18 de dezembro de 2011

O menino do pijama listrado


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[muito bom]

Eu recomendo: O menino do pijama listrado
Autor: John Boyne
Editora: Cia. Das Letras

Sinopse:
Bruno, um menino de nove anos, vê sua vida mudar drasticamente após a transferência de seu pai. Ele muda de casa, fica longe dos seus amigos, não tem com quem brincar e se distrair. Já na casa nova, buscando explorar o lugar, Bruno se depara com uma cerca e com um menino magro, careca, que usa sempre um estranho pijama listrado e uma braçadeira com um desenho de uma estrela. Lentamente eles vão se aproximando, se tornando amigos, conversando, brincando, tudo com a cerca entre eles. Um belo livro que fala sobre a inocência das crianças em meio a uma guerra brutal.

Meu cantinho:
Livros relacionados a Segunda Guerra me fascinam, a comovente história do que as pessoas sofreram nessa época é algo que sempre meche muito comigo. Esse livro me comove mais ainda pela inocência das crianças que enfrentam essas questões, tanto aquelas do lado de dentro quanto do lado de fora da cerca que separam esses dois mundos. Na verdade, a guerra afeta ambos os garotos mas é como se eles não tivesse consciência da gravidade do que está ocorrendo. Samuel tem que mudar por conta do emprego do pai, se afastar de tudo que lhe é familiar, acaba não recebendo muito atenção devido aos compromissos do pai e se vê longe de seus amigos habituais. Shmuel vê sua vida mudar completamente de rumo, afastado de seus familiares, em um ambiente rígido, no qual passa por dificuldades e se vê forçado a trabalhar para evitar punições e apesar de todas as aflições e sofrimentos é como se ele não estivesse ciente da gravidade da situação.
Vejo que o autor nos passa uma importante lição através desse livro, no qual não existem nas crianças os preconceitos e as diferenças, são formulações que nós injetamos nas crianças. A inocência de uma criança é algo belo, eles se enxergarem como seres humanos independente de raça, cor ou religião, essa é a lição mais importante desse livro. Bruno vê um menino como ele do outro lado da cerca, que nem sempre está lá, que as vezes some e não pode falar com ele, que tem a cabeça raspada e está sempre de pijamas. Mas Bruno vê ali uma criança, um amigo com quem pode brincar, conversar, alguém como ele. Lembro do trecho no qual sua irmã tenta explicar porque todos estão juntos do outro lado da cerca e a dificuldade de Bruno em entender que ele não deve gostar dele porque são judeus, porque Bruno e sua família não são judeus, e os que não são judeus não gostam dos que são apenas por serem judeus. O livro é repleto de situações como essa, que demonstram a incoerência do que foi essa guerra e dos campos de concentração, do preconceito sem sentido e por isso a dificuldade das crianças de entenderem que devem odiar alguém pelo simples fato de não serem iguais.
O livro tem uma leitura simples, rápida, e ao mesmo tempo é tudo muito profundo, no final desse livro eu simplesmente não pude me conter e chorei muito! O que me deixou triste é que tenha acabado assim, é que não tenha nada mais, sei que não poderia acontecer mais nada, mas sabe aquele sentimento de querer uma continuação, de que a história mude, que tome outro rumo. Um livro com uma escrita leve mas uma densidade muito grande em sentimentos, afinal, as crianças tem sua inocência preservada, mas nós sabemos o terror que se esconde atrás daquelas cercas. Esse livro só não ganha a nota máxima por conta desse sentimento de que faltou algo. Nem sei se isso é justo, nem sei se posso cobrar algo assim, mas quando eu li esse livro e terminei tive um sentimento de que faltava algo, de que o autor escreve muito bem, por isso não precisava ter sido um livro tão curto, que ele poderia ter sido mais rico em detalhes, acho que faltou mais descrições e situações, o livro só peca na falta, porque quem lê se apaixona e quer mais. Acho que foi o mesmo sentimento de quando eu li De Bagdá com muito amor, adorei o livro, mas terminei a leitura com a impressão de que faltava algo.
Para finalizar gostaria de falar um pouco sobre o filme. Esse é mais um daqueles raros casos em que o livro vira mais filme mas não perde em qualidade. Na verdade, o filme é extremamente fiel ao livro mudando apenas pequenos detalhes necessários por conta da adaptação. Ambos são muito bons e recomendo os dois!

Volume único.

5 comentários:

  1. Juliana,

    É a segunda resenha que li desse livro nos últimos dois dias e tenho a ligeira impressão de que ele vai me emocionar extremamente, com tanta carga, tratando-se de um assunto delicado e envolvendo a amizade entre crianças, pura inocência.

    Também gosto de livros sobre a Segunda Guerra Mundial pela mensagem que eles nos passam da nossa própria ignorância, são um incentivo, de certa forma, para melhorarmos.

    Sobre o seu comentário lá no blog, "El Prisionero del Cielo", segundo a Suma de Letras, será publicado em 2012.

    Beijinhos,
    Ana - Na Parede do Quarto

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  2. Pronto, está aí um livro que me fez chorar muito, poucas vezes me emocionei tanto com uma história quanto com esta, é divino apesar de muito triste.

    Vanessa - Balaio

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  3. dizem que essa história é muito bonita mesmo, mas não animei a ler.
    beijos

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  4. Oi, tudo bem?

    Nunca me animei de ler esse livro, mas depois que vi resenhas maravilhosas dizendo que o livro é emocionante, criei um certo interesse.
    Espero poder ler logo.

    Beijos!

    Caah Oliveira - Open Mind
    (http://openmindbook.blogspot.com/)

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  5. Você é a primeira pessoa que vejo que sente que falta algo no final desse livro. Ainda não li, mas vejo sempre as pessoas falando muito bem dele.
    Parece ser ótimo e livros sobre guerras e acontecimentos históricos em geral chamam a minha atenção, por isso que também quero ler esse.


    Bjsss
    http://www.frozenlivros.blogspot.com

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