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[ótimo]
Eu
recomendo: As aventuras de Pi
Autor: Yann
Martel
Editora: Nova
Fronteira
Sinopse:
Piscine Molitor
Patel, também conhecido como Pi, nasceu na Índia e mora em um zoológico que seu
pai administra. Tem uma mãe carinhosa, um irmão atleta, um pai rígido e muito
inteligente. Pi vai crescendo e descobrindo outras religiões, aos 16 anos ele é
hindu, cristão e mulçumano. Por dificuldades devido a política na Índia, sua
família vai se mudar para o Canadá e vender os animais dos zoológicos, no meio
do caminho o navio naufraga e Pi se vê em alto mar, dividindo o bote com uma
zebra, uma hiena, um orangotango e um tigre de bengala. Pi conta a sua história
de como sobreviveu 227 dias em um bote e como Richard Parker, o tigre, foi
essencial para sua sobrevivência.
Meu
cantinho:
No caso de As aventuras
de Pi eu vi o filme antes do livro, e o filme foi maravilhoso. Eu estava com
muita vontade de ler o livro, ganhei ele de presente de aniversário da minha
amiga Shayenne e fiquei super contente. Acontece que comecei a ouvir aqueles
boatos, e ler noticias que falaram sobre o fato do autor Yann ter roubado de um
ator brasileiro a ideia de um jovem num navio, que afunda, e ele se salva num
bote com um felino! O livro se chama Max e os Felinos de Moacyr Scliar, e de
fato a semelhança é incrível, li várias coisas sobre o assunto, em uma delas Yann
declara nunca ter lido Max e os Felinos, mas ter lido uma resenha negativa
desse livro e como achou a ideia boa, ele aproveitou essa ideia boa estragada
por um autor brasileiro ruim. Depois de muita polêmica [assista esse vídeo onde
Moacyr fala sobre o ocorrido] Yann ligou para o autor para pedir desculpas e
atualmente ele o agradece em seu prefácio com um: “Já a centelha de vida devo
ao Sr.Moacyr Scliar”. Apesar de tudo isso, preciso admitir que Yann tem uma
escrita incrível, e não sei até onde ele tirou isso de Moacyr (o que me deixou com
muita vontade de ler Max e os Felinos), mas acredito que muito seja dele, e As
aventuras de Pi é um livro magnífico, da capa (baseada no filme) aos 100
capítulos.
O autor escreve sobre
diversas coisas com muita “precisão”, apesar de serem assuntos variados, que
falam de cultura, curiosidade, animais, administração, religião, questões
existenciais. Ele me surpreendeu muito, e me fez pensar, quando trouxe questões
acerca do zoológico, da imagem ruim que normalmente criamos desse ambiente (e
que confesso que alguns zoológicos realmente me causam repudio), mas ele
argumenta muito bem sobre questões de conforto, segurança, a liberdade e
contrapontos entre o habitat natural e a jaula. Confesso que mudei um pouco minha
percepção, apesar de ainda ter alguns questionamentos contra alguns elementos
de alguns zoológicos. Quanto a religião, apesar desse normalmente ser um
assunto incomodo para mim (odeio a certeza que todos têm sobre a veracidade da
sua crença, invalidando todas as outras), Pi traz esse assunto de um modo
único, e de certo modo muito maduro, que poucas pessoas conseguem enxergar. Apesar
de conhecer poucos elementos do hinduísmo, me pareceu uma religião muito interessante
e pude perceber vários pontos de convergência com outras religiões (apesar das
pessoas normalmente se focarem nas diferenças, e na certeza do seu, consigo
perceber muito mais os pontos em comum). Pi nasce na Índia, é hinduísta, e
achei interessantíssimo seu primeiro contato com o cristianismo, é muito
interessante ver algo comum a nós sobre uma nova perspectiva. Pi adere a três religiões
com o passar do tempo, ele é cristão, hindu e mulçumano. Certo dia ele se
encontra com três religiosos de cada uma dessas religiões dos templos que ele
frenquenta, e eles começam a discutir sobre qual religião Pi segue, qual é a
certa, afirmando que ele não pode seguir todas e quando ele fala que Gandhi
disse que todas as religiões são corretas e tudo o que ele deseja é amar a
deus, ele retira todos os argumentos desses religiosos e para mim, demonstra
sua maturidade sobre todos eles. A única
crítica que tenho nesse ponto é quando ele fala a respeito do ateu, que este
tem o despertar da fé no leito de morte. Achei ruim essa percepção, não que
isso não aconteça com algumas pessoas, mas acho algo generalizado demais e
acredito que preconceituoso com aqueles que não têm uma crença religiosa.
O livro tem então
esse começo marcado por Pi, sua vida no zoológico, suas descobertas religiosas
(diferente do filme não tem questões amorosas) e por problemas políticos sua
família decide mudar para o Canadá.
Durante a viagem o cargueiro naufraga e Pi se vê num bote com animais do
zoológico, sendo um deles um tigre de bengala. Você deve pensar que ficar preso
no mar seja um tédio total, um dia igual ao outro, e não que não seja, mas
essas partes não são retratadas no livro. O que ele fala é sobre um menino
tentando adestrar um tigre para que possa ter acesso ao bote e não ficar boiando
precariamente sobre coletes e remos em alto mar. É uma tentativa de sobreviver
com água e comida escassas. Um menino que vegetariano que nunca matou nada na
vida, que se vê obrigado a pescar, a caçar tartarugas e matar aves para
alimentar um tigre faminto. É uma separação sem despedida extremamente
dolorosa. Este é um livro muito bem escrito, muito curioso e muito rico, eu
recomendo.
Volume
único.
Oi!
ResponderExcluirO livro parece ser até bom, mas i tantas resenhas negativas que acabei desistindo de ler. Ainda quero assistir ao filme.
BjO
http://the-sook.blogspot.com.br/
http://naoseioquefizdavidak4.blogspot.com.br/2013/07/selo.html
ResponderExcluirTem selinho lá no meu blog para você. ^^