O Guardião de Memórias

[muito bom]

Eu recomendo: O Guardião de Memórias

Autora: Kim Edwards

Editora: Sextante

Sinopse:

Durante uma tempestade de neve o Dr. David Henry se vê sem outra opção a não ser realizar o parto de sua mulher. Primeiro nasce seu filho, um lindo menino e logo em seguida uma garota. Contudo Henry percebe que sua filha tem síndrome de down e toma uma decisão que lhe assombrará pelo resto da vida: ele pede a enfermeira Caroline que coloque a menina para adoção. Tocada pelo pequeno bebê ela abandona seu emprego, muda de cidade e decide criá-la como sua filha. Já Henry vê sua família sendo destruída por suas ações, sua mulher que jamais se recupera pela perda da filha que acredita ter morrido no parto e sua culpa que o consome.

Meu cantinho:

Eu li esse livro a muitos anos atrás assim que ele foi lançado. Lembro que na época eu não tinha blog nem o hábito de comprar livros pela internet. Eu entrava na livraria, olhava, folheava e o que me chamasse atenção eu comprava, mas sempre um livro por vez porque na livraria tudo é sempre muito mais caro. Um dia me deparei com esse livro, ele custava quase cinquenta reais, mas corri o risco e valeu o investimento (apesar de que ainda assim senti um aperto no coração quando o vi pela primeira vez sendo vendido a menos de dez reais no Submarino). 

Lembro-me que na época terminei a leitura encantada, mas sem saber exatamente o porque. O livro tem passagens tristes e fortes, cria um suspense, tem cada pequeno detalhe muito bem amarrado, mas não tem nada específico que possa ser apontado como aquilo que me encantou. Ele passa uma sensação de realidade, de possibilidade, é um livro que envolve o leitor até a última página. Achei estranho quando vi que muitas pessoas não gostaram desse livro no skoob e fizeram críticas sobre não ter gostado dos personagens, da trama ou da escrita. Acredito que estamos tão acostumados a situações mirabolantes e inusitadas, personagens surreais, que ler um livro mais realista acaba se tornando enfadonho para alguns.

Pode ser que nesse ponto eu vou acabar sendo repetitiva ou vá apelar para o clichê já que vou dizer o que tudo mundo (que gostou) fala desse livro: ele nos traz uma importante lição sobre nossas escolhas e as consequências de nossos atos. Henry num impulso decide mentir para sua mulher, dizendo que a menina nasceu morta, acreditando que estava fazendo o bem a ela, ao evitar que soubesse que teve uma filha com síndrome de down. Contudo, a ação que ele achou que salvaria sua família acabou destruindo-a. Sua mulher jamais se recupera da perda dessa filha e vive atormentada. A culpa acaba consumindo-o, sabendo o que ele fez sem nunca revelar a verdade. Seu filho fica assombrado, pela ausência dessa irmã e como ela acabou lhe dando um lar em frangalhos. Já Caroline muda toda a sua vida para salvar aquele pequeno bebê e cria-o como se fosse seu. Ela se torna uma excelente mãe, mas com dificuldades extras pela condição especial de sua filha e por sua limitação financeira, coisa que o verdadeiro pai poderia facilmente ter lhe proporcionado. E você se pega torcendo para que Henry mude, para que ele procure sua filha, para que conte a verdade a sua mulher, para que faça o correto. Ao mesmo tempo você fica com medo que ele tome essa atitude, pois o que será de Caroline que criou a menina? Mas nada do que você espera acontece, não de forma mirabolante, mas de forma muito pé no chão, acompanhando todo o restante do livro.

Uma curiosidade que descobri recentemente (mas especificamente escrevendo essa resenha) é que esse livro tem um filme baseado nele, vou procurar para assistir (apesar de ter lido coisas bem negativas sobre ele e que ele não faz jus ao livro) e deixo aqui a indicação para vocês!

Volume único.