28 de maio de 2013

Pandemônio

[ótimo]

Eu recomendo: Pandemônio
Autora: Lauren Oliver
Editora: Intrínseca

Delírio:
Pandemônio é o segundo livro da série, se você não leu o primeiro livro Delírio, o texto a seguir pode conter spoilers.

Sinopse: 
Lena sobreviveu, ela não sabe exatamente como, mas continuou andando pela selva, e quando não aguentava mais foi encontrada por outros Inválidos. Ela foi cuidada, e aos poucos foi se aproximando das outras pessoas. A confirmação da morte de Alex foi extremamente dolorosa e difícil de lidar. Ela também foi obrigada a criar uma resistência física que não possuía para poder contribuir e permanecer nesse lugar. Ela vai ficando cada vez mais forte, assim como seu desejo de ajudar, depois de ver como a vida na selva é difícil e como as mentiras na cidade são mortais, ela precisa fazer algo para destruir esse sistema.

Meu cantinho:
Pandemônio foi um livro que me surpreendeu, eu não sabia exatamente o que esperar, mas esperava muito por conta da escrita maravilhosa da autora e ela de fato se superou. O livro é muito envolvente. Delírio acabou daquele modo angustiante, com a morte de Alex, Lena fugindo para Selva e no capítulo seguinte ela está infiltrada pela resistência. Esse segundo livro é construído com capítulos do antes e do depois, sendo que o antes relata a vida de Lena depois da tentativa de fuga, como quase morreu, como foi resgata, as dificuldades que ela e os outros seres humanos que estão do lado de fora da cerca passam. As roupas compartilhadas, o pouco espaço, o trabalho inacabável, a comida escassa, a falta de medicamentos, a morte, o medo e ainda assim uma enorme engenhosidade diante das limitações existentes. Nos capítulos que relatam o depois temos Lena de volta a cidade, do lado de dentro das cercas, trabalhando para a resistência, para os Inválidos. Lena tem por missão se infiltrar na ASD – América sem Deliria, e ficar perto de Julian, filho de um dos principais membros da ASD. Julian é um jovem que devido a um câncer e inúmeras intervenções cirúrgicas foi desaconselhado pelos médicos a fazer a intervenção que eliminaria deliria nervosa, mas ele luta para que a cirurgia seja feita, pois ele acredita ser necessária a intervenção, em pessoas cada vez mais jovens inclusive, pois o risco de morrer é válido se a doença deixar de existir.
Vi algumas pessoas reclamando do formato do livro, o anterior foi apenas o texto corrido e nesse temos intercalados os capítulos. Eu não acho que é apenas firula como alguns dizem, acho que inclusive ficou interessante e cria maiores expectativas no leitor. Porque tem algo muito emocionante acontecendo no antes e outra coisa surpreendente acontecendo no depois, e você quer ler os dois ao mesmo tempo! Apesar de relevar o que seria o passado e o futuro ainda restam pequenas lacunas entre um momento e outro que me perguntou se a autora irá explorar no próximo livro.
Achei o livro repleto de ação, com situações bem amarradas, acho visível o amadurecimento de Lena, e fui muito surpreendida (de um modo positivo) durante a leitura. Tem apenas uma coisa que ouvi falarem mal que eu concordo até certo ponto, ouvi que Lena supera muito facilmente Alex. Não acredito que seja bem isso, acho que ela não sofreu tanto quanto o leitor esperava diante de tudo o que aconteceu e da idealização de amor que muitas vezes construímos. Eu inclusive esperava que ela fosse chorar litros, ficar deprimida, acabada, até seguir em frente por conta dele. Acho que ela sofre, mas de uma maneira muito medida, ela continua levando a vida dela, mas a verdade é que ela não o esquece. Ela pensa muito nele, nas coisas que aprendeu, que viveu ao seu lado, assim como ela permanece viva e continua na selva por conta dele. O estímulo de seguir em frente é Alex, mas acho que as pessoas esperavam uma mocinha mais fraca que iria se desmantelar mais facilmente diante da morte da pessoa amada. 
Já que estou falando de personagens quero abrir um espaço rapidinho para falar de Prego, um Inválido, ele não é um dos focos principais, ele aparece pouco e quase nada é revelado do seu passado, mas ele é um daqueles personagens fodões que não passam despercebidos (tipo o Daryl do The Walking Dead), espero ler mais sobre ele nos próximos livros.
O livro é repleto de cenas extremamente fortes e marcantes. Na selva, uma das cenas que mais me marcou foi quando Graúna, a mulher que resgata Lena e que funciona como uma espécie de líder daquele grupo, diante da morte de um dos integrantes revela seu passado e como foi que parou na Selva. Não tem como ficar indiferente a essa cena. No decorrer do livro temos um momento em que conhecemos um grupo de pessoas que vivem nos esgotos da cidade, são inválidos, filhos que são frutos da deliria, mas em sua maioria são pessoas com alguma deformidade física. Um dos lideres, quando indagado sobre aquele lugar e como foi parar ali conta que se apaixonou, mas que a mulher que amava fez a intervenção, mas ele não foi capaz de fazer a cirurgia pois não podia perder pela segunda vez o amor de sua vida. O modo como ele fala, a simplicidade, a certeza, o que ele enfrentou para poder guardar aquelas lembranças simplesmente derreteu meu coração de manteiga. Mas durante toda a leitura nada me descontrolou como o final do livro. Li muitas pessoas falando que era algo previsível. As vezes sou apenas um pouco lerda, mas a verdade é que o livro toma um rumo tão inesperado, Lena vive coisas tão brutas na selva, e tem tanta ação quando ela está na cidade que eu não poderia imaginar o que aconteceu no final. Eu estou desesperada para ler a continuação (que eu sei que vai demorar a sair) e infelizmente nesse livro nem temos um gostinho do próximo – as vezes é publicado o capítulo 1 do livro seguinte no final do livro anterior, mas isso não aconteceu.

Continuação:
[Atualizado] O próximo livro dessa série é Requiem. Você pode ler a resenha dele clicando aqui.

2 comentários:

  1. Pandemônio foi uma leitura arrastada pra mim e pra ajudar, eu tenho o costume/mania maldita de ler sempre a última página de um livro, e graças a Pandemônio consegui parar com isso, e estraguei a surpresa que viria UIAHUIEIAEI
    Requiem, eu confesso que estou morrendo de medo de ler, porque tenho um amigo - que confio bastante em sua opinião - e ele me disse que é não é um bom desfecho para Trilogia, agora só me resta esperar ;-; AUIEUAE

    Beijos,
    Nathália
    Nova resenha em Livroterapias

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  2. Oi Ju, eu ainda não li o primeiro livro, então só li o último parágrafo da sua resenha. Quero muito ler essa série, e com esses detalhes que você comentou, acredito que a história seja fantástica.

    Beijos

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