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[ótimo]
Eu
recomendo: Puros
Autora:
Julianna
Baggott
Editora:
Intrínseca
Sinopse:
Ocorreram as
explosões, uma pequena parte da população ficou dentro do Domo, um lugar
completamente controlado, a salvo dos efeitos das bombas. A maior parte da
população que ficou do lado de fora morreu. Grande parte dos sobreviventes
estão mutilados, mas a maior parte está fundida. Alguns seres humanos se
fundiram a outros, formando grupais, outros se fundiram a animais, gatos,
cachorros, pássaros. A maior parte se fundiu a objetos, vidro, metal, plástico,
o que estivesse por perto. O mundo está horrível para quem vive do lado de
fora, mas nem tudo é perfeito para quem está no Domo. Partridge vive no Domo,
ele tem tido problemas, pois seu corpo não tem aceitado a codificação, uma
alteração comportamental que todos são obrigados a passar. Quando seu pai, uma
figura importante dentro do Domo, o questiona se sua mãe poderia ter lhe feito
tomar algo para que isso acontecesse, ele então percebe que sua mãe não morreu
nas explosões como seu pai lhe disse, que ela ainda pode estar viva. Ele
orquestra um plano de fuga, e do lado de fora ele encontra Pressia, uma menina
que viveu os horrores da explosão, com a cabeça de uma boneca no lugar da mão,
ela luta para sobreviver. Juntos eles partem em uma missão que irá revelar
detalhes sobre a vida dos dois e as monstruosidades da guerra.
Meu
cantinho:
O livro tem uma
divisão bem bacana, cada capítulo é narrado por um personagem, normalmente
quando ocorre essa distinção os capítulos são intercalados entres os dois personagens
principais, mas em Puros, há também alguns outros capítulos narrados por
personagens secundários. Como comprei o livro por impulso (novidade), não sabia
muito bem do que se tratava, só que era um mundo pós-apocalíptico. O verso do
livro tem alguns trechos, mas que quando eu li, não tiveram significado algum,
não esclarecem o assunto que seria abordado. A orelha do livro já traz uma
explicação melhor, mas ela ainda é muito superficial e não chega perto de
mostrar o que esse livro traz. Infelizmente não gostei de tudo quanto a diagramação,
achei a fonte um tanto quanto pequena e não gostei dos erros, alguns de
concordâncias e também troca de nome dos personagens. É incompreensível como
falhas tão grotescas escaparam a revisão de uma editora tão boa. Além disso, li
uma resenha em particular de uma blogueira que leu o livro em inglês e quando
viu a versão em português falou que a tradução peca muito, que há muitos termos
traduzidos erroneamente e que a edição, de uma maneira geral, foi ruim. Não
tiro “pontos” da autora e da obra, mas da editora.
O livro vai se
revelando pouco a pouco, cada vez mais mistérios, mais segredos, mais
reviravoltas. O prólogo fala sobre como bombas devastaram o mundo, e que uma
pequena parte da população sobreviveu dentro do Domo. As pessoas lá dentro
foram escolhidas, alertadas, tiveram tempo de se preparar, enquanto ninguém do
lado de fora sabia. Aqueles dentro do Domo apenas esperam que a situação do
lado de fora se estabilize, largando as pessoas do lado de fora a própria
sorte. O primeiro capítulo é narrado por Pressia, uma menina com traços
orientais, que gosta de construir coisas. Ela mora com seu avô no que seria uma
antiga barbearia, apesar de grande parte estar destruída. Ela está chateada
porque está perto de fazer 16 anos, todos aqueles que chegam a essa idade são
levados pela OBR. A OBR surgiu após as explosões como um grupo de Operação
Busca e Resgate que não durou muito, logo se tornou Operação Bendita Revolução,
controlando o povo pelo medo e com pretensões de um dia derrubar o Domo. A OBR
leva todos na mesma idade de 16 anos, aqueles que estão aptos e são capazes
tornam-se soldados, aqueles que estão muito deformados são usados como alvos
vivos. Nesse momento eu fui completamente surpreendida, porque as bombas
fizeram mais do que destruir as casas, as plantações, os animais, e grande
parte dos seres humanos. A bomba também modificou as formas de vida existentes,
as pessoas se fundiram a outras, a objetos, ou outros seres vivos. Pressia tem
no lugar de sua mão a cabeça de uma boneca. Seu avô uma ventoinha no pescoço e
não tem uma perna. Existem aqueles com engrenagens, vidros, cachorros, além
daqueles que não tem membros, ou aqueles que se tornaram grupais, vários seres
humanos fundidos. Alguns deixaram de ser humanos e se tornaram bestas, se
fundiram a terra, se tornando monstros que matam pessoas.
Diante da ameaça da
OBR Pressia se vê obrigada a fugir e a deixar seu avô para trás, ela decide ir
procurar Bradwell, um rapaz mais velho que ela descobriu recentemente ainda
estar vivo, que foi capaz de fugir da coleta da OBR. No caminho ela encontra
Partridge e descobre que os boatos são verdadeiros, um Puro, uma pessoa sem
deformidades, sem marcas, alguém do Domo saiu. Quando ele quase é atacado por
um grupo e quase pego pela OBR, ela o ajuda e fugir e descobre que ele quer
achar sua antiga casa, antes do ataque. Ela então o leva para encontrar
Bradweel, pois sabe que ele tem mapas e informações sobre as coisas do antes e do
depois das explosões. Partridge cresceu no Domo, seu pai está em posição de
poder, pois ajudou a projetar essa grande estrutura. Todos os rapazes dentro do
Domo passam por uma codificação, que aumenta as habilidades físicas, mas também
modificam questões comportamentais, que não tem afetado Partridge. Diante do
fato inesperado seu pai o chama para conversar, ele quer saber se sua mãe deu
algo a ele quando ele era criança que pudesse impedir a codificação, e quando
fala dela, refere-se ao presente e não ao passado. Ele então começa a perceber
diversos fatos que levam a crer que sua mãe está viva, por isso deixou o Domo,
ele quer encontrá-la.
O livro segue então
nessa busca pela mãe dele, mas com muitas interferências, reviravoltas, e
personagens secundários inacreditáveis (principalmente El Capitán que tem
inclusive tem alguns capítulos só dele). Ele deixa de ser apenas a busca pela
mãe, mas se torna algo muito maior, a busca por respostas, sobre a verdade por
de traz das explosões, o papel do Domo, além de vários outros segredos que a
autora revela aos poucos. O livro é cheio de surpresas, algumas coisas que
achamos que são apenas coincidências, mas são intimamente conectadas, enquanto
isso, temos situações que parecem fazer todo o sentido do mundo, mas estão
ligadas aleatoriamente.
Gosto muito do mundo
criado pela autora, uma mistura entre o grotesco e o sombrio. As fusões, a
perca da humanidade, criaturas monstruosas, feras e poeiras. Temos questão da
guerra, a busca pela sobrevivência, as dificuldades.
Gostei do fato que as
coisas estão ruim tanto dentro quanto fora do Domo. Do lado de fora tem muito
mais dificuldades, seja para se conseguir comida, um abrigo, enfrentas grupais,
bestas e poeiras, além da própria OBR que impõe seu poder ao povo. Mas dentro
do Domo existem suas dificuldades, apesar da maior parte das pessoas viverem em
uma utopia, há aqueles que sabem que a codificação modifica profundamente o
comportamento e a capacidade de escolha das pessoas, há limites e controle para
tudo, é o Domo que escolhe se você está apto a casar, a se reproduzir, a seguir
por determinada área de estudos. Além disso, há experiências secretas que o
Domo realiza, modificando seres humanos para que se tornem armas vivas. Achei
muito interessante quando li os agradecimentos da autora e ela fala sobre a
Segunda Guerra Mundial e os efeitos da bomba atômica que lhe inspiraram a
escrever esse livro, acredito que esse fator pode estar ainda mais presente no
próximo livro, pois acho que Pressia pode tentar sair em busca do seu pai que
tem ligações com o Japão (não posso revelar mais detalhes ou iria estragar a
surpresa).
Continuação:
O
segundo livro dessa trilogia se chama Fuse, lançado esse ano nos Estados
Unidos, sem previsão de lançamento no Brasil (espero que siga o padrão da capa
lá de fora porque está muito bonita).
Acho que nossos gêneros literários são um pouco diferentes, eu não gosto muito da premissa deste livro e por isto não leria, foram poucas as resenhas que li dele, mas que bom que vc gostou, é sempre gratificante quando um livro nos conquista né.
ResponderExcluirBeijão, Van - Blog do Balaio
balaiodelivros.blogspot.com.br