Dewey - Um gato entre livros

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[muito bom]

Eu recomendo: Dewey – Um gato entre livros

Autores: Vicky Myron com Bret Witter

Editora: Globo

Sinopse:

O livro conta uma história real. Um filhote de gatinho que foi abandonado, na noite mais fria do ano, na caixa de devolução de livros da biblioteca pública de Spencer. Na manhã seguinte a diretora Vicky encontra Dewey e salva o pequeno gatinho sem saber o quanto ele mudaria sua vida. Vicky que tem enfrentado inúmeros problemas encontra nesse gatinho um amigo para reconfortá-la. Aos poucos Dewey vai conquistando a todos da biblioteca, não apenas Vicky e seus colegas de trabalhos, mas as pessoas que ali freqüentam. Dewey é um gatinho esperto, carinhoso e afetuoso que tem um sexto sentido para identificar quem pode precisar de seu carinho e assim, aos poucos, Dewey entra na vida das pessoas da cidade e muda elas para melhor.

Meu cantinho:

Ultimamente tenho escrito muito aqui sobre livros de vampiros, alguns sobre o Holocausto e em raras exceções sobre outros livros. Fui dar uma olhada na minha recheada estante de livros para ver algum livro de um assunto diferente, percebi que muitos eram de vampiros, ou de sobrenatural em geral, a maioria de ficção, foi quando eu vi Dewey. Li esse livro a muito tempo (na verdade o papel da livraria com a data da compra  que estava dentro dele, mostra que eu adquiri ele em janeiro de 2009), tirei ele da prateleira e ele está novinho, como se tivesse acabado se sair de uma livraria. Percebi (não pelo estado de conservação, já todos os meus livros são muito bem cuidados, a não ser quando amassam no transporte – já que compro mais pela internet do que na livraria nos dias atuais) que eu li Dewey apenas uma vez, e me lembro claramente que ele não é o livro mais “empolgante” do mundo, digo isso porque não tem ação, mistério, assassinato, monstros sobrenaturais, romances ou nada do tipo. Tem um gatinho especial que cativou todo mundo e que por isso ganhou um livro. Lembro claramente de algumas cenas na minha cabeça, e a mais marcante é o modo como Dewey é encontrado, abandonado durante uma noite fria na caixa de devolução de livros, apenas um filhotinho, com os pés queimados do frio tentando ficar encolhidinho para se aquecer. Essa é uma das passagens do livro que eu não vou me esquecer, do ódio que senti quando pensei na pessoa (pensando em palavras leves para descrever ela) horrenda que fez isso com um pobre filhotinho de gatinho, pensei no que aconteceu com a mãe de Dewey, seus possíveis irmãos. Pensei no que poderia ter acontecido se Vicky tivesse demorado muito para recolher os livros e no final triste que ele poderia ter tido. Pensei em tudo isso e percebi como Dewey foi um gatinho forte, e que deveria ter sua história contada para que as outras pessoas pudessem conhecê-lo, saber que às vezes os seres humanos são muito ruins, mas que quando damos uma chance a esses pequenos animais eles sabem nos amar incondicionalmente.

Quando vejo as pessoas falando desse livro a maior reclamação é da dinâmica da leitura, que as vezes pode se tornar enfadonho. Mas Dewey é um gato que vive em uma cidadezinha pacata, ele não enfrenta demônios, desenterra um tesouro, começa a falar, ele é um gato real, que existiu, e que levou a vida que um gato deveria levar. É a história dele que o livro conta, e isso que muitas pessoas não entendem. Ele era carinhoso, manhoso, gostava de tirar sonecas a tarde, a diferença é que fazia isso na biblioteca pública em que morava, e lá ele sabia exatamente em que colo sentar, aquela pessoa que precisava de atenção especial que o Dewey podia dar. Talvez eu seja a pessoa mais suspeita do mundo para falar já que eu simplesmente amo gatos de paixão, mas talvez não, talvez você aprecie a leitura de como esse gatinho que foi largado para morrer, sobreviveu e mudou para melhor a vida de uma cidade inteira.

Volume único.