19 de fevereiro de 2014

Cidades de Papel

[muito bom]

Eu recomendo: Cidades de Papel
Autor: John Green
Editora: Intrínseca

Sinopse:
Quentin e Margo foram amigos quando crianças, eles viveram diversas coisas juntos, inclusive encontraram um cadáver. Entretanto, o tempo foi passando e eles se afastaram e convivem com grupos distintos. Enquanto Margo é uma das populares, que consegue controlar todas as pessoas na escola, Quentin é nerd com amigos bem estranhos, mas ele sempre admirou Margo e tem esse sentimento platônico por ela. Até que um dia, a noite, Margo invade seu quarto pela janela e pede sua ajuda para um plano de vingança contra aqueles que considerava seus amigos e seu namorado que o traiu. Quentin vê sua vida transformada em uma noite pelas loucuras e pegadinhas que Margo planejou, ele acredita que as coisas finalmente vão mudar. O que ele não esperava era que Margo fosse desaparecer, fugir de casa. Ele descobre que não é a primeira vez que ela faz isso, mas como agora é maior de idade não há muito que a polícia pode fazer. Ele também descobre que sempre que foge ela deixa pistas, com o intuito de que alguém se importe e vá encontrá-la. É quando Quentin descobre a primeira pista e saí em busca de Margo. 

Meu cantinho:
Eu gosto muito do John Green, e preciso dizer que esse é outro livro muito bom dele, mas eu tive um sério problema com Margo, não gostei nem um pouco das atitudes, da arrogância dela. Acredito que por conta disso e do final do livro, eu demorei tanto tempo para resenhá-lo (eu li esse livro mais ou menos no meio do ano passado). De todos os trabalhos de John Green esse foi o que menos gostei. Adorei as pegadinhas no começo, Quentin e seus amigos, mas a presença de Margo no final do livro estragou tudo.
Quando crianças Quentin e Margo eram muitos próximos, certa vez encontraram um corpo e Margo decidiu fazer uma investigação para descobrir o que aconteceu. Ele a achava brilhante, e que compartilharam essa experiência que ela não compartilharia com mais ninguém. Depois de adolescentes, cada um seguiu um caminho, Margo em direção a popularidade e ele ficou mais quieto com seus poucos amigos. Ele é um menino correto, comportado, que sempre faz tudo certo, filho de psicólogos, portanto está sempre sendo “analisado” pelos pais (eu que já estudei psicologia achei as partes com os pais dele muito bacanas). Já ela parece dar muita importância a aparência e finge ser algo que não é, apenas para agradar e se encaixar com as outras pessoas.
Quando Margo aparece na sua janela certa noite, vestida de preto e com um plano de vingança, ele volta a ver um lado de Margo que ela não compartilha com ninguém e ele acredita que a conhece como nenhuma outra pessoa. Eles fazem diversas pegadinhas com pessoas que Margo acreditava serem seus amigos, mas que haviam mentido para ela, inclusive o seu namorado que lhe traiu com sua melhor amiga. Tem muitas coisas engraçadas, e Quentin se diverte muito, apesar dos receios e de inclusive fazer algumas coisas que podem lhe causar problemas reais. Ele se sente maravilhado, no dia seguinte ele acredita que tudo será diferente ao lado de Margo, mas ela não vai ao colégio, na verdade ela fugiu de casa. Ela sempre fugia de casa, mas a polícia não pode fazer nada agora devido a maioridade. O que ele descobre é que ela sempre deixa pistas para serem seguidas, que seus familiares nunca conseguiram desvendar. Quentin acredita que a conhece como ninguém e quando vê um cartaz no verso da cortina do quarto dela, e que ela sabia ser possível de ver do seu quarto, ele sabe que é um recado para ele, que ela quer que ele a encontre. Através do cartaz ele acaba chegando a um livro, com trechos marcados de um poema de Walt Whitman. Ele fica simplesmente obcecado e saí em uma jornada que parece quase impossível para chegar até ela. Nesse caminho ele conhece aspectos da Margo que não sabia existir, mostrando que ele não a conhecia tão bem quanto pensava, assim como aos poucos vai tirando a imagem dela do pedestal em que a colocou. Achei que a busca dele começou a ficar cansativa em certo ponto e o final, como disse, foi completamente estragado pela arrogância, imaturidade e insensibilidade de Margo.
Quero abrir um espaço para falar dos outros personagens, os amigos de Quentin. Quando ele fica nessa busca ele acaba perdendo o controle, só pensa nisso, e muitas vezes acha que seus amigos não o compreendem, ou são egoístas, mas não percebe que é ele que só pensa em Margo e na verdade seus amigos são maravilhosos que estão sempre ao seu lado. Radar é um cara muito inteligente, que entende tudo de computadores, e uma curiosidade ao seu respeito, que o faz morrer de vergonha e que me arrancou muitas risadas pelo modo e a situação em que ela aparece, é que seus pais tem uma coleção gigante de papais noéis negros. Mas é uma coleção gigante, eles são muito loucos com isso! Quando comecei a ler o livro Deixe a neve cair, no primeiro conto tem uma personagem que os pais colecionam a cidade de natal Flobie, e são loucos por isso e chegam a ser presos, na mesma hora eu pensei que ela se entenderia bem Radar. Ben é o amigo extremamente engraçado, cheio de piadinhas, que consegue sempre deixar os climas pesados mais leves. Ele é responsável pela maior parte das risadas que o livro me arrancou. Lacey na realidade é amiga de Margo, mas quando percebe que não conhecia tão bem a amiga, que há a suspeita de que ela pode ter cometido suicídio, ela entra na busca de Quentin para descobrir a verdade e se torna amiga dos garotos.
Algumas pessoas compararam esse livro e os personagens a Quem é você, Alasca? Apesar de ter lido esse outro livro, e de fato haver uma busca pelo personagem feminino, que leva a descoberta de quem ela verdadeiramente é, e dessa personagem feminina ser uma chata total, não vi tanta semelhança. Eu gostei muito do final de Alasca, achei as reflexões muito mais profundas. Cidades de Papel traz questões sobre se conhecemos verdadeiramente alguém, e o valor de amigos, mas nada tão intenso e explícito quanto as ponderações que temos em Quem é você, Alasca?
Quanto ao nome do livro não vou explicar tanto para não revelar spoilers, mas é uma ideia muito bacana do autor, que no final ele ainda explica com suas próprias palavras a experiência que viveu e que desencadeou essa ideia.

Volume único.

3 comentários:

  1. O livro que tenho vontade de ler do John Green é "Quem é você Alaska?" não sei se cidades de papel me convenceria.
    Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

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  2. É, vc levou um bom tempo para resenha-lo mesmo, hehe.
    Mas sabe, eu nunca li nada do autor, quer dizer só o Will & Will que foi escrito em parceria, por isto, acho que qualquer livro dele tá valendo para mim, hehe. E sei lá, gosto desta capa, por isto acho que leria numa boa.

    Beijo, Van - Blog do Balaio
    balaiodelivros.blogspot.com.br

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  3. Oii tudo bem ?
    Que blog legal o seu, amei as suas resenhas, vc escreve super bem. Parabens .
    Estava querendo ler algum livro do John Green, todo mundo fala tanto dele e os livros dele tem tanta indicação positiva, que acabei ficando curiosa, mas pelo que li da sua resenha, melhor eu começar por outro livro dele.

    Bjos, Ivana

    http://omundinhoderebecca.blogspot.com.br

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