8 de janeiro de 2013

A borboleta tatuada


««««««
[bom]

Eu recomendo: A borboleta tatuada
Autor: Philip Pullman
Editora: Objetiva

Sinopse:
Cris está trabalhando em uma festa a pedido de seu chefe Barry quando se encontra com Jenny, ela esta fugindo de uns caras e ele a ajuda. O mistério que envolve essa mulher encanta Cris, eles começam a sair, se aproximar e Cris está completa e perdidamente apaixonado, mas a verdade é que pouco sabe sobre ela. Jenny é uma menina que foge do passado, que não se importa muito com as coisas, com o futuro, que esconde coisas terríveis. Por acasos da vida vários desentendimentos acontecem, mentiras, intrigas, ingenuidade, desencontros e encontros, no qual Cris está fadado a matar a mulher que ele ama.

Meu cantinho:
Eu acabei esse livro e não sei dizer se gostei dele ou não, ele te empurra um monte de suposições, ele desmantela muita coisa no final, e ele te deixa com sentimentos tão confusos, que não sei dizer se gosto, mas posso dizer que tive muitos sentimentos no decorrer da leitura. Eu comecei a ler assim que consegui ele numa troca do skoob (a muito tempo), mas o livro não me prendeu e acabei largando ele, quando me solicitaram ele pelo plus falei: agora vou ler esse livro, e li ele em uma tarde.
Temos Cris trabalhando em uma festa quando ele conhece Jenny, ela está fugindo de um cara e seus amigos e ele lhe dá cobertura, logo se vê que ele gosta dela pelo mistério, e ele diz que essa é a mulher que ele vai matar no futuro.  Com essa fala dele você começa a criar milhares de suposições e analisar tudo o que acontece esperando para ver o que vai levar Cris a mata-la. Eu comecei a achar o comportamento de Cris um tanto quando obsessivo por alguém completamente desconhecido, a relação parece tomar um ar doentio, quando ele percebe que ela mente para ele, ele não se importa e diz “qualquer coisa que Jenny dissesse era melhor do que a verdade, só porque ela estava dizendo”, e assim que você tem a confirmação de que uma pessoa fica burra quando ama. E então você começa a avaliar Jenny, ela obviamente é uma menina perturbada, que não quer muita coisa da vida, o tipo que tem um passado sombrio (que é revelado ao leitor) e que é envolta por mistérios. Eu entendo que ela passou por coisas horríveis no passado, mas não acho que por isso ela seja obrigada a levar a vida que leva, ela pode muito bem tentar leva um vida boa, mas não se importa muito com isso. Você começa a ver seu lado destrutivo e pensa: ela vai acabar destruindo ele, porque ela é o tipo de pessoa que faz a coisa errada, mas ainda é capaz de fazer ele se sentir culpado.
As coisas começam a ficar confusas, você sabe que Jenny tem um lado destrutivo, você sabe que Cris está perdidamente apaixonado, mas não sabe como a morte de Jenny vai acontecer já que você começa a perceber a ingenuidade de Cris. É terrível o modo como a ingenuidade fica estampada em sua cara, e é terrível quando ele começa a perceber a falta de caráter das pessoas. Quando ele percebe sua ingenuidade, quando ele passa por coisas terríveis, ele acredita que cresceu, que sabe das coisas, mas na verdade ele continua sendo um cara fácil de se enganar que não sabe de nada, e é nesse ponto que eu me identifico um pouco com Cris.
Barry Miller é outro personagem fundamental dessa história, me pergunto como alguém é capaz de mentir de maneira tão compulsiva sobre tudo, me pergunto porque é tão difícil dizer a verdade quando ela é pequena e sem importância. As mentiras cresceram tanto e tomaram uma proporção gigantesca, que Barry acabou perdendo tudo o que tinha, mas me pergunto se isso será o suficiente para que ele aprenda sua lição.
O livro é muito interessante, porque apesar dos personagens viverem as cegas, o autor revela um pouco de cada personagem para o leitor, quando Jenny esconde seu passado, o leitor fica sabendo as atrocidades que viveu em sua infância, quando Barry conta mentiras grandiosas, o leitor fica sabendo da mediocridade que é sua vida.
O livro surpreende a todos, com a gama de possibilidades, de encontros, de desencontros que só é percebido pelo leitor. Preciso dizer que terminei a leitura com um sentimento ruim, de impunidade, de asco, de exaustão e de tristeza. Não sei o que esperar desse autor, há um tempo comprei a trilogia de A bússola de ouro e ainda não li, me imagino o quanto o trabalho dele ainda irá me surpreender.

Volume único.

Um comentário:

  1. Só o fato de ser um volume único já me ganhou, definitivamente não sou fã de séries, gosto de saber da história toda já de cara, nada de ficar protelando e enchendo linguiça, por isto, quero ler este livro que além deste fator ainda é do Philip Pullman, autor super bem falado.

    Vanessa - Blog do Balaio

    ResponderExcluir