13 de julho de 2014

Never Sky - Sob o céu do nunca

[muito bom]

Eu recomendo: Never Sky – Sob o céu do nunca
Autora: Veronica Rossi
Editora: Prumo

Sinopse:
Tempestades de Éter deixaram o mundo devastado, parte da população conseguiu se salvar abrigando-se em núcleos, aqueles que ficaram do lado de fora morreram ou regrediram, vivendo em pequenas aldeias ou sozinhos, com dificuldade de conseguir alimentos ou lutando contra grupos canibais. Ária vive em um dos núcleos, tudo é perfeito para ela, até que ela perde contato com sua mãe, que está trabalhando em outro núcleo distante com pesquisas genéticas. Ela vai tentar descobrir o que aconteceu e acaba se envolvendo em uma confusão onde ela não só encontra um Forasteiro (alguém que vive fora dos núcleos) como acaba sendo enganada, e jogada do lado de fora, deixada para morrer. Isso até que reencontra esse Forasteiro, Peregrine, e juntos eles se unem para alcançar seus objetivos. Ária que reencontrar a mãe, Peregrine quer resgatar seu sobrinho que foi levado após sua tentativa de invasão do núcleo, isso será possível se eles concertarem o dispositivo de Ária que permite que ela se conecte ao núcleo e que foi quebrado no primeiro encontro dos dois. Encontrar alguém que concerte o dispositivo do lado de fora dos núcleos não será fácil, não há alimentos em abundância, existem ladrões, assassinos e canibais, além de outros perigos que Ária nem consegue imaginar.

Meu cantinho:
Quando mostrei esse livro na minha caixinha de correio eu contei a maior gafe que foi, porque eu o comprei na correria, sem ler direito, achando que era um livro da Veronica Roth, autora da série Divergente. Apenas quando o livro chegou e eu comecei a ler, que me toquei que esse livro era de uma autora completamente diferente. Mas tudo bem porque o livro é uma distopia – um dos meus gêneros preferido, e foi um livro muito bom.
Primeiro quero começar elogiando o trabalho da editora. O último livro que eu li da Prumo foi Progidy, que estava com erros muito feios de revisão. Entretanto, Never Sky teve uma revisão muito boa, uma diagramação muito bonita, detalhes bem feitos no início de cada capítulo além de uma capa condizente com a estória, completamente diferente da capa americana. Tem especificamente uma passagem do livro onde Ária fala do céu, parecendo uma pintura de Van Gogh, que eu acho que foi a inspiração para essa capa.
Os capítulos são narrados hora por Peregrine ora por Ária. Ária vive em Quimera, cidades encapsuladas, núcleos seguros, contra as tempestades de Éter que destruíram grande parte da terra. Os núcleos são autossuficientes, criam tudo que seja necessário para as pessoas, inclusive espaço e entretenimento através de criações multidimensionais de mundos, onde se pode mudar a aparência, criar o espaço, que atende aos olhos, ao tato, ao olfato. Ninguém ousa sair dos núcleos, lá fora não é seguro, há canibais, selvagens, radiação, não há comida, além das tempestades de Éter que podem facilmente matar qualquer um. O livro não explica o que é esse Éter, como ele surge, mas vemos o estrago que ele é capaz de fazer.
Ária é uma das nossas personagens principais, moradora de um núcleo. Eu não sabia o que significa uma ária, nem que tinha relação com a música, até que no final do livro a autora faz essa referência. Para quem não sabia como eu, ária refere-se a qualquer composição musical escrita para um cantor solista, o nome casa muito bem pois Ária sofreu modificações genéticas (por escolha da sua mãe) que permite que ela cante lindamente. Ela conhece pouco do mundo lá fora, apenas o que sempre ouviu falar: éter, radiação, canibais, contaminação; e é exatamente nesse lugar que ela vai parar. Ária acaba se envolvendo em uma enorme confusão ao tentar descobrir algo sobre o paradeiro de sua mãe, ele é uma geneticista que havia partido para outro núcleo para desenvolver pesquisas sobre as quais Ária não tinha conhecimento. Sempre que podia sua mãe entrava em contato com ela, contudo algo aconteceu, sua mãe sumiu e ao tentar descobrir informações ela acaba se envolvendo em um problema muito grave, no meio de pessoas perigosas, é enganada e expulsa do núcleo, jogada do lado de fora para morrer. Do lado de fora ela é salva por Peregrine, um homem forte, bonito, caçador, guerreiro, e um olfativo e vidente – o que significa que ele é especial, ele tem a capacidade de sentir cheiros a longas distâncias, se perceber o humor através dos cheiros e ainda tem uma visão aguçada que lhe permite até mesmo enxergar no escuro. Esses são alguns dos talentos que pessoas que vivem do lado podem ter, mutações que ocorreram com o passar dos tempos. Nossos dois personagens têm personalidades fortes e são totalmente humanos. Isso significa que em alguns momentos vocês vão odiá-los, em outros vão amá-los, porque eles erram e acertam. Porque eles fazem coisas que nos conquistam e outras vezes fazem coisas completamente estúpidas, mas não tem nada do que eu ame mais do que personagens com defeitos, porque aqueles perfeitinhos demais são muito irreais. Além deles temos personagens secundários maravilhosos, em especial um casal em cativou: Roar e Liv. Eles se apaixonaram mais não podem ficar juntos por questões envolvendo a sobrevivência da tribo, nada de intriguinhas bobas ou coisas assim que separam o casal, mas sim a vida de uma tribo inteira que pode morrer de fome sem um acordo de casamento vantajoso, o que não inclui a união de Roar e Liv. O livro tem outros personagens muito interessantes, mas não vou me estender sobre eles e acabar revelando spoilers, pois cada personagem sempre contribui com algo significativo.
Voltando ao nosso casal principal, Ária e Perry partem nessa jornada, aceitando trabalhar juntos, apesar dos inconvenientes, já que os objetivos dos dois podem ser alcançados se trabalharem em conjunto. Ária precisa concertar o dispositivo que a re-conectaria com as cidades, e assim ter a chance de descobrir onde sua mãe está, já Perry precisaria desse dispositivo para encontrar Talon, seu sobrinho que foi sequestrado e levado para dentro dos núcleos após a tentativa de Perry de invadir um desses atrás de comida. Eles precisam se aturar e se ajudar para enfrentar os perigos que certamente apareceram em seu caminho, o que eles não esperavam era que no meio de tudo isso pessoas tão diferentes pudessem ter coisas em comum e entre essas coisas um sentimento de atração.
O livro varia entre cenas empolgantes, de lutas, brigas, perseguições, revelações com cenas mais lentas de descanso e reflexões. Contudo, nada no livro se compara ao final, a verdade revelada sobre a pesquisa da mãe de Ária, sobre quem ela é, e as implicações de todas essas descobertas. O livro vai acabando, as páginas vão se tornando escassas e você termina sem acreditar que o livro acabou na melhor parte e você não tem a continuação em mãos.

Continuação:
O próximo livro da série é Through the Ever Night, sem previsão de lançamento no Brasil.

3 comentários:

  1. Olá =).
    Eu tenho esse livro aqui em casa, e isso já tem um tempão, mas ainda não li! Nem lembrava mais que tinha... Mas fico feliz em saber que o livro é bacana, triste é saber que uma autora nacional tem que lançar lá fora pra fazer sucesso.
    Beijos.

    memorias-de-leitura.blogspot.com

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  2. Que interessante, autora nacional, mas realmente uma pena que o reconhecimento é lá fora e não aqui, chega a dar aquela vergonha mesmo. Não conhecia o livro, mas parece ser profundo, a capa é linda e adorei o titulo dele....

    Pri ;*
    http://closettgarden.blogspot.com.br/

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  3. Olá.
    Uh, adorei a resenha. Eu tenho curiosidade em ler esse livro, apesar de distopia não ser o meu gênero favorito, mas espero poder ler e gostar. Fiquei curiosa com esse final ai que você falou, uma pena que ainda não tenha a continuação disponível para você ler. Oremos para chegar logo UAHSUA

    Beijos, Vanessa.
    This Adorable Thing
    http://thisadorablething.blogspot.com.br/

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