Delirium - Episódio Piloto

Eu tinha muita curiosidade em ver o episódio piloto de Delírio. Apesar do final dessa trilogia ter sido um tanto quanto “inacabado”, eu amo demais os livros e a ideia central. Eu queria assistir para entender porque ele foi rejeitado e a sua produção cancelada. Fiquei imaginando que ele deveria ter sido uma adaptação tão ruim quanto foi A seleção (falei sobre os episódios pilotos aqui). Acontece que eu assisti e apesar das pequenas mudanças (que são impossíveis de não acontecer) eu achei a qualidade do episódio muito boa e não entendi porque sua produção não foi aprovada.

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Para que não conhece os livros da Lauren Oliver ela construiu um universo onde o amor é visto como o mal do mundo. As decisões erradas, o impulso, os conflitos, as mortes, é tudo culpa do amor. Cientistas desenvolveram um mudo de inibir esse sentimento e ao completar 18 anos todas as pessoas passam por uma intervenção cirúrgica que elimina a possibilidade da pessoa de amar. Existem algumas poucas pessoas no qual o procedimento não funciona, além disso, existem aqueles que não querem passar pelo procedimento. Eles fogem da cidade, atravessam os muros e passam a viver na selva, sempre com medo de serem capturados, vivendo em condições precárias com recursos escassos.

Lena (interpretada por Emma Roberts) acredita na cura e deseja passar por ela. Sua infância foi repleta de amor, pois sua mãe não foi afetada para cura, contudo, quando ela foi descoberta foi levada embora. Mas Lena entende o quanto aquele sentimento era errado, ela não quer ser marcada como sua mãe, ela quer ser totalmente curada. Eu confesso que essa atriz não se parece fisicamente em nada com a Lena que eu imaginava, mas a atriz é muito boa e seu trabalho foi espetacular. 

As convicções de Lena mudam quando ela conhece Alex (interpretado por Daren Kagasoff) e acaba se apaixonando. Ela a principio acreditava que ele era curado, mas descobre que ele nunca passou pela cirurgia e na verdade faz parte de uma resistência que é contra a cura. Confesso que o Alex da minha mente era muito mais bonito, sem falar que eu não achei a interpretação desse cara muito boa. 

Nesse primeiro episódio já nos é apresentado Julian (interpretado por Gregg Sulkin), personagem que só temos o prazer de conhecer no segundo livro da série. Eu achei o personagem um pouco mais ingênuo, passando uma imagem muito mais fraca. Apesar da sua doença e posição do pai como líder da ASD (um grupo extremista que luta fortemente contra o fim da doença e busca a aniquilação de qualquer resistência) ele sempre mantém uma imagem muito segura de si, que só se quebra para Lena. Além disso, no final do episódio se insinua uma aproxima entre ele e a melhor amiga de Lena, Hana, o que foi muito destoante do livro.

Como no seriado as coisas precisam ser mais dinâmicas, muitas coisas acontecem rápido e acabam soando superficiais. Lena no livro tinha suas convicções muito fortes, foi preciso muito tempo de convivência com Alex para que ela deixasse de fato de acreditar na cura, já no seriado isso acontece em poucos minutos. O mesmo ocorre com o romance deles, apesar de demonstrada a passagem de tempo, não vemos as interações e a lenta aproximação entre os dois. Além disso, eles agem com se Alex estivesse lá por Lena, pois a resistência teria interesse em encontrar o pai dela que fugiu da prisão (no livro quem foge é a mãe), mas na verdade o envolvimento deles se dá pelo acaso. Essa parte foi diferente do livro, mas ainda assim interessante, pois cria um mistério maior em relação aos pais dela. Esse primeiro episódio contempla o primeiro livro, o que me deixou pensando como seria o resto da série. De modo geral eu gostei do episódio, apesar das mudanças e algumas pequenas coisas que não foram do meu agrado. Infelizmente parece que não foi do agrado de todos já que o seriado não foi aprovado, agora é torcer para que um dia seja feito outro piloto ainda melhor que esse e que caia nas graças do público.