31 de maio de 2014

A Corrida de Escorpião

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[ótimo]

Eu recomendo: A corrida de Escorpião
Autora: Maggie Stiefvater
Editora: Verus

Sinopse:                                   
Quando chega novembro os cavalos d’água, também conhecidos como capaill uisce, começam a sair do mar e caminhar por Thisby. Diversos homens decidem capturar esses cavalos para participar da famosa corrida da cidade. Contudo, a maioria dos homens não sobrevive, seja no processo de captura, de treinamento ou na hora da corrida. Os cavalos são fortes, violentos, difíceis de serem domados e se alimentam de carne. Sean Kendrick tem 19 anos e foi o campeão da corrida nos últimos quatro anos, mas esse ano a vitória é a mais importante porque significa que o capaill uisce que ele monta, que tanto ama, mas que pertence ao seu patrão, pode finalmente ser seu. Puck Connolly é uma menina forte, que nunca montou um cavalo d’água, nem sequer viu uma corrida. Mas se verá obrigada a correr em busca do prêmio, para garantir a casa e o sustento de sua família, já que seus pais foram mortos por esses animais. Puck e Sean se veem envolvidos, e compreendem o motivo um do outro, mas nenhum deseja perder.

Meu cantinho:
Eu queria esse livro a muito tempo como disse na minha caixinha de correio aqui. Eu só não o comprava por conta do preço. Sempre tive muita curiosidade sobre a história, cavalos que saem da água, comem gente, uma corrida. Minha curiosidade foi saciada e preciso dizer que esse é o melhor livro que já li da autora. Gostei da saga Os lobos de Mercy Falls, mas sempre tive pequenas críticas a cada um dos livros, já em A Corrida de Escorpião não houve nada que me desagradasse.
Os cavalos saem da água sempre no mesmo período do ano, muitos capturam esses animais e passam o ano todo treinando para a corrida do ano seguinte. Algum tempo depois do começo da saída dos capaill uisce do mar temos o início das preparações para a corrida. Ocorrem as inscrições, o festival, os treinos próximos a praia como previsto no regulamento, até o dia da prova. Nesse período muitos acabam se machucando, perdendo sua montaria, ou sua vida. Muitos cavalos d’agua saem do mar e destroem casas, rebanhos, matam pessoas. Os que já foram capturados podem machucar outros competidores, outro cavalos, ou tentar fugir, já que o treino é na praia e estar perto do mar é uma tortura e eles sempre tentam retornar para o oceano. Eu fiquei encantada com esses animais, o que ela retirou de mitologias existentes, e o que ela foi capaz de criar. Amei totalmente o mundo por ela inventado!
O pai de Sean Kendrick morreu em uma das corridas, desde então ele ficou sobre a proteção de Malvern, ele trabalha nos estábulos, cuida de todos os cavalos, principalmente dos capaill uisce, que é capaz de entender como ninguém. Ele levou mais de seis anos treinando Corr, e a quatro anos o cavalga, ganhando as corridas e uma pequena porcentagem do prêmio (o resto fica para seu patrão, dono de Corr). Sean é um menino calado, mas muito respeitado por seus conhecimentos, ele é apaixonado por Corr, e não abandona seu emprego porque não quer deixá-lo, já que seu patrão se recusa a vendê-lo.
Puck Connolly vive com seus dois irmãos, Gabe e Finn desde que seus pais foram mortos por cavalos d’agua. O nome verdadeiro de Puck é Kate, uma garota que ama a família e a ilha acima de tudo. A situação financeira deles tem se complicado, Gabe tem um trabalho pesado do qual não gosta, Kate faz peças artesanais para vender em uma das lojinhas da cidade. Ela também ajuda a cuidar do irmão mais novo, da casa e prepara as refeições com o pouco que tem (sendo assim muitas refeições resultam apenas em latas de feijão).
Certo dia, Gabe dá a triste notícia de que ira embora para o continente, em seguida Puck descobre que a casa não está quitada, que ela pertence a Malvern, que eles possuem essa dívida e que ele pretende retomar a casa. O pior de tudo é que Gabe sabia, mas nunca os avisou. Ela então pede tempo a Malvern, pede que ele espere a corrida e ele lhe dá o prazo. O problema é que ela não tem um capaill uisce, nunca montou em uma dessas criaturas e não tem dinheiro para comprar um para o evento. Ela então lê o regulamento e percebe que esses só exigem uma montaria, então ela decide cavalgar Dove, sua égua. Ela tem a desvantagem de não ser bem nutrida, de não ser tão rápida e que será vista como alimento no meio dos capaill uisce. Contudo, ela tem a vantagem de não ter o desejo incontrolável pelo mar e se seguir em linha reta pode vencer.
Se a corrida em si já seria difícil para Puck, tudo piora quando ela percebe que os outros competidores não a querem na corrida por ela ser mulher. Surpreendentemente Sean fica ao seu lado, alegando que isso é irrelevante na corrida. Motivado pela coragem de Puck ele encara Malvern para obter Corr, e consegue desse uma promessa: se ele vencer essa corrida ele lhe venderá Corr. Sean luta pelo amigo que tanto ama, Puck luta pela casa e por seu sustento. Ambos desejam vencer a corrida, ao mesmo tempo em que se ressentem da ideia de vencer o outro, já que lentamente tem se aproximado e construído uma relação. Eu fiquei pensando como as coisas aconteceriam, como seria capaz dos dois vencerem a corrida e obterem o que desejam, mas já aviso que a corrida só terá um vencedor.
Adorei a leveza como ele conduziu o relacionamento de Puck e Sean, nada como nos romances convencionais. São poucas palavras, são muitos gestos, muitas ações, tudo em seu devido tempo. Adorei o mundo criado, me encantei por esses cavalos. Todos os personagens foram muito bem construídos, cada um com sua singularidade, sejam aqueles que nós amamos, aqueles que nos encantam (como Finn) e aquele que odiamos (como Mutt o filho bastardo de Malvern). Um livro encantador! O final me deixou com os olhos cheios d’água! Recomendo!

Volume único.

29 de maio de 2014

Aquele Verão

[regular]

Eu recomendo: Aquele Verão
Autora: Sarah Dessen
Editora: iD

Sinopse:
Haven é uma menina de quinze anos, magra e extremamente alta para sua idade. Com seus um metro e oitenta ela se sente deslocada, como se não se encaixasse em seu corpo. Além disso, muitas coisas parecem estar erradas na sua vida. Esse verão está sendo complicado, ela está trabalhando em uma loja de sapatos infantis e tem que lidar com chulé, pés sujos e um chefe que reclama da sua cota de meias. Sua melhor amiga tímida e certinha voltou do acampamento revoltada e rebelde. Sua mãe está mal agora que seu pai vai casar com a amante, a maldita mulherzinha do tempo, por quem a trocou há um ano. Para piorar tudo ela está grávida e faz o anúncio no jornal em que trabalha com seu pai. Sua irmã mais velha, Ashley vai se casar, e o mundo parece girar ao seu redor e tudo é motivo para drama. Haven é deixada de lado, com seus problemas, dores e pensamentos, com ninguém que parece realmente notá-la e compreende-la. 

Meu cantinho: 
Eu estava procurando livros para trocar no sebo e acabei me deparando com Aquele Verão. A sinopse me pareceu interessante, o livro estava no geral em bom estado e acabei pegando-o. Infelizmente o livro não foi tão bom quanto eu achei que seria. Eu li o livro inteiro, mas parece que nada de realmente significativo aconteceu, eu fiquei esperando ansiosamente que o final salvasse tudo. O fim não foi de todo ruim, mas não compensou todos os draminhas que aconteceram no resto do livro.
Haven tem um metro e oitenta e apenas quinze anos, ela é absurdamente alta para a sua idade e isso infelizmente a incomoda e a destaca. As pessoas olham e perguntam sobre sua altura, fazem alguns comentários depreciativos e isso só faz com que se sinta ainda pior no seu corpo. Para compensar ela tem essa irmã mais velha, de 21 anos, Ashley, que é pequena e delicada, e sempre foi popular, teve toda a atenção do mundo, da família, dos amigos e dos garotos. A vida de Haven está bagunçada a certo tempo, mas as situações parecem ter se agravado. A exatamente um ano seu pai contou a sua mãe que estava envolvido Lorna, a mulher do tempo, no jornal em que trabalha. Ele saiu de casa, Ashley tomou o partido do pai, Haven ficou em seu canto e sua mãe se despedaçou até que a nova vizinha Lydia, também sem marido, colocou sua mãe no rumo, para fazer cursos, sair para dançar, cuidar do jardim, apesar de obviamente sua mãe ainda sentir muito com a separação.
O casamento do seu pai com a nova esposa vai acontecer e Haven está se sentindo mal por deixar sua mãe só. Apesar de Lorna ser gentil ela ainda se ressente em certos momentos de sua presença por ter interferido no casamento de seus pais. Em poucos dias quem deve se casar é sua irmã, e ela não pode deixar de se sentir com raiva e frustrada. A cada novo problema Ashley faz um drama, que quer desistir de tudo, que não quer sabe de mais nada, que apenas vai fugir. Haven sempre foi ofuscada e deixada de lado, mas com o casamento a situação está ainda pior. Ela também sente que não tem mais sua irmã, aquela menina rebelde, divertida, namoradeira. Ela se perdeu após o divórcio dos pais e acabou se apoiando em Lewis, um cara pacato, meio careta, mas que está sempre lá em seus dramas. Ela sempre pensa em Sumner, um ex-namorado da sua irmã, o melhor que ela já teve, um cara divertido e que sempre defendia Haven e acabou permitindo que ela sempre acompanhasse o casal, aproximando assim as duas irmãs. Ela nunca entendeu porque Ashley terminou com ele.
Ela está enfrentando essa pressão toda e não tem mais o apoio da sua melhor amiga, que ao voltar de um acampamento só pensa no namorado mais velho que arrumou, vive fumando, desafiando os pais e querendo fugir para outro estado para encontrá-lo. Seu trabalho é um saco, ela trabalha no shopping em uma loja que vende sapatos infantis. Ela precisa lidar com crianças chatas, com pés extremamente sujos e com chulé, além de ter um chefe que lhe incomoda porque ela não empurra meias aos clientes. 
Ela está com todo esse drama (apesar de nem tudo ser tão horrível assim) e é quando ela reencontra Sumner pela cidade, e fica maravilhada pela presença dele, pois ele faz com que todos seus problemas desapareçam mesmo que por alguns instantes. Na verdade a capa do livro, o título, tudo está relacionado a Sumner e um verão que ela passou com ele e sua irmã a muitos anos atrás. Acontece que ele é um cara bacana, mas ela não se envolve com ele, e percebe que ele não é alguém que realmente a entenda e que seja alguém em que ela possa de fato confiar. Ela então está com todos esses draminhas quando a situação muda (isso nas últimas trinta páginas do livro) e ela larga mão do trabalho idiota e passa a ser sincera sobre as coisas que lhe incomodam e não cede diante dos problemas apenas porque poderia magoar os outros. O livro é cansativo, e Haven vai falando dos seus problemas e deixando que eles a esmaguem (mesmo coisas que poderiam ser facilmente contornadas) até que ela toma uma atitude já no final do livro. A história não tem nada de muito complexo ou extraordinário e fecha com uma lição no final.

Volume único.

28 de maio de 2014

Claros sinais de loucura

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[ótimo]

Eu recomendo: Claros sinais de Loucura
Autora: Karen Harringthon
Editora: Intrínseca

Sinopse:
Sarah tem onze anos e sempre muda de cidade quando alguém descobre sobre seu passado. Quando tinha dois anos, sua mãe decidiu matá-la junto com seu irmão gêmeo e afogou os dois. Quando o carteiro tocou a campainha ela pediu que ele chamasse a emergência e apenas Sarah pôde ser salva. Sua mãe hoje vive em um hospital psiquiátrico e seu pai é um alcoólatra, e sempre que algum novo caso surge semelhante ao da sua mãe, a mídia revive o caso, e ela e seu pai se vêem obrigados a fugir dos olhares e críticas. Ela acha que está ficando louca, sua melhor amiga é uma planta e ela conversa sempre em sua mente com o irmão morto, mas não tem certeza que é louca e não pode perguntar a ninguém, sem contar que “louca” é uma palavra-problema para se usar perto do pai. O que ela não sabe é que seu verão não será tão ruim quanto pensa e que pequenas ações começam a fazer seu mundo mudar.


Meu cantinho:
Eu comprei esse livro por dois motivos: o primeiro foi a curiosidade em relação ao nome, o segundo foi a comparação constante que vi em redes sociais, desse livro com Extraordinário. Após a leitura finalizada posso dizer que esses livros têm pouco em comum, mais o fato de ter como narrador uma criança, que enfrenta problemas e não gosta da atenção que chama, mas cada um tem problemas muito distintos um do outro, por isso não achei a comparação tão pertinente. Se fosse fazer uma comparação, acho que ele é muito mais parecido em alguns aspectos com Perdão, Leonard Peacock. Pessoas jovens que enfrentam problemas graves, dificuldade de se relacionar, que encontram a escrita de cartas como uma escapatória, uma forma de alívio diante de seus problemas, e na figura do professor alguém que possa lhe ajudar.
Assim que li o primeiro capítulo sabia que gostaria desse livro e que a leitura, apesar de ter uma criança de onze anos como narradora, que muitas vezes pode abordar situações ou ter pensamentos infantis, e que ao trazer o texto a partir do seu ponto de vista constrói uma leitura leve, ele ainda assim abordaria questões muito pesadas, diante de todas as coisas que Sarah viveu, e que ainda vive.
Sarah vive com o pai, mudando constantemente de cidade toda vez que descobrem quem é a mãe dela. Seu pai muda sempre para cidades pequenas, mas nunca saí do Texas e ela acredita que é porque é onde seu irmão está enterrado. Ela tem que fazer muitas coisas para ajudar em casa apesar de ser apenas uma criança, ela tem que esconder seu passado, aprender a mentir, cuidar do pai que está sempre bebendo, se vê privada de diversas coisas, não tem uma ajuda feminina para problemas que vão aparecendo com a idade, quase não tem amigos, ela conversa com o irmão morto e a única amiga constante em sua vida, com quem pode desabafar tudo é uma planta – o que ela enxerga como um claro sinal de que vai ficar louca como a mãe.
Sarah está começando suas férias de verão. Seu pai finalmente vai deixar que ela passe as férias na cidade, aos cuidados da vizinha adolescente, ao invés de precisar passá-lo com os avós. Ela vai fazer coisas de meninas, vai ler, vai se apaixonar, vai conhecer outra vizinha e vai  fazer coisas inusitadas que a fazem creer que é louca. Parece bobo falando desse modo, mas o livro é muito bom, ver como sua mente funciona, como ela relata os acontecimentos, é uma leitura cativante. Ela acha que esse será um verão maravilhoso até que uma mãe mata seu filho o e caso de sua própria mãe começa a ser relembrado por jornalistas. Ela acaba tendo que fugir para a casa dos avós, o pai bebe cada vez mais e ela decide finalmente enfrentá-lo, ela se abre com a avó sobre as coisas que não pode conversar com o pai e decide encarar de frente sua mãe. O final desse livro é esplêndido, realista, doloroso e tocante.
Creio que eu não fui capaz de escrever na resenha o quanto esse livro é interessante. É apenas um simples verão, mas Sarah não é uma menina comum, com um passado comum, e ela acredita que pode não ter um futuro comum, porque pode herdar a loucura da mãe. Suas reflexões, ações e o modo de ver o mundo são interessantíssimos, um livro singular. Recomendo.

Volume único.

27 de maio de 2014

Caixinha de Correio


Uma nova caixinha de correio! Começando com O silêncio das montanhas, que eu comprei porque amo os outros livros que li desse autor, em especial A Cidade do Sol. O outro livro é Schroder, comprei porque a sinopse me pareceu interessante, a capa é muito bonita, a editora é maravilhosa e porque ele estava bem baratinho.


Uma razão para respirar é o primeiro livro da Trilogia Breathing, a sinopse me chamou a atenção e espero que ele não seja só mais um livro desses new adults sem conteúdo. A Corrida do Escorpião é da mesma autora da série Os lobos de Mercy Falls, a sinopse é extremamente interessante e o livro parece ser muito original, mas nunca comprei antes por conta do preço. Acabei conseguindo um desconto progressivo, o livro continuou caro, mas decidi comprá-lo e aproveitar esse pequeno desconto.


Eu já havia lido algumas resenhas negativas a respeito de O Menino da Mala, mas a capa sempre me chamou a atenção e o livro estava tão barato que não consegui resistir. O guardião do tempo é outro livro do meu adorado Mitch Albom, estou muito ansiosa por essa leitura.


Esses últimos três livros eu consegui por trocas no sebo da minha cidade. O caminho para casa está bem sujinho e marcado nas laterais, mas ouvi muitas coisas positivas a respeito da autora e seu trabalho, então decidi pegá-lo. Nascida à meia-noite é o primeiro volume da saga Acampamento Shadow Falls, apesar da capa ter sido dobrada, quase não é possível perceber a marca pela frente, apenas olhando no verso. Aquele Verão é um dos livros em melhor estado, a sinopse me chamou atenção, espero gostar da leitura.


O que acharam dos meus novos livros?

25 de maio de 2014

Só depende de mim

[bom]

Eu recomendo: Só depende de mim
Autora: M. Leighton 
Editora: Record

Série Bad Boys:
Só depende de mim é o segundo volume dessa série, se você não leu Louca por você o texto a seguir pode conter spoilers.

Sinopse:
Cash e Olivia estão juntos, mas o relacionamento deles não tem sido fácil. A máfia russa está atrás deles, eles descobriram que Cash é Nash, e sabem que ele possui os livros que podem incriminá-los. A máfia também descobriu como atingi-lo: através de Olivia, mas no processo acabam sequestrando Marissa, a prima dela. Eles exigem os livros pela vida dela e Cash vai falar com seu pai para saber como proceder e é quando ele revela que tem mais trunfos do que Cash poderia imaginar. Olivia agora precisa lidar com os perigos da máfia e as dúvidas sobre seu relacionamento com Cash.

Meu cantinho:
Eu tenho um problema com essa série, pois o que eu menos gosto é sua característica principal, que são as cenas picantes. Eu comprei o primeiro livro da série sem muita pretensão, mas acabei me envolvendo com crimes, conflitos com a máfia russa, um romance de uma garota dividida entre irmãos gêmeos apenas para descobri que não são irmãos, mas uma pessoa fingindo ser duas como parte de um plano para se defender da máfia. Nesse segundo livro as coisas estão ainda mais tensas, a máfia descobriu sobre a dupla identidade de Cash, sabe que ele tem os livros que podem ajudar a inocentar o pai dele e como atingi-lo: Olivia. Já não bastassem as ameaças, a violência, os ataques da máfia o livro tem outra revelação bombástica, do mesmo tipo “Cash é Nash” do livro passado. Contudo, no meio de toda essa conspiração tem o romance, que não me desagrada ao todo, mas sim as cenas de sexo em excesso, o falar sobre órgãos genitais constantes e no topo de tudo a insegurança de Olivia por estar novamente saindo com um bad boy.
Eu sei que é um livro com conteúdo adulto, sei que as cenas de sexo fazem parte, mas eu acho que o exagero nunca é bom. Vou dar exemplos disso. Ela está trabalhando no bar e quando olha para ele já sente vontade de largar tudo e pular a bancada e agarrá-lo, mesmo sabendo que até poucas horas atrás estava fazendo sexo com ele. Em outra cena eles já estão entrando no clima novamente e Olivia comenta como gosta disso e como eles já fizeram sexo outras cinco vezes só hoje. Eles estão sofrendo uma enorme pressão da máfia, a prima de Olivia é sequestrada, mas Cash decide explicar tudo para ela em particular, como quer mantê-la segura, de repente está dando ordem e tirando a roupa dela. Ela liga para amiga dela bem cedo antes da aula da faculdade, tudo o que a amiga dela consegue falar é sobre pênis e o corpo escultural dos gêmeos. Cash vai dormir e tudo o que ele consegue pensar é em transar com Olivia mais uma vez. O ruim é que essas cenas ficaram muito forçadas. No livro passado havia a dúvida entre Nash e Cash, mas não havia esse peso todo da máfia querendo exterminar todo mundo. Se eu tivesse o meu apartamento arrombado, a minha prima sequestrada – quando era para ter sido eu; o cara por quem eu sou apaixonada recebendo ligações ameaçadoras eu não ia estar com clima nenhum para fazer tudo o que eles fazem ainda mais várias vezes ao dia. Como se todo esse sexo forçado não fosse ruim ainda temos Olivia com seus dilemas de: estou fazendo o certo me envolvendo novamente com um bad boy que pode partir meu coração? Sério... máfia, ameaças, sequestros, assassinatos e o que não saí da mente da menina é: meu namorado tem o perfil de bad boy.
Como disse, a parte de perseguições, dos planos, dos mistérios, das revelações bombásticas são muito boas, mas no meio de tudo isso é preciso lidar com esses dilemas bobos e excitação nas horas mais impróprias. Além disso, no decorrer da leitura é possível perceber alguns errinhos de revisão. Apesar disso tudo, estou muito curiosa, esperando a continuação, para saber se eles conseguiram se livrar da máfia e provar a inocência do pai de Cash. 

Continuação:
[Atualizado] O terceiro e último livro da série é Tudo por nós dois. Você pode ler a resenha dele clicando aqui.

22 de maio de 2014

The 100 - Os Escolhidos

[ótimo]

Eu recomendo: The 100 – Os escolhidos
Autora: Kass Morgan
Editora: Galera

Sinopse:
Uma terrível guerra nuclear impossibilitou a vida no planeta, obrigando poucos sobreviventes da raça humana a viverem em espaçonaves. Entretanto as espaçonaves estão ficando velhas e a necessidade de voltar a terra persiste. O governo decide secretamente enviar cem jovens deliquentes a Terra, que certamente seriam mortos ao completar 18 anos, mas que tem a chance de se redimir se sobreviverem. Clarke foi presa como cúmplice de seus pais, que na verdade foram ameaçados e sabotados pelo vice-chanceler. Quem contribuiu para a morte de seus pais e sua prisão foi Wells, seu namorado, que ao tentar ajudá-la acabou complicando tudo. Ao saber dessa missão ele comete um crime para ser enviado junto com ela. Além deles temos Bellamy, maior de idade, que orquestra um plano para entrar na cápsula de lançamento e impedir que sua irmã seja enviada a esse planeta sem ele para protegê-la; e Glass que consegue fugir diante da confusão que Bellamy causa, mal sabendo que ficar na nave pode ser tão perigoso quanto ser enviada a Terra.

Meu cantinho:
Eu comecei a ler esse livro sem muitas pretensões, mas fui completamente presa pelo enredo, me encantei com alguns personagens e fiquei abismada com o final. O livro tem seus capítulos ora narrados por Clarke, ora por Wells, Bellamy e Glass. Cada capítulo narra o que eles estão vivendo no momento, e em certas partes há uma mudança de fonte e com ela um retorno ao passado. Achei muito interessante, porque estava muito curiosa com coisas do passado que eram esclarecidas nesses trechos e através deles foi possível conhecer mais sobre os personagens.
Primeiramente nos é apresentado Clarke, que estava quase se formando em medicina, mas não pode completar seus estudos ao ser condenada e mandada para o confinamento. No começo não é explicado os motivos pelos quais ela foi condenada, apenas que seus pais também foram acusados e estão mortos. Ela não teve o mesmo fim ainda porque ainda não completou 18 anos, quando haverá uma revisão de seu caso e que se condenada, será morta. Sua morte é quase certa, já que nos últimos anos ninguém recebeu perdão, pois os recursos são limitados e eles não se importam de limitar o máximo o número de pessoas na nave. Fiquei muito surpresa com as memórias do passado dela, quando foi revelado o que aconteceu aos pais e porque ela foi condenada. Além disso, é mostrado coisas que ela fez que simplesmente me surpreenderam.
Wells é filho do chanceler, a principal autoridade da nave, e agora ele será confinado. Assim que soube de um projeto secreto no qual jovens condenados seriam enviados para terra ele cometeu um crime para ser enviado junto com Clarke, a garota que ama. Não se sabe se eles serão capazes de sobreviver, não se sabe qual o nível de radiação existente na terra. Cem condenados serão enviados para a Terra, eles serão monitorados por pulseiras, e se sobreviverem receberão perdão por seus crimes. Quando percebemos que ele cometeu um crime apenas para poder segui-la, correndo o risco de morrer nesse planeta desconhecido, o leitor logo pensa que é a coisa mais romântica do mundo. Quando nos é revelado o que ele fez, como ele acabou ajudando na condenação de Clarke mesmo assim eu não fiquei contra ele, já que ele estava apenas tentando ajudar. Quando ele faz algo no final do livro que irrita Clarke, mas que salva a vida dela, ainda assim não fiquei contra ele. Entretanto, quando nos foi revelado a imensidão de tudo o que ele já fez por ela eu fiquei com medo dele, acho que ele é um lunático e me tornei totalmente team Bellamy.
Bellamy é um jovem de 20 anos que tem uma irmã que foi condenada por roubar comida para dar para pessoas famintas. É extremamente raro se ter uma irmã, pois o controle populacional é rígido e não se é permitido mais de um filho por família. Bellamy começa a contrabandear informações para saber da irmã e é quando descobre sobre a missão de enviar os condenados a Terra. Ele bola um plano para que consiga se infiltrar e entrar na nave um pouco antes do lançamento, para que possa acompanhá-la. A dedicação dele é incrível, quando é relato cenas do passado dele fiquei encantada. O pequeno Bellamy cuidando da mãe, indo ao mercado, sem entender a barriga da mãe que cresce. Quando sua irmã nasce ele precisa ajudar a escondê-la dos guardas, cuidar dela, principalmente com sua mãe surtando, acreditando que será pega e assim morta. Quando já na Terra ele começa a se interessar por Clarke eu estava divida, Wells parecia muito devoto e Bellamy sabe ser cabeça dura. Mas como disse, no final do livro tomei totalmente o partido dele.
Glass foi a personagem que me conquistou de cara. Quando Bellamy arma uma confusão na hora de embarcar e usa o chanceler de escudo, ela vê uma oportunidade para fugir. Tudo o que ela pensa é que precisa esclarecer tudo com o Luke, o rapaz que ela ama, ela precisa encontrá-lo, vê-lo mais uma vez antes de morrer. Eu acabei ficando encantada com a determinação e o romantismo dela e acabei pulando os outros capítulos (já que todos haviam sido enviados a terra e não havia risco de não entender o que estava acontecendo) e fui indo direto aos capítulos de Glass, extremamente curiosa para saber se ela conseguiria resolver sua situação com Luke e qual havia sido o motivo de seu confinamento.
Clarke, Wells, Bellamy e diversos outros jovens são enviados a terra. Há um problema na aterrissagem, alguns morrem no processo, outros ficam gravemente feridos. Além disso, é difícil se estabelecer uma ordem no meio de deliquentes, alguns que cometerem pequenos delitos, outros que parecem realmente perigosos. Há também o medo de que a radiação possa começar a afetá-los e todos comecem a morrer lentamente. A situação de todos está complicada, seja na terra ou na nave. O final desse livro é ainda mais surpreendente, me deixou curiosa e ansiosa pela continuação.

Continuação:
O próximo livro da série é Day 21, que será lançado em setembro desse ano lá fora, sem previsão de chegada aqui.

21 de maio de 2014

A Escolha

[ótimo]

Eu recomendo: A Escolha
Autora: Kiera Cass
Editora: Seguinte

A Seleção:
A Escolha é o terceiro volume dessa série, se você não leu A Seleção e A Elite, o texto a seguir pode conter spoilers.

Sinopse:
America está decidida a lutar por Maxon, porém ela não está sendo bem sucedida. Ela precisa enfrentar uma forte concorrência de uma garota apaixonada e outras duas extremamente determinadas, e não tem certeza se os sentimentos de Maxon por ela são amor. Além disso, o rei é extremamente contra a sua participação e sempre que ela age de modo impensado conquista o carinho do povo e o ódio dele. Nesse final do processo da seleção America precisa lutar por Maxon, ser capaz de abrir mão definitivamente de Aspen e enfrentar a fúria dos rebeldes e seus ataques constantes.

Meu cantinho:
Eu surtei completamente quando li os três primeiros capítulos de A Escolha que foi disponibilizado em Os Contos da Seleção porque nossa querida America estava tomando as piores decisões possíveis. Eu estava louca por esse livro, não o comprei em pré-venda porque não queria que demorasse muito para chegar, decidi comprar na livraria na data de lançamento – só que o livro não chegou na minha cidade. Minha sorte foi que viajei para Brasília e pude ir a livraria cultura comprar A Escolha e devorá-lo.
America finalmente decide se esforçar para conquistar Maxon, mas ela não sabe exatamente o que fazer. Ela tinha mais facilidade em encantá-lo sendo ela mesma do que tentando conquistá-lo. Lógico que o fato dela estar se esforçando por Maxon não significa que ela desistiu completamente de Aspen. Os sentimentos de America por Maxon são óbvios, mas ela tem tanto medo de não ser a escolhida que acaba não dispensando Aspen deixando-o como um plano reserva (o que não é nem um pouco legal da parte dela). 
Quanto a questão do casal, o leitor pensa: ela gosta dele, ele gosta dela, porque raios eles não estão juntos? Bem, vários fatores acabam atrapalhando os dois. Primeiro a insegurança de Maxon, afinal ele acha que America não gosta verdadeiramente dele, que ela ainda tem sentimentos pelo homem de seu passado e por isso nunca é capaz de dizer que a ama. America em um conversa sincera com as outras três candidatas restantes descobre o envolvimento e a intimidade que cada uma já teve com ele e percebe que ela não tem uma vantagem tão grande. Ela tem medo de revelar os seus reais sentimentos e não ser escolhida, voltar para a casa despedaçada. Por isso decide não dizer “eu te amo” para ele, até que ele tenha dito essas palavras para ela. Além disso, o rei obviamente desaprova a permanência de America nessa competição. Maxon diz para America que o único modo de seu pai aprová-la e se ela se tornar popular, se ela for a escolhida pelo povo. Ela não sabe exatamente como fazer isso, mas a verdade que quando ela age de acordo com seus princípios ela já os conquista. Em alguns momentos fiquei extremamente encantada e me arrepiei com o discurso e as palavras de America, com as suas ações. Ela pode ser meio estabanada em algumas coisas, mas seu senso de justiça é impecável. Contudo, ela podia estar conquistando o povo, mas na mesma proporção ganhava a desaprovação do rei.
Em paralelo ao romance temos a questão dos rebeldes. Fica claro que há dois tipos de rebeldes: o do norte, que não querem a tomada de poder, mas querem mudanças efetivas; e os do sul, que querem tomar o poder, que incitam a violência e que não devem realizar mudança alguma, apenas gerar mais opressão ao povo. Eu gostei muito dos personagens rebeldes do norte que aparecem, as revelações sobre a descendência de seu líder, e como eles querem fazer um acordo com Maxon, pois acreditam que ele é mais sensato que o pai e que ele será capaz de mudar o país. Acontece que eles também querem que como parte do acordo ele se case com America, o que irrita muito o príncipe porque ele está cansado de receber ordens sobre com quem deve se casar. A questão dos rebeldes se estende a família de America, e de repente há uma estrela que marca todos aqueles que são rebelde, e America começa a vê-la em todo o lugar. Eu achei um pouco forçado essa parte, foi muito inusitado, como se ele tivesse tentado dar sentido a algumas coisas, criou essa situação e nem foi capaz de explorá-la muito bem.
Já aviso que muitas pessoas morrem, algumas mortes me chocaram mais do que a outra, acabei sofrendo por alguém por quem eu achava que jamais derramaria uma lágrima. Algumas coisas me surpreenderam no final, Aspen principalmente, agindo de um modo que eu não esperava dele. O livro fica entre a escolha e os ataques rebeldes. Eu achei que a questão política seria mais enfocada nesse livro, mas a autora conseguiu balancear bem esse ponto com a questão romântica. Eu não fiquei decepcionada com o desfecho da situação romântica, mas acho que muitas coisas ficaram “no ar”. Tinha muita coisa para acontecer, muitas coisas para serem resolvidas no campo político e autora não falou sobre o futuro dessa parte. Estou torcendo para um extra sobre o futuro do país e do casal. Outra coisa que me chateou foi nosso príncipe, eu fiquei com certa raivinha de Maxon, ele conseguiu ser muito estúpido perto do final do livro, mas do que quando ficou pegando Celeste pelos corredores. Finalizando vou falar da Celeste, eu a odiava completamente, mas ela se redime muito nesse livro. Apesar de inesperado gostei de conhecer esse outro lado e fiquei encantada.

Continuação:
[Atualizado] A autora anunciou que escreverá mais dois livros para essa série. Leia a notícia completa aqui.

19 de maio de 2014

A estrela que nunca vai se apagar

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[bom]

Eu recomendo: A estrela que nunca vai se apagar
Autores: Esther Earl com Lori e Wayne Earl
Editora: Intrínseca

Sinopse:
Esther ficou famosa ao servir de inspiração para John Green, que escreveu o Best seller A Culpa é das Estrelas. Nesse livro temos uma introdução de John Green, relatos dos pais de Esther, cartas e páginas do diário que ela mantinha, depoimento de amigos, médicos e familiares, transcrições dos vídeos que Esther postava em seu canal pessoal assim como transcrições de conversas que ela tinha com seus amigos virtuais. O livro é repleto de fotos, desenhos e nos conta a história de Esther, uma menina comum, de uma família pobre, que começa a sofrer com dificuldade de respirar, faz alguns exames e descobre que possui câncer. Mesmo com a doença ela consegue tocar o coração de várias pessoas e fazer a diferença.

Meu cantinho:
Assim que o livro chegou fui surpreendida pela sua grossura, não esperava que o livro fosse tão grande. Eu fiquei desapontada pelo formato, porque esse é um daqueles livros que não é do grande ou do pequeno, ele fica em um meio termo e não tenho onde encaixá-lo na estante (pura questão de estética de gente neurótica, eu sei). Mas gostei muito da formatação de dentro, ele é um livro muito colorido e você passa a diferenciar cada passagem conforme a cor, as partes que Esther escreve geralmente são brancas, os relatos de amigos e familiares vem no verde com estrelas brancas ao fundo, relatos retirados do site que a família ou Esther postavam para aqueles que queriam acompanhar seu tratamento estão em laranja, e assim vai. O livro também tem muitas fotos, mas quase todas em uma resolução ruim (assim como a da capa), mas acredito que foram usadas por serem as únicas disponíveis.
Eu confesso que fiquei um pouco desapontada com o livro, foi diferente do que eu imaginava, mas ainda assim chorei muito, mais do que lendo A culpa é das estrelas. Logo na introdução escrita por John Green já comecei com a choradeira, ele falando como a conheceu, como a amizade deles se desenvolveu, como descobriu sobre a doença dela, sua morte, a dor de lidar com essa situação, sobre A culpa é das estrelas e como a pessoa que ele mais queira que lesse seu livro nunca poderá fazê-lo. Eu perdi meu pai para o câncer, então ver alguém com sentimentos semelhantes, a frustração, a perda, a dor, falar sobre momentos que não serão possíveis de ser vivenciado ao lado dessa pessoa, simplesmente me desarma, me toca, me faz chorar feito um bebê. Depois da introdução do John Green vem um relato sobre os pais de Lori sobre Esther Grace desde seu nascimento até a descoberta da doença. Ela foi uma criança muito fofa, que adorava os irmãos, animais, desenhar e escrever. Achei super fofa uma passagem no qual os pais relatavam que ela estava passando filtro solar em seu irmão mais novo Graham, e acaba caindo nos olhos dele. Ele começa a se desesperar e ela passa filtro nos próprios olhos para provar que não dói tanto assim até que os dois começam a chorar e vão buscar ajuda. Depois desse breve relato temos finalmente contato com a escrita de Esther, em sua maioria ela vem através de cartas ou páginas do diário que ela mantinha. Contudo, o que eu mais esperava, que eram os relatos dela, foram minha maior decepção. Ela escreve de modo vago, superficial, sobre coisas muitas vezes sem importância, ela faz lista de coisas que ela gosta, as vezes fala dos remédios, do sono, de Harry Potter, de Doctor Who, sobre como ama os pais, os irmãos e agradece constantemente a Deus. Ela faz sempre desenhos ao redor da sua escrita e muitos são copiados ao lado da tradução. As vezes há uma página da cópia do texto original em inglês e através da letra foi possível perceber um certo “declínio” na força dela, já que a letra a princípio extremamente legível se tornam rabiscos de difícil compreensão. O livro vai sendo intercalado entre textos escritos por Esther, texto postados no site onde seus pais ou ela escreviam sobre seu estado de saúde para aqueles interessados, transcrição dos vídeos dela no youtube (que eu sinceramente achei totalmente sem conteúdo), relatos de amigos, médicos e familiares, e transcrições de conversas do Catitude do qual Esther fazia parte. Acho que essas transcrições eram a pior parte do livro e foram usadas apenas para fazer volume. Esther tinha esse grupo de amigos no mundo online, que a princípio nem sequer sabiam da sua doença e ela gostava de manter assim. Era um grupo de amigos apaixonado por Harry Potter, todos nerdfighters, fãs de John Green. O livro coloca trechos das conversas dele que muitas vezes nem sequer fazem sentido, citam coisas fora do contexto para o leitor, totalmente desnecessário.
O que eu achei muito interessante sobre a vida de Esther foi a ajuda que ela acabou dando ao Harry Potter Alliance. Eu não conhecia o grupo, que me foi apresentado no livro, mas eles são como uma Armada Dumbledore do mundo real, que buscam fazer o bem. Eles estavam concorrendo a um prêmio em dinheiro para poder ajudar suas causas e estavam em terceiro lugar, Esther acabou falando disso com John Green que postou no seu vlog sobre a instituição e como ele queria apoio para ganhar essa causa com Esther. Achei muito fofo da parte do John Green, principalmente porque é recorrente na escrita de Esther como ela se queixa de querer fazer algo para ajudar os outros, mas está limitada por sua doença. Achei que ela ficaria extremamente feliz – o que ela ficou, mas em textos futuros ela achava que não tinha feito muito e ainda se sentia decepcionada, o que me entristeceu.
Quando é relatada a morte de Esther, já perto do final do livro, eu fiquei mal. Quando começaram os relatos daqueles que a conheciam, quando li o discurso fúnebre do pai dela eu comecei a encharcar meu livro de lágrimas. Talvez vocês pensem que eu sou insensível por me comover mais com os relatos daqueles que estavam ao seu lado do que com os relatos de Esther. Acontece que não só ela é superficial na sua escrita, e não se detalha na sua doença como os outros envolvidos, como eu consigo me identificar muito mais com aqueles que a cercam do que com ela. Como disse, vivi uma experiência parecida e ler o que eles viveram é reviver um pouco do que eu vivi, e eu não vivi o lado dela, mas o deles.
No geral é uma leitura válida, principalmente para aqueles que querem conhecer a pessoa que inspirou John Green a escrever aquele livro espetacular. Contudo, recomendo cautela, não é livro que nos prende tanto, principalmente pelas partes enfadonhas (transcrições de vídeos, conversas em chats), mas que ainda assim é capaz de emocionar o leitor.

Volume único. 

18 de maio de 2014

Caixinha de correio


Mostrando aqui uma nova caixinha de correio! Primeiro A cidade dos Segredos, que eu já queria faz um tempo, mas sempre enrolava para comprar. Depois Iluminadas, foi lançado a pouco tempo, e só ouvi coisas boas a respeito, comecei a leitura, estou nos primeiros capítulos, mas não estou totalmente presa a leitura.


O Fogo é o terceiro volume da série Bruxos e Bruxas, apesar de ter ficado um tanto quanto decepcionada com os últimos livros ainda quero saber como a história vai andar. Precisamos falar sobre Kevin é um livro que queria ler faz muito tempo, mas sempre adiava a compra por conta do preço do livro. Eu queria o livro com a capa original que acho muito mais bonita que a do filme, entretanto essa era a única disponível por um preço razoável e decidi comprar.


Eu nunca li nada da Nora Roberts, mas sempre escutei falar muito do trabalho dela. Decidi comprar um livro para conhecer o trabalho dela e escolhi o primeiro volume dessa série porque parece que tem feito muito sucesso. Jogos do Prazer é o terceiro volume da série Rothwell Brothers da Madeline Hunter. Eu só fiquei absurdamente triste porque o livro veio com a capa amassada (olhem a ponta superior direita do livro na foto), assim como a orelha e algumas páginas (valeu Saraiva). Estou tão cansada de livros danificados, de ter que ir no correio trocar toda vez que acabei desistindo.


Claros Sinais de Loucura eu comprei por conta da propaganda que a editora está fazendo em cima do livro, comparando-o com Extraordinário que foi um livro que eu amei! Só depende de mim é o segundo volume da série Bad Boys, apesar de ter minhas críticas ao primeiro volume da série gostei bastante dos segredos e reviravoltas do livro e quero ver como tudo vai acabar.


A estrela que nunca vai se apagar é um livro escrito por Esther, a garota que inspirou John Green a escrever seu livro A culpa é das estrelas (meu amorzinho total). Eu me surpreendi com a espessura do livro, mas fiquei triste pelo formato, ele é um pouco menor que os livros de tamanho grande e maior que os pequenos, ficando desajustado na estante de livro. Nessa foto fica difícil perceber as diferenças, mas na foto abaixo da para perceber melhor. Através do Universo é outra distopia passada no espaço, gostei bastante de Brilho, que foi nesse estilo, e a sinopse dele me interessou bastante, acabei comprando!


O que acharam dos meus bebês?

16 de maio de 2014

Silo

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[ótimo]

Eu recomendo: Silo
Autor: Hugh Howey
Editora: Intrínseca

Sinopse:
O mundo como conhecemos não existe mais. Os únicos sobreviventes da raça humana vivem no Silo, uma estrutura de mais de cem andares construídas dentro da terra. Cada andar é responsável por uma função, maternidade, plantio, água, mecânica, entre outros. Há algumas regras muito rígidas para que essa estrutura funcione e quem desobedece tais regras é mandado para o lado de fora, onde o ar é contaminado e as chances de sobrevivências nulas. O xerife Holston é uma das autoridades do Silo, quando ele afirma que quer sair uma grande comoção se espalha, pois há três anos sua mulher também foi mandada para o lado de fora por dizer a mesma coisa. Teria ele descoberto algo? Após sua morte uma pessoa improvável é escolhida pela prefeita para ser a nova xerife, Juliette, da mecânica, que vive nos andares mais profundos do Silo. Quando ela assume terá que lidar com uma série de assassinatos e uma conspiração descobrindo que esse lugar guarda terríveis segredos.

Meu cantinho:
Eu achei a capa desse livro pouco atraente, as cores escuras e manchadas no fundo dificultam ler o que está escrito na capa, e após o termino da leitura não achei ela muito conectada a história. No decorrer da leitura percebi um ou dois errinhos de revisão, isso me surpreendeu porque não é algo que costuma acontecer com os livros da Intrínseca – mas nada que prejudique a leitura.
Quem está acompanhando minhas caixinhas de correio sabe que eu comprei muita coisa boa esses últimos tempos, e dentre todos os livro decidi dar uma prioridade a Silo por conta das resenhas que havia lido, relatando um mundo pós-apocalíptico onde os sobrevivente vivem em estruturas debaixo da terra.
O começo da leitura foi um pouco difícil, os mistérios por de trás do Silo, o que aconteceu, não são explicados. Na verdade, sobre o passado, pouca coisa é revelada nesse livro, apenas breves sugestões são feitas já no final da leitura. Quando o livro acaba, há um trecho do próximo livro da série e pelo o que li, é nele que os mistérios serão finalmente revelados a leitor. O livro começa com Holston, o xerife do Silo divagando, ele passeando pelos andares, vendo as pessoas, relembrando coisas do passado. Eu achei um pouco enfadonha essa divagação do personagem, e isso infelizmente se repete mais a frente com outros personagens que vão ganhando destaque no enredo. Holston entra em uma cela, chama o delegado e amigo e diz que quer sair. Começa toda uma comoção e então o leitor começa a encaixar as peças. É proibido no Silo falar que se deseja sair, o ambiente lá fora é tóxico e impróprio para a vida humana, e sempre que uma pessoa saí ela faz a limpeza, que seria limpar os vidros pelo qual as pessoas de dentro conseguem visualizar o mundo de fora. Apesar de muitos se negarem, jurarem que não fazer eles sempre fazem a limpeza e seguem em direção a um morro onde caem mortos. Holston já queria sair a muito tempo, há três anos, quando sua própria mulher disse essas palavras proibidas e foi mandada para a limpeza. Ele não sabia o que havia lhe motivado, apenas que ela estava pesquisando alguns documentos secretos, sendo que boa parte havia sido danificada. Entre algumas suspeitas, a dor da perda e o desejo de entender sua mulher ele faz a limpeza e morre do lado de fora. Nesse processo o leitor acha que já solucionou todos os mistérios do livro, e que agora cabem aos personagens também descobrirem o que aconteceu. Grande erro, esse começo do que nos é apresentado não representa nem metade dos segredos que o Silo guarda.
A prefeita então decide, com a ajuda do delegado escolher um novo xerife. O delegado sugere uma mulher, Juliette, que trabalha na parte de mecânica, nos andares mais profundos do Silo (minha enorme surpresa quando descobri que é uma estrutura com mais de cem andares) e que é extremamente perceptiva e que ajudou Holston a solucionar um antigo caso envolvendo um dos seus colegas. Acontece que essa indicação acaba irritando o chefe da TI, um dos órgãos principais para o funcionamento do Silo. Depois desse episódio acontece uma série de mortes e assassinatos e Jules se vê nesse novo cargo, sem saber em quem confiar e como proceder.
O funcionamento do Silo em si já e fantástico, a divisão de tarefa por andar, o funcionamento das máquinas, a reciclagem de água, as plantações, o sorteio para quem poderá ter filhos sempre que alguém morre, como cada um aprende uma função ao se tornar uma sombra. Tudo é fantástico. Então começam esses mistérios. Jules quer investigar o caso de Holston, apesar dele ter sido dado como encerrado, ela quer saber o que a mulher descobriu e o que ele deve ter descoberto para seguir o mesmo caminho que ela. O que leva todos a fazer a limpeza mesmo quando muitos ao serem condenados por algum crime, e assim exilados do Silo, juram que não irão fazer mas fazem. Ao lado disso, ela começa a investigar um assassinato, sabendo que há poucas chances de conseguir provas contra o suspeito. Uma conspiração muito maior começa a surgir, outras pessoas começam a morrer e o leitor começa a perceber que os mistérios são muito maiores. E quando você acha que Juliette chegou a um beco sem saída o escritor te surpreende revelando mais mistérios. Esse livro acabou me lembrando um pouco O Reverso da Medalha por conta da passagem dos personagens. Você começa o livro do ponto de vista de um personagem que morre, então a leitura passa a acompanhar outros dois personagens, depois passa para Juliette, e então começa a acompanhar outras pessoas. Por isso as vezes é meio complicado falar desse livro, porque é um evento que vai desencadeando vários outros.
Eu confesso que achei que não iria gostar quando comecei a ler e me deparei com aquela divagação e descrições um pouco extensa, e apesar disso ter se repetido mais algumas vezes, não me incomodou mais. O autor cria uma tensão, são tantos mistérios, tanta ação que chega em um ponto onde o leitor simplesmente não consegue se desgrudar do livro. Eu estou mais do que ansiosa pelo próximo volume da série.

Continuação:
O próximo livro da trilogia Silo é Shift, procurei mais não achei uma previsão de lançamento no Brasil.

15 de maio de 2014

O Teste

[ótimo]

Eu recomendo: O Teste
Autora: Joelle Charbonneau
Editora: Única

Sinopse:
Cia Vale mora na Colônia Cinco Lagos e está preste a se formar. O que ela mais deseja é uma chance para participar do Teste e ser aprovada, para poder se formar na universidade e ajudar a Comunidade das Nações Unificadas a se recuperar do desastre da guerra, assim como seu pai faz. Entretanto, a muitos anos ninguém de sua colônia e selecionada, mas esse ano isso muda. Ela e mais três alunos são selecionados e devem partir em breve. O inesperado acontece quando seu pai diz que sua memória foi apagada, que se lembra de partir e de estar sentando recebendo sua aprovação. Mas que tempos depois ele começou a ter pesadelos e a se lembrar de passagens do teste, de lutas, de brigas, de morte. Cia agora não pode desistir e ser acusada de traição, ela não pode confiar e ninguém e terá que enfrentar o inesperado para sobreviver.

Meu cantinho:
Quero começar esse meu cantinho fazendo elogios a editora. Eles fizeram um trabalho muito bonito de edição e diagramação. O livro apesar de grosso é extremamente leve. A capa é muito bonita, bem mais bonita que a original, e tem todo um efeito de brilho com números ao fundo que você só percebe olhando com atenção. Achei muito interessante a editora disponibilizar um marca página destacável no final do livro, junto com a orelha que fala sobre a autora, não sabia que a editora fazia isso e achei uma ideia brilhante. Infelizmente preciso dizer que a editora também teve suas falhas, o ponto nesse livro foi a revisão. Encontrei alguns erros de concordâncias, palavras com letras invertidas, letras maiúsculas no meio de uma palavra, coisas que são um pouco chatas de se encontrar em um livro tão bom.
O livro trás um mundo pós-apocalíptico. Após uma terrível guerra entre os humanos seguida de diversos desastres naturais a humanidade foi praticamente dizimada, os recursos são escassos e há poucos lugares habitáveis. Todas as pessoas são valiosas, assim como seus trabalhos, mas apenas as mentes mais brilhantes são selecionadas para O Teste, de forma a concorrer a uma vaga na universidade e ter a chance de se tornar um futuro líder. Cia é muito inteligente, assim como seu pai e seus irmãos. Na verdade ela não entende como nenhum deles não foi selecionado ao teste, porque há anos ninguém de sua colônia é selecionado. Mas ela ainda tem esperanças de que será selecionada, e isso acontece a ela, Zandri, Tomas e Malachi. Quando seu pai percebe que ela foi selecionada para O Teste ele tem uma conversa com ela que assusta a Cia e os leitores. Seu pai quando foi selecionado para O Teste também estava empolgado, ele se lembra de partir para Tosu City e de repente ser avisado que passou no teste e que as memórias deles haviam sido apagadas para sua segurança. Ele entra na faculdade, estuda, comemora, e se esquece de seus amigos da sua cidade que haviam sido selecionados, mas não haviam sido aprovados no Teste. Então começam os pesadelos, ele se lembra de tiros, ele se lembra de uma sala, de estar andando em meio a escombros, de carregar uma amiga ferida, de uma explosão, de parte de corpos jogados na rua. Ele diz que encontrou outras pessoas que também tem pesadelos, uma delas a diretora que cuidava da escola anteriormente e que garantiu durante anos que ninguém fosse selecionado para O Teste. Ele alerta sua filha que será perigoso e que ela não pode desistir e ser acusada de traição, mas que ela não deve confiar em ninguém, que tentarão enganá-la, envenená-la, entre outras coisas, pois todos querem sobreviver e diminuir a concorrência.
O Teste de fato tem sua parte escrita, com provas, mas conforme a competição vai avançando e as pessoas vão sendo eliminadas, as provas vão se tornando mais complexas. Questões de raciocínio, de confiança, de ser capaz de obedecer, teste nas mais diversas habilidades práticas onde um erro pode custar a sua vida. A terrível realidade de que quem fracassa não saí vivo. Além disso, tem o medo dos demais concorrentes, que tentam intimidar, envenenar, roubar, trair. O Teste é incrível, cheio de tensão. Os leitores vão acompanhando o raciocínio e as pequenas habilidades e decisões de Cia que salvam a sua vida mais a frente. Ela não confia em ninguém a princípio, mas aos poucos vai se abrindo com Tomas, um dos seus colegas que veio da sua colônia. Na verdade, percebemos que já havia uma amizade entre eles, até o princípio de um romance que havia sido interrompido pelo medo de Cia, mas ambos vão se aproximando e dando suporte um ao outro durante O Teste. Tomas é um personagem que me deixou confusa, em diversos momentos gostei dele, em outros me deixou sem saber o que pensar. Além dele, todos os outros personagens secundários são muito bem desenvolvidos com suas peculiaridades, alguns despertando meu ódio e outros meu carinho.
Eu não quero revelar muitos detalhes de como funciona O Teste, porque não quero dar spoilers, e o melhor de ler esse livro é a surpresa em cada etapa, mas garanto que haverá muitas emoções, perigos e traições. O final do livro é simplesmente angustiante e espetacular; e o modo como ele acaba faz você se descabelar querendo ter em mãos o segundo livro da série.

Continuação: 
[Atualizado] O próximo livro dessa série é Estudos Independente. Você pode ler a resenha dele clicando aqui.