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[muito bom]
Eu
recomendo: O
menino do pijama listrado
Autor: John Boyne
Editora: Cia. Das Letras
Sinopse:
Bruno,
um menino de nove anos, vê sua vida mudar drasticamente após a transferência de
seu pai. Ele muda de casa, fica longe dos seus amigos, não tem com quem brincar
e se distrair. Já na casa nova, buscando explorar o lugar, Bruno se depara com
uma cerca e com um menino magro, careca, que usa sempre um estranho pijama
listrado e uma braçadeira com um desenho de uma estrela. Lentamente eles vão se
aproximando, se tornando amigos, conversando, brincando, tudo com a cerca entre
eles. Um belo livro que fala sobre a inocência das crianças em meio a uma
guerra brutal.
Meu cantinho:
Livros
relacionados a Segunda Guerra me fascinam, a comovente história do que as
pessoas sofreram nessa época é algo que sempre meche muito comigo. Esse livro
me comove mais ainda pela inocência das crianças que enfrentam essas questões,
tanto aquelas do lado de dentro quanto do lado de fora da cerca que separam
esses dois mundos. Na verdade, a guerra afeta ambos os garotos mas é como se
eles não tivesse consciência da gravidade do que está ocorrendo. Samuel tem que
mudar por conta do emprego do pai, se afastar de tudo que lhe é familiar, acaba
não recebendo muito atenção devido aos compromissos do pai e se vê longe de
seus amigos habituais. Shmuel vê sua vida mudar completamente de rumo, afastado
de seus familiares, em um ambiente rígido, no qual passa por dificuldades e se
vê forçado a trabalhar para evitar punições e apesar de todas as aflições e
sofrimentos é como se ele não estivesse ciente da gravidade da situação.
Vejo
que o autor nos passa uma importante lição através desse livro, no qual não
existem nas crianças os preconceitos e as diferenças, são formulações que nós
injetamos nas crianças. A inocência de uma criança é algo belo, eles se
enxergarem como seres humanos independente de raça, cor ou religião, essa é a
lição mais importante desse livro. Bruno vê um menino como ele do outro lado da
cerca, que nem sempre está lá, que as vezes some e não pode falar com ele, que
tem a cabeça raspada e está sempre de pijamas. Mas Bruno vê ali uma criança, um
amigo com quem pode brincar, conversar, alguém como ele. Lembro do trecho no
qual sua irmã tenta explicar porque todos estão juntos do outro lado da cerca e
a dificuldade de Bruno em entender que ele não deve gostar dele porque são
judeus, porque Bruno e sua família não são judeus, e os que não são judeus não
gostam dos que são apenas por serem judeus. O livro é repleto de situações como
essa, que demonstram a incoerência do que foi essa guerra e dos campos de
concentração, do preconceito sem sentido e por isso a dificuldade das crianças
de entenderem que devem odiar alguém pelo simples fato de não serem iguais.
O
livro tem uma leitura simples, rápida, e ao mesmo tempo é tudo muito profundo,
no final desse livro eu simplesmente não pude me conter e chorei muito! O que
me deixou triste é que tenha acabado assim, é que não tenha nada mais, sei que
não poderia acontecer mais nada, mas sabe aquele sentimento de querer uma
continuação, de que a história mude, que tome outro rumo. Um livro com uma
escrita leve mas uma densidade muito grande em sentimentos, afinal, as crianças
tem sua inocência preservada, mas nós sabemos o terror que se esconde atrás
daquelas cercas. Esse livro só não ganha a nota máxima por conta desse sentimento
de que faltou algo. Nem sei se isso é justo, nem sei se posso cobrar algo assim,
mas quando eu li esse livro e terminei tive um sentimento de que faltava algo,
de que o autor escreve muito bem, por isso não precisava ter sido um livro tão
curto, que ele poderia ter sido mais rico em detalhes, acho que faltou mais
descrições e situações, o livro só peca na falta, porque quem lê se apaixona e
quer mais. Acho que foi o mesmo sentimento de quando eu li De Bagdá com muito amor, adorei o livro, mas terminei a leitura com a impressão de que faltava
algo.
Para
finalizar gostaria de falar um pouco sobre o filme. Esse é mais um daqueles
raros casos em que o livro vira mais filme mas não perde em qualidade. Na
verdade, o filme é extremamente fiel ao livro mudando apenas pequenos detalhes necessários
por conta da adaptação. Ambos são muito bons e recomendo os dois!
Volume único.
Juliana,
ResponderExcluirÉ a segunda resenha que li desse livro nos últimos dois dias e tenho a ligeira impressão de que ele vai me emocionar extremamente, com tanta carga, tratando-se de um assunto delicado e envolvendo a amizade entre crianças, pura inocência.
Também gosto de livros sobre a Segunda Guerra Mundial pela mensagem que eles nos passam da nossa própria ignorância, são um incentivo, de certa forma, para melhorarmos.
Sobre o seu comentário lá no blog, "El Prisionero del Cielo", segundo a Suma de Letras, será publicado em 2012.
Beijinhos,
Ana - Na Parede do Quarto
Pronto, está aí um livro que me fez chorar muito, poucas vezes me emocionei tanto com uma história quanto com esta, é divino apesar de muito triste.
ResponderExcluirVanessa - Balaio
dizem que essa história é muito bonita mesmo, mas não animei a ler.
ResponderExcluirbeijos
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirNunca me animei de ler esse livro, mas depois que vi resenhas maravilhosas dizendo que o livro é emocionante, criei um certo interesse.
Espero poder ler logo.
Beijos!
Caah Oliveira - Open Mind
(http://openmindbook.blogspot.com/)
Você é a primeira pessoa que vejo que sente que falta algo no final desse livro. Ainda não li, mas vejo sempre as pessoas falando muito bem dele.
ResponderExcluirParece ser ótimo e livros sobre guerras e acontecimentos históricos em geral chamam a minha atenção, por isso que também quero ler esse.
Bjsss
http://www.frozenlivros.blogspot.com