19 de dezembro de 2016

Lançamento do livro Je T’aime, Paris, da escritora Teca Machado


Conheci a Teca Machado na faculdade, ela foi a minha veterana no curso de Comunicação Social (e tenho quase certeza que ela foi uma das pessoas que me deu uma torta na cara em um dos trotes que levei). Na faculdade não tivemos muito contato, foi apenas depois de acabado o curso que nosso amor por leitura nos uniu. A Teca foi quem ligou um monte de aficionadas por livros, se tornando a peça principal na criação do nosso amado clube do livro, Meg’sArmy Book Club.
Em 2013 a Teca lançou seu livro I Love New York, que eu resenhei aqui no blog. Agora ela está lançando seu mais novo livro, também do gênero chick-lit, Je T’aime, Paris. Ele não é exatamente uma continuação de I Love New York, já que as histórias são independentes, mas alguns personagens seu livro de estreia aparecem no seu novo lançamento. Eu percebo como os livros da Stephanie Perkins, no qual em cada história temos um casal principal, mas os personagens de seus outros livros fazem breves aparições para matar a saudade que os leitores têm deles.

Eu, Teca, e a Larissa, integrantes do Meg's Army.

Je T’aime, Paris foi lançado oficialmente no dia 12 de dezembro em Brasília, onde a Teca mora hoje. Contudo, ela não podia deixar a família cuiabana de fora e hoje fez o seu lançamento aqui na cidade! E claro que eu não poderia deixar de prestigiar essa minha amiga querida, leitora voraz, escritora cativante e amiga da madrugada para quando acabo de ler um livro e preciso de alguém para desabafar!
Eu só fiquei triste porque esse ainda não é o livro do Juan, o personagem que eu mais gostei em I Love New York. Mas a Teca já me disse que o livro dele já está em produção - Te Quiero, Madrid - e se dermos sorte ano que vem já tem publicação nova! Como comprei o livro hoje ainda não tive tempo de ler para resenhar para vocês (leio rápido, só que não tanto assim), mas em breve espero publicar minha opinião sobre ele aqui no blog.

Minha dedicatória  

Confira abaixo a sinopse do livro:

O que você faria para salvar um grande amor e alguns milhões de euros?

Com um pai milionário encrencado com a Justiça e seus bens bloqueados, Ana Helena precisa aprender a viver com poucos recursos e decide se refugiar em Paris. Peraí! Como viver com pouco dinheiro em Paris? Não tem jeito! Arles acaba sendo a alternativa mais modesta. Mas a tranquilidade dessa pacata, porém charmosa, cidade do interior da França logo dá lugar a um turbilhão de acontecimentos envolvendo um novo amor, obras de arte importantes e homens tão ambiciosos que farão de tudo para colocar as mãos no que desejam.
A grande aventura leva Ana Helena de volta a Paris, com perseguições alucinadas, romance, estratégia, muita ação, drama e reviravoltas. O que você faria para salvar um grande amor e alguns milhões de euros?

Para saber mais sobre a Teca veja a página oficial dela no facebook clicando aqui. Ela também tem um blog chamado Casos, Acasos e Livros. O I Love New York está no skoob aqui, e para adicionar Je T’aime na sua lista de desejados clique aqui. Para comprar o livro você pode falar direto com a Teca, mandando uma mensagem no blog ou na página dela. Se preferir, ele também está a venda em ebook na Amazon.

16 de dezembro de 2016

Nesse natal, presenteie o Papai Noel!


Logo, logo é natal! A árvore está montada, as luzes estão piscando em todos os lugares, e o clima festivo está no ar. No dia 24 de dezembro o bom velhinho irá passar na casa de todos os bons meninos e meninas deixando presentes. Mas o que o Papai Noel ganha? Em alguns lugares biscoitos e leite quente, mas eu faço uma sugestão diferente: nesse natal presenteie o papai Noel com um livro!
Como assim? Bem, deixe me apresentar a vocês esse Papai Noel Cuiabano, também conhecido como Clovis Rezende de Matos. Ele tem um projeto muito bacana chamado Inclusão Literária, no qual com seu carro ele leva seu amor pela leitura para todo o Estado de Mato Grosso. Eu acho essa iniciativa maravilhosa já que às vezes tudo o que falta para uma pessoa é uma pequena oportunidade para adentrar nesse universo maravilho que eu tanto amo!


Foto pessoal do arquivo do Clovis de Matos

Eu já conhecia o Clovis de rosto (o rosto do Papai Noel) e já tinha ouvido falar por cima de seu projeto. Ano passado eu tive a oportunidade de conhecê-lo quando para uma disciplina da faculdade precisei fazer fotos dele para uma matéria que um colega estava escrevendo. Fiquei encantada com esse senhor que abriu mão de toda a sua biblioteca pessoal para poder compartilhá-la sem custo algum com aqueles que precisam.
Mas não foi apenas sua biblioteca que ele abriu mão, mas também o seu tempo e seu dinheiro que ele usa para custear a gasolina, alimentação e estádia de suas viagens. O dinheiro que consegue trabalhando como Papai Noel todo final de ano também é revertido para o projeto. E lá vai ele compartilhando seu amor...
Clóvis não é um Papai Noel apenas porque se parece com um, e se veste como um, mas porque ele de fato é esse bom velhinho em suas melhores características: dedicação, carinho, amor ao próximo, esperança. E é por todos esses sentimentos bons que Clóvis representa que eu estou aqui pedindo que nesse natal façamos algo por esse Papai Noel: doe um livro, uma história em quadrinho, um mangá ou um gibi. Faça o bem e ajude-o a fazer também!
Como você pode fazer essa doação? Você pode entrar em contato com o Clóvis pela sua página Inclusão Literária, você pode entrar em contato comigo por comentário aqui ou inbox no facebook e insta. Se você não for de Cuiabá pode mandar para mim pelo correio que eu farei os livros chegarem pra ele!

Juliana Kobayashi (ajudante do Papai Noel)
Rua Buenos Aires, nº 410, Ed. American Park, apto. 1402
Bairro Jardim das Américas
CEP: 78060-634
Cuiabá –MT

Se você for de Cuiabá podemos marcar um lugar bacana para que eu busque os livrou ou você pode passar aqui no meu prédio e só deixar os livro para Juliana do apto.1402 na portaria! O importante é que possamos ajudar essa iniciativa super bacana!
Eu mesma já estou separando alguns livros para doar! Mas um destaque especial nas minhas doações é o livro “O Presente do meu grande amor” (a foto no começo desse post) com doze histórias de natal (casando com a ocasião) organizadas por uma autora muito fofa que é a Stephanie Perkins. Eu sou apaixonada por diversos contos desse livro e fico feliz de saber que o Clóvis levará essa história maravilhosa para outras pessoas!

Conto com todos vocês para ajudar esse Projeto! 

11 de dezembro de 2016

A arte do Descaso

[bom]

Título: A arte do descaso
Autora: Cristina Tardáguila
Editora: Intrínseca

Sinopse:
O livro, baseado em fatos reais, relata o maior roubo de arte no Brasil. O assalto ocorreu em pleno carnaval, no Museu da Chácara do Céu, localizado no Rio de Janeiro, no qual trabalhos de artistas renomados como Salvador Dalí, Picasso, Monet e Matisse foram perdidos. A autora investiga e revela o despreparo da polícia e de outras autoridades, os erros cometidos, a falta de insfraestrutura, e outras situações que deixaram esse crime impune. Além disso, relata casos internacionais traçando um comparativo, revelando a eficiência de outros países diante de situações semelhantes.

Meu cantinho:
Antes de começar a falar do livro preciso fazer duas observações: a primeira sobre a foto, espero que tenham gostado! Os desenhos ao fundo são meus e tentarei fazer algumas fotos diferentes de agora em diante. A segunda observação é: eu voltei! Depois de mais de um ano (literalmente) sem fazer postagem aqui no blog - faculdade, trabalhos, serviço, estudo, preguiça - estou aqui perto do fim do ano para fazer a primeira postagem do ano! Vou tentar escrever por aqui de tempos em tempo e não esperar o fim de 2017 chegar para aparecer aqui novamente. Agora vamos ao livro!
A arte do descaso é um livro reportagem da jornalista Cristina Tardáguila que investiga o que de acordo com o FBI é o maior roubo de arte do Brasil, que está entre os dez maiores do mundo.  O interesse da autora pelo tema ocorreu quando ela percebeu que após cinco anos decorrido o crime, ele foi esquecido pelas mídias e pelas autoridades, sem qualquer solução, apesar de sua gravidade em escala mundial. 
Para as pessoas que amam arte e entendem a importância dela para a cultura e história da humanidade, esse livro é triste, porém essencial. Para aqueles que não conhecem ou apreciam arte, mas reconhecem nomes como Salvador Dalí, Picasso, Monet e Matisse, é preciso ler o livro para reconhecer o descaso do Brasil com o trabalho desses artistas mundialmente conhecidos. Já para as pessoas que não se importam com arte, cultura, história, e nunca sequer escutaram falar de Picasso, entendam que mais de 10 milhões de dólares (valor correspondente ao ano de 2006), foram facilmente arrancados de um museu e pouco se fez para reavê-lo. 
A autora começa o livro narrando o assalto ocorrido em pleno carnaval, no Museu da Chácara do Céu, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. A cena do crime é reconstituída por Cristina com base em informações retiradas do inquérito policial registrado, procurando recriar a cena com a maior imparcialidade possível. O relato conta que na tarde do dia 24 de fevereiro de 2006, quatro homens armados entram no museu, rendem os seguranças e os visitantes, fazendo um total de nove reféns. Eles desligam as câmeras e o sistema de vigilância, e em meia hora fogem com cinco obras de arte de grande valor, importância, e que não eram cobertas por um seguro. 
As peças eram um óleo sobre tela Marine, de Monet, valendo mais de 2 milhões na época do roubo; a tela Le jardin du Luxembourg de Matisse, avaliado em mais de 3 milhões de dólares; o óleo sobre madeira Les deux balcons de Salvador Dalí, avaliado também em mais de 3 milhões; a pintura a óleo La danse de Picasso, que valia 2 milhões de dólares quando roubada; e a última obra foi o livro de gravura Toros que reunia quinze pranchas de ilustrações do Picasso, mas que não foi roubado na íntegra, já que parte do trabalho estava em restauração, por isso seu valor no mercado está próximo a zero. Para aqueles que não conhecem as peças, a autora descreve seu tamanho, peso, cores, quando foram produzidas, citando um breve histórico do autor, seu valor, suas peculiaridades, além de outras considerações como a relevância daquele trabalho para o Brasil e para o mundo, e como elas foram parar no museu. Cristina também ilustra seu livro com foto dos museus e das obras que foram levadas.
Após relatar a cena do crime, a escritora começa a descrever seus desdobramentos com base em relatos e entrevistas de testemunhas, nos quais a demora, falta de conhecimento, capacitação e esforço das autoridades são evidentes, destacando a falta de estrutura do poder público para situações como essa. Os erros da polícia têm início na demora para chegar ao local do ocorrido, assim como a não interdição do espaço que permitiu a livre circulação de pessoas no local, comprometendo a cena do crime. Quando a polícia tenta informar outras instituições que tenham controle sobre as possíveis rotas de fuga aéreas e terrestres, as informações encaminhadas são vagas e não são atualizadas posteriormente. Nem todos os reféns foram ouvidos, muitos eram turistas estrangeiros, e não havia ninguém capaz de se comunicar em inglês, e nenhuma instrução foi passada. Dos quatro assaltantes apenas dois tem retrato falado, e a polícia não sabe explicar porque não foram feitos retratos dos outros dois. Com o passar do tempo os erros continuam, escutas que não são autorizadas e não são gravadas, falta de esforço para localizar possíveis suspeitos, erros que levam a polícia a ficar sem linhas de investigação, burocracias, falta de empenho, e o prazo de prescrição cada vez mais próximo.
Conforme demonstra a autora, os crimes de roubo de arte são os mais lucrativos do mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e armas. Apesar disso, pouco se faz aqui no Brasil, assim como em outros lugares, para mudar essa situação, já que há pouca comoção popular sobre o assunto e muitos consideram arte algo supérfluo e dispensável. Além disso, poucos casos são julgados e as penas são relativamente brandas. Com tudo o que é apontado no decorrer da leitura, e se baseando em experiências positivas de outros países, percebemos que é necessário, em primeiro lugar uma ação efetiva e a vontade do governo de mudar esse cenário. É preciso criar órgãos especializados, que trabalhem em rede, que sejam capacitados com conhecimentos mínimos na área, que haja uma catalogação do acervo existente no país, que a segurança seja proporcional ao seu valor histórico e cultural, e que a opinião pública defenda essa causa.
Cristina Tardáguila fez um grande trabalho de coleta de informações, detalhamento, e contextualização. Diferente da polícia ela falou com todas as pessoas presente durante o ocorrido, escutou a polícia federal, peritos, jornalistas, críticos de arte, especialistas em segurança do museu, servidores públicos, entre outras fontes. Ela fez ligações entre possíveis suspeitos que a própria polícia não fez, avaliou as informações disponíveis cuidadosamente, percebeu as falhas cometidas pelas autoridades assim como possíveis linhas de investigação. Sempre que faz referências a pesquisas ou estudos, ela cita diretamente a fonte e onde podemos encontrar aqueles dados mais detalhados. Quando realiza entrevistas ela sempre contextualiza o personagem, falando se sua formações, história, possível envolvimentos, momentos em que os entrevistou, suas expressões faciais e sentimentos que pareciam exprimir. Dessa forma, foi possível perceber o esforço da escritora para relatar com fidelidade o caso. Contudo, como uma jornalista, que deveria procurar analisar os fatos com imparcialidade e evitar um envolvimento pessoal com o tema pesquisado, a autora revela em diversas passagens situações que percebo como uma obsessão pelo tema. 
Por exemplo, Cristina relata que construiu uma maqueta em casa do Museu, para visualizar melhor os acontecimentos e construir hipóteses dos desdobramentos que não foi possível através dos relatos ou perícia. Quando saía com amigos seu assunto preferido era o crime, e quando alguém sugeria algo que ela não havia pensado, ela se sentava diante da maquete para testar as possibilidades. Além disso, ela conta que eram recorrentes os sonhos com o assalto, seja no papel de testemunha ou finalmente descobrindo onde as obras estavam. Em determinados momentos, quando parece estar próxima de alguma evidência, mas não consegue de fato alcançá-las, a jornalista faz conjecturas que parecem imparciais.
É compreensível que ao passar mais de dois anos apurando, fortemente envolvida nesse acontecimento, seja difícil de afastar emocionalmente e manter a imparcialidade. A questão é que seu trabalho como um livro reportagem fica comprometido diante desses fatos. A própria autora, em seus últimos capítulos, diz que chega um momento em que precisa voltar ao seu papel de jornalista, abandonar o “apego emocional”, o “turbilhão de emoções” assim como a “memória das horas dedicadas à investigação” e enfim estruturar sua reportagem.
Outro fato que me incomodou bastante foi o modo como esse livro foi apresentado ao público. Meu primeiro contato com essa obra foi através de resenhas publicadas na internet. Em quase todas, inclusive no título, era ressaltado que Cristina solucionou o maior crime de roubo de obras de artes do país, que enfrentou diversas situações de riscos assim como viajou para o exterior seguindo possíveis pistas da localização das peças roubadas. Todas essas afirmações são falsas, e quem as escreveu obviamente não leu o livro. 
Cristina encerra seu livro com um apelo, falando que era seu desejo solucionar o caso, mas que esse não foi possível, mas que ainda há tempo, pois o crime não prescreveu. Para tanto, seria necessária uma ação por parte do governo, e acredito que com sua fala e outras situações narradas no livro, a pressão popular é de fundamental importância para que as engrenagens se movam. Portanto, ela não solucionou o maior roubo de arte do país, mas gostaria que seu trabalho levasse a isso. Sobre as situações de riscos, elas são quase inexistentes. Seu trabalho de apuração envolve poucas situações perigosas, o que inclusive leva o leitor a certa monotonia na leitura nos primeiros capítulos. Acredito que a situação de risco em questão foi seu encontro com um homem acusando anteriormente de participação em outro crime, que aconteceu no mesmo museu, onde uma mesma tela foi roubada anteriormente (e na ocasião recuperada). Ela vai encontrar esse homem, em companhia de outro jornalista, em uma igreja que ele agora frequenta. Não descarto que a situação poderia ter sido perigosa, mas quando lemos a cena sem qualquer tensão ou perigo aparente, as “diversas situações de riscos” não parecem condizentes. Por fim, ressalto que a autora não viajou em momento algum atrás de qualquer pista do paradeiro das obras roubadas, ele viaja para participar de encontros, conversar com especialistas, conhecedores ou órgãos que trabalhem com roubo de arte. 
Referente ao trabalho estético do livro, a Editora Intrínseca está de parabéns com outro trabalho de grande qualidade. Com sua capa vermelha e detalhes em dourado na capa, o livro segue todo um padrão em dourado nos detalhes internos, como divisões de capítulos, numeração de página e letras capitulares que demonstra certo requinte que condiz com o tema abordado. A fonte, o espaçamento, a coloração da página e o trabalho de revisão foram adequados, possibilitando uma leitura agradável. O único problema detectado nesse aspecto foi que infelizmente o meu exemplar teve sua capa descolada do miolo, algo raro nos livros da Intrínseca, mas que aconteceu.
Resumindo, alguns erros no acabamento, certa lentidão na narrativa, e sem nada muito “emocionante”. Contudo, é um livro interessante para que tenhamos conhecimento da realidade que nos cerca, e do descaso que a arte enfrenta no nosso país e no mundo. A autora em diversos momentos faz referência a casos ocorrido no Brasil assim como em outros países, o que nos faz perceber como a situação geral é precária. Ela relata casos famosos bem sucedidos como O Grito de Edvar Munch, e outros tristes onde peças raras são destruídas para encobrir o crime. A autora demonstra que o poder público precisa agir e a opinião pública precisa de manifestar. Mais de 10 milhões de dólares foram levados de um museu, talvez as obras tenham sido queimadas, um segurança viu um Picasso ser derrubado e rasgado, o mundo perde um pedaço da história, mas ainda há tempo.

Volume único.