uma forma em geral tem perdido o apoio do governo, tem tido problemas financeiros e dificuldade de arrecadar fundos, achei que isso seria mais explorado, que Regina iria aparecer com uma ideia fantástica para solucionar o problema, mas no meio do livro isso é deixado de lado. Mas pelo menos o livro tem certo pano de fundo, diferente de outros livros que parecem apenas querer narrar cenas de sexo.
É um livro interessante. Apesar de tratar de dominação e submissão, é até certo ponto leve, se comparados a outros livros e a realidade dessa preferência. O livro tem sexo, mas não é um livro que apenas quer narrar cenas quentes, e apesar das cenas serem bem intensas, não são várias e várias cenas por capítulos, os personagens tem uma estória por trás (apesar de no final o foco voltar para o casal). Os personagens como eu disse seguem o mesmo padrão de outros livros, o que me chateia um pouco, mas o que mais me irritou é o fato dela não conseguir desenvolver um bom trabalho diante dessa nova realidade sexual. Outro aspecto relacionado a esse gênero é que apesar de falar que existe a mulher dominante, me parece que nesses livros a mulher sempre é a submissa. Acredito que comparados a outros livros é um livro bom, mas nada de extraordinário, com algumas coisas que me desagradam.

Volume único.

13 de novembro de 2013

A Linha

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[muito bom]

Eu recomendo: A linha
Autora: Teri Hall
Editora: Novo Século
                
Sinopse:
Rachel vive com sua mãe na Propriedade, trabalhando para a Sra. Moore, próxima a Linha. Ela leva uma vida pacata, está sempre estudando para que um dia possa ter uma profissão, ajuda sua mãe no que pode nos cuidados da casa e agora tem ajudado a Sra. Moore no cultivo das orquídeas. Apenas a presença constante da Linha que impede que qualquer um saía ou entre do país, assim como seus estudos com sua mãe, que sempre enfatiza que nem tudo é o que parece, mostram que sua vida não é tão simples. A verdade então começa a ser revelada, o passado sobre a vida dos seus pais, assim como um inusitado pedido de socorro do outro lado da Linha chegam a Rachel e ela fará o que acredita ser certo.

Meu cantinho:
Comecei a ler esse livro com grandes expectativas, adoro livros que relatavam mundos futuristas, com governos controladores e focos de resistência. Acontece que quando comecei a ler não gostei tanto assim, a sorte desse livro foi que o levei para ler em um momento em que não tinha mais nada para fazer, se estivesse em casa, com acesso a outros livros eu provavelmente o teria colocado na estante e iniciado outra leitura. Esse livro é um pouco parado no começo, bem tedioso e isso me fez querer para a leitura, sorte minha não ter parado porque o final dele foi ótimo!
No livro temos Rachel, uma jovem, que vive na Propriedade e leva uma vida pacata. A verdade é que ela tem contato com sua mãe Vivian, sua empregadora a Sra. Moore e o outro senhor que trabalha na Propriedade, Jonathan. Raramente eles saem da Propriedade, um lugar que parece uma fazenda com uma estufa onde a Sra. Moore produz orquídeas. Rachel estuda em casa, sua mãe lhe ensina tudo o que pode, ela foi a escola apenas uma vez, mas logo sua mãe percebeu que seria educada para se encaixar no sistema e decidiu que ela não deveria frequentá-la.  Então, ela passa sua infância, assim como tem passado sua adolescência, sem contato com qualquer pessoa da idade dela.
Nesse começo os mistérios do livro se focam na linha e nos estudos de Rachel. A Propriedade fica perto da Linha, uma barreira desenvolvida pelo governo que não é possível transpor, ao tentar atravessá-la seu corpo chicoteia para longe. A Linha se relaciona com os estudos de Rachel, no qual sua mãe tenta demonstrar que quem escreve a história nem sempre conta toda a verdade, apesar da escassez de material, já que praticamente tudo o que tem provem do governo, ela tenta dar uma educação diferenciada, de modo que Rachel consiga ser critica sobre as informações que recebe. Ela aprende história, aprende sobre como a Linha foi construída, que devido a uma guerra, parte da população foi deixada do lado de fora e sofreram terrivelmente, com bombas nucleares, guerra, fome, pragas e outras coisas inimagináveis.
Entretanto, todos esses mistérios não são o suficiente para instigar a vontade do leitor, a verdade é que eu já estava na metade do livro e não havia acontecido muita coisa de substancial. Temos a Linha, o receio das pessoas quanto a essa barreira, medo das pessoas que vivem do outro lado, além de sua mãe querendo que ela pense de modo crítico. Ela ensina Rachel em casa e junta todo o dinheiro que pode, para que um dia sua filha possa seguir uma faculdade e assim ter um emprego, de modo a não correr o risco de passar necessidades (a atual divisão de classes é muito rígida, entre aqueles que têm um negócio próprio, uma profissão, os que são levados a trabalhar em grupos em tarefas miseráveis e aqueles que não têm nada). Rachel basicamente estuda, ajuda um pouco sua mãe a cuidar da casa e agora tem ajudado a Sra. Moore na estufa a cuidar das orquídeas. Então, em dia de folga ela decide ler na beira do rio e vê algo brilhando na água, ela então encontra um gravador, mas pouco consegue entender a mensagem, apenas que existe alguém muito doente e que essa pessoa irá esperar a noite, do outro lado da Linha, perto da estufa. No mesmo dia ela vai com sua mãe para a cidade e elas presenciam uma identificação, no qual uma mulher é levada a força pelas autoridades e sua mãe fica visivelmente alterada. Quando chegam em casa, Vivian revela segredos sobre seu passado e Rachel fica espantada. Chateada com os segredos ela saí a noite em busca da pessoa que enviou a mensagem pelo gravador e encontra Pático que afirma que seu pai está muito doente e eles precisam de antibióticos. Rachel decide roubar os remédios e ajudá-lo, mas a verdade é que não sabe se ele conseguirá mesmo desativar a Linha. Além disso, ela tem que fugir da sua mãe que não quer que ela se envolva com problemas, assim como não pode deixar que a Sra. Moore descubra qualquer coisa e os expulse da Propriedade. Depois desse ponto são revelações e segredos um atrás do outro e preciso dizer que não consegui largar o livro. Apesar do começo enfadonho o final compensa muito. Eu fui ficando desesperada porque ainda havia tanta coisa para acontecer e as páginas estavam acabando! Quando acabei de ler eu fui correndo saber sobre a continuação do livro (quando eu comecei a ler, nem sabia que se tratava de uma série).

Continuação:
O segundo livro da série é Away que foi lançado em 2011 lá fora e não sei por que motivo ainda não foi lançado no Brasil.

12 de novembro de 2013

Feita de Fumaça e Ossos

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[ótimo]

Eu recomendo: Feita de Fumaça e Ossos
Autora: Laini Taylor
Editora: Intrínseca
                
Sinopse:
Apesar da aparência pouco convencional de Karou, constituída de seu cabelo azul e inúmeras tatuagens pelo corpo, essa é a parte menos bizarra de sua vida. Karou foi criada por quimeras, em especial por Brimstone que tem uma loja na qual troca dentes por desejos. Hoje ela trabalha para ele e através da loja pode viajar para diferentes partes do planeta e recolher dentes – apesar de não saber o que ele fará com eles. Em um dia de trabalho ela é atacada por um anjo e consegue sobreviver, mas muitas dúvidas começam a surgir sobre quem ela realmente é. Esse anjo queima todas as portas da loja e a impede de ver sua família, ela agora parte em uma missão para voltar a encontrá-los. Acontece que o anjo está atrás de Karou, mas agora ele tem um diferente interesse nela.

Meu cantinho:
Quando mostrei esse livro na minha caixinha de correio, contei que o que me atraiu nele foi primeiro essa capa linda, depois o preço (menos de nove reais). Lógico que como uma comprada impulsiva, compulsiva, eu não fazia a mínima ideia do assunto do livro. A verdade é o que o livro valeu cada centavo, valia muito mais, eu me apaixonei por tudo e estou louca para saber o que acontecerá a seguir!
Karou tem o corpo coberto de tatuagens e os cabelos azuis, mas para aqueles que a conhecem, o que mais chama atenção nela é a imaginação fértil. Ela fala de outras criaturas, monstros estranhos, quimeras, como se fossem reais, ela inclusive os desenha – ela é estudante em uma escola de arte. Para Karou é mais fácil dizer toda a verdade e no final dar um sorriso como se tudo o que acabou de dizer fosse algo de sua cabeça, do que inventar mentiras e acabar se confundindo nelas. Karou foi criada Brimstone, Issa, Twiga e Yasri, quimeras, criaturas parte humana e parte animal, todos diferentes entre si. Brimstone administra um negócio, ele troca dentes por desejos. Conforme o valor do dente cresce o poder do desejo, de coisas banais do dia a dia, até o alcance de conhecimentos, de poderes, de vida eterna. Acontece que tudo é uma incógnita para Karou, ela os ama e os vê como uma família, mas quase nunca alcança respostas. Karou realiza trabalha para Brimstone recolhendo dentes pelo mundo (viajando através da loja que abre a porta para diferentes lugares pelo mundo, o que me lembrou um pouco O Castelo Animado), ela encontra pessoas que ou tem medo de ir a loja ou já tentaram enganar Brimstone e por isso estão proibidas de voltar lá, apesar de realizar os trabalhos mais estranhos – de já ter sido baleada, de ter que participar de leilões em mercado negros ou outra coisas esquisitas, tudo o que consegue são pequenos desejos. Brimstone não lhe dá desejos maiores, a não ser em algumas ocasiões como em seu aniversário, onde ele lhe dá uma nova língua (para que estudar quando se pode aprender tudo com um único desejo), mas sempre moderado, nada de capacidade de voar ou algo assim. Ela não sabe para que Brimstone recolhe os dentes, mas aprendeu um pouco sobre eles, ela sabe a diferença entre um dente de jacaré e um de crocodilo, sabe dizer detalhes de cada dente, analisar com cuidado. Com os dentes ele faz colares, mas é tudo o que sabe. Isso é muito bom porque o leitor sabe tanto quanto a personagem principal e fica se perguntando como os dentes podem ser usados, qual a finalidade e quais segredos se escondem nesse livro. Outra questão são as quimeras, ela cresceu com elas e os ama, mas a verdade é que não sabe nada sobre eles, se há outros iguais, se há outros diferentes, quantos existem.
Apesar dos segredos, das coisas incomuns, de ter que sumir de vez em quando para realizar seus trabalhos, Karou também leva uma vida relativamente normal como humana. Todos acreditam que suas estórias se devem a sua imaginação fértil, e que ela um pouco estranha com essas tatuagens todos e os cabelos sempre azuis (ela fez um desejo para que ele nascesse dessa cor), mas que ainda assim é apenas uma humana excêntrica. Karou também acredita ser humana até que certo dia, em um trabalho para Brimstone, ela é atacada por um anjo. Nessa luta ela descobre que os hamsás, olhos, que sempre estiveram tatuados em suas mãos (desde criança) enfraquecem o anjo e nesse momento ela começa a se perguntar o que ela é verdadeiramente. Dúvidas começam a surgir, mas ela não consegue obter as respostas. Akiva, o anjo que lhe atacou, queimou todas as entradas que existem pelo mundo que levavam a loja de Brimstone, ela não consegue mais voltar para sua família, assim não consegue obter as respostas que deseja. Karou começa a fazer de tudo para tentar voltar e nesse ponto temos muitas cenas interessantes acontecendo. Quando ela está chegando perto de seu objetivo Akiva volta, mas ele não decide lutar com ela, tudo o que ele queria era revê-la, sem conseguir entender os motivos. O livro fecha com chave de ouro revelando o que/quem Karou é verdadeiramente e também contando o passado de Akiva e o que o motivou a caçar Brimstone (além da guerra entre anjos e quimeras que Karou nunca soube da existência). Em muitos livros quando o autor começa a retomada de estórias passadas, para esclarecer o comportamento do personagem no momento presente, pode ser realmente enfadonho. As vezes quero matar o autor por não ser sucinto, responder as questões do leitor sem retomar todo o passado, contanto uma estória dentro da outra, mas com esse livro foi diferente. Eu estava curiosa, e autora escreve muito bem, cada página é um deleite e eu estava desesperada para saber do passado de Akiva. Ela constrói a estória atual liberando pequenos trechos do passado, intercalando passado e presente, e o leitor fica se esforçando para juntar todos os pedaços, cada parte é essencial e interessante.
Eu só posso dizer que terminei o livro cheia de esperanças e extremamente ansiosa para saber o que irá acontecer. Ainda não tenho o próximo livro (já via a capa e ela é linda), espero poder ler em breve.

Continuação:
O segundo volume da série é Dias de Sangue e Estrelas, estou louca para ler!

7 de novembro de 2013

Como salvar um vampiro apaixonado

[muito bom]

Eu recomendo: Como salvar um vampiro apaixonado
Autora: Beth Fantaskey
Editora: Arqueiro

Como se livrar de um vampiro apaixonado:
Como salvar um vampiro apaixonado é o segundo volume dessa série, se você não leu Como se livrar de um vampiro apaixonado o texto a seguir pode conter spoilers.

Sinopse:
Jess se casou com Lucius, mas ainda esperam pela votação para saber se serão rei e rainha. A verdade é que Lucius é um verdadeiro governante, mas ela tem dificuldade com os costumes, as línguas e se sente constantemente intimidada pelos anciões. A verdade é que ela precisa aprender, e precisa querer governar, pois Lucius precisa dela, e conspirações e inimigos querem fazer de tudo para impedir que eles subam ao trono. Jess pode contar com a lealdade de poucas pessoas, entre elas sua amiga Mindy e seu padrinho de casamento Raniero. Raniero marcado por seu terrível passado além de ter tentado assassinar Lucius quando adolescente, e Mindy com problemas na faculdade e perdidamente apaixonada por Raniero, um vampiro que esconde muitos segredos.

Meu cantinho:
Antes de o livro começar, há nas primeiras páginas o desenho do convite de casamento de Lucius e Antanasia (que eu particularmente acho um nome horrível, para mim ela sempre será Jess) e há um aviso da editora para que os leitores acessem seu site e leiam sobre o casamento deles. Eu não fiz isso até agora, mas recomendo a vocês que leiam antes, eles fazem muitas referências a cerimônia, assim como abordam personagens que para mim eram desconhecidos, mas que foram apresentados aos leitores nessa estória a parte. 
O livro é contado por diferentes pontos de vistas, temos capítulos narrados por Antanasia, sua melhor amiga Mindy, Lucius e Raniero. Os capítulos de Lucius e Raniero são todos escritos em forma de e-mail que os dois trocam. O livro mostra Jess com dificuldades enormes de adaptação na sua nova vida de princesa, eu tinha lido o primeiro livro a tanto tempo que fiquei me perguntando: ela era assim tão bobona? Porque eu me lembrava de uma Jess que ainda tinha dúvidas quanto a algumas coisas, mas era muito esforçada e também se arriscava (lembro dela preparando o coelho para Lucius que foi um desastre total). Acontece que depois que assumiu o trono Jess basicamente ficou muda, Lucius fala, os Anciões alfinetam ela e seu comportamento, e ela fica calada com cara de boba, sobrando sempre para Lucius já tão cheio de atribuições manter a imagem dos dois. Afinal, eles são príncipe e princesa, para se tornarem de fato rei e rainha eles passaram por uma votação e nesse meio tempo que lhes resta eles precisam provar que são capazes de governar. Ele tem que pensar em diversas coisas, ele quer trazer inovações para os clãs, quer implantar um governo que siga de fato as leis. Ele tem que manter a paz entre os clãs, mantê-los unidos, ele precisa estar sempre a par de tudo, se reunir com o conselho, pensar em modo de se tornar rei, além disso precisa estar sempre se preocupando com a segurança de Jess. Ela se tornou um fardo (apesar de Lucius amá-la muito e não pensar nela dessa forma), ela não fala, não opina, é insegura, nem ao menos tenta, é facilmente manipulada (outra coisa que me deu raiva nela foi o quanto ela é influenciada e manipulada e não percebe) ela sequer tenta aprender romeno e chega ao ponto de passar fome porque a cozinheira não entende a língua dela. Tudo bem que ela é a princesa e talvez a cozinheira devesse tentar entendê-la, mas a verdade é que sendo a princesa e futura rainha o mínimo que ela deveria tentar fazer é aprender a língua do país que ela pretende governar. O fato que ela não se importa de verdade com os clãs, com governar, essa posição foi apenas uma atribuição que veio ao se casar com Lucius. 
Tudo se complica quando Claudiu, um ancião é assassinado. O principal é Lucius, já que na reunião anterior Claudiu estava ofendendo Antanasia e coube a Lucius defendê-la e acabou ocorrendo uma discussão. Nesse ponto Jess é manipulada novamente e acaba caindo em uma armadilha fazendo com que Lucius vá para prisão, onde ele será privado de sangue correndo o risco de ficar louco por conta disso, ficando a pão e água. Ela nem mesmo é capaz de marcar seu julgamento porque não consegue reunir provas e caso ele seja julgado e condenado sua pena será a morte. É nesse momento que Raniero, padrinho de casamento e sucessor do trono, volta a pedido de Lucius e o ajuda na segurança de Jess e ainda começa a ensiná-la e a forçá-la de modo que ela começa finalmente a crescer e a perceber sua nova realidade. Raniero foi uma surpresa deliciosa nesse livro, seu passado conturbado, seus segredos, seus medos, tornou esse livro muito interessante. Melhor de tudo foi seu envolvimento com Mindy, ela é um pouco fora do comum (em referência a outros humanos, e não a esse mundo de vampiros estranhos), mas muito amiga, leal e esperta. Apesar de ter amado o primeiro livro, acho que o romance de Raniero e Mindy supera em qualidade nesse segundo livro a estória do casal principal. Jess me causa agonia no começo do livro, mas é bom ver ela crescendo, amadurecendo e surpreendendo seus inimigos. O livro fechou com chave de ouro apesar dos problemas iniciais.

Volume final.

3 de novembro de 2013

Ninguém como você

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[regular]

Eu recomendo: Ninguém como você
Autora: Lauren Strasnick
Editora: iD
                
Sinopse:
Holly acabou de perder a mãe, seu pai ainda não está bem e seu melhor amigo Nils se afastou dela por conta de garotas. Holly começa a sair com Paul, um dos garotos mais populares do colégio, e depois da morte de sua mãe ele é um alívio, pois a faz se sentir viva e desejada. Mas Paul volta com sua ex-namorada Saskia porque ela está enfrentando sérios problemas em família, Holly tenta acabar tudo com ele mas não consegue e continua saindo com ele as escondidas. Quando passa a conhecer Saskia percebe que ela é uma garota fantástica e não quer prejudicar essa amizade, ao mesmo tempo Nils demonstra um interesse por Holly. Ela quer terminar tudo com o Paul e entrar nesse novo relacionamento com Nils e cultivar a amizade de Saskia, mas Paul quer continuar com ela e ameaça contar a verdade para todos.

Meu cantinho:
Essa foi uma troca por impulso no skoob onde o que mais pesou foi a editora e as poucas opções, eu tinha um crédito pelo plus e acabei solicitando-o. Acabou que não foi uma troca tão boa, o livro foi fraco com um final que não me agradou.
Holly está confusa, faz seis meses que sua morreu de câncer, não foi fácil ver a pessoa que ela amava definhando. Ela agora tem um medo enorme de que esteja fadada a morrer de câncer de mama igual sua mãe e está sempre procurando por possíveis nódulos em seu corpo. Além disso, ela está inquieta, pensando onde sua mãe está, se ela está bem, se há algo que sua mãe queira falar para ela e não teve a chance. Seu pai também não está bem, ele não consegue se desfazer das coisas de sua mãe e está distraído e abatido. Uma das poucas pessoas com quem ela pode contar é Nils, seu melhor amigo, mas a verdade é que sua amizade não é mais a mesma depois que Nils começou a se interessar pelas garotas e agora namora sempre uma menina diferente. Holly começa a sair com Paul as escondidas, ele é um dos meninos mais populares da escola e acabou de terminar seu namoro com Saskia, uma menina linda e popular. Logo percebemos que ela se importa muito mais com Nils do que com Paul, e apesar de perder a sua virgindade com Paul é visível o pouco interesse dela. Acontece que as coisas mudam quando Paul começa a procurar Holly com mais frequência e falar o quanto ela gosta dela e de sua força e vemos que ela se envolve não por ele, mas por gostar dos elogios. Entretanto Paul volta a namorar com Saskia e fala para Holly que ele precisa ficar com ela pois ela está com problemas sérios na família, tendo que lidar com um irmão em depressão, infelizmente Saskia não teria a força de Holly e Paul está se vendo obrigado a continuar com ela. Holly a princípio termina com ele, mas Paul vem mais elogios e mentiras e Holly acaba ficando ele. Paul não é um cara legal, e acho que Holly estava tão preocupada com a morte da sua mãe, se sentindo desamparada, abandonada, que quando Paul aparece com todos esses elogios e demonstrando desejo por ela, ela fica com ele por carência, não por paixão ou amor. Para fazer birra diante da proximidade de Paul e Saskia (afinal ela sempre vê os dois andando juntos no colégio, de mãos dadas, se beijando, se abraçando), ela acaba se aproximando de Saskia e onde ela esperava encontrar uma garota superficial e metida, ela encontra uma verdadeira amiga. Paul fica fazendo joguinhos, entres beijos com uma e aproximações com a outra e eu sinto uma vontade enorme de socar a cara dele. Ele é o típico playboy, convencido, mentiroso, enganador, e o pior de tudo é que senti que ele saiu impune nesse livro e não suportei isso! Logo Paul começa a mudar com Holly, as visitas e os elogios são cada vez menos frequentes (ele só aparece quando quer sexo) e a amizade com Saskia se fortalece, então Holly decide dar um fim a esse relacionamento que tem com Paul, mas ele não deixa que ela se afaste e ameaça contar a todos sobre o relacionamento dos dois caso ela não continue com ele (sim, um cara desprezível). Obviamente que esse é o pior momento possível porque Nils acabou de terminar com sua mais recente namorada e beijou Holly!
Não posso falar exatamente o que acontece no final do livro, mas posso dizer que o achei péssimo. Muita coisa fica em aberto e foi por isso que fui procurar saber se haveria uma continuação, não achei nada sobre um segundo livro, mas todas as resenhas que li falaram sobre esse final que não conclui nada e que uma continuação era necessária. Acho que Holly ferra tudo, ela faz muita coisa errada desde o começo, mas no final ela fecha com chave de ouro. Ela esconde as coisas de Nils, quando ela deveria ter contado tudo a ele, ela ainda se aproxima de Paul, ela bebe um monte e faz sexo com ele. Paul é um desgraçado e como disse, ele saí ileso de tudo o que eu faz e isso me irritou. Porque Holly pode ter errado, mas Paul errou ainda mais e quando ela tenta terminar com ele e concertar as coisas ele faz ameaças a ela! Algumas outras coisas me irritaram, mas não posso falar pois revelaria muitos detalhes do final. O livro começou com uma ideia até bacana, principalmente no que se refere a Holly e o medo da morte depois do que ocorreu a mãe dela, mas o rumo que o livro toma e o modo como ele acaba e decepcionante.

Volume único.