Lucy (2014)
Dirigido por Luc Benson
Eu tive um pequeno problema assistindo Lucy: a decepção. Quando eu vi o trailer alguns meses atrás eu esperava um filme repleto de ação, acontece que a maior parte das cenas de ação do filme são as que já foram mostradas no trailer. Portanto, o filme fica mais para uma reflexão do que para um filme ação, sem falar do final um tanto quanto viajado.
Assista ao trailer
Lucy (interpretada por Scarlett Johansson) acaba se envolvendo com um homem imprestável que a coloca em uma enrascada com mafiosos do tráfico internacional. Ela acorda após uma cirurgia onde um pacote com um novo tipo de droga sintética foi colocado dentro do seu corpo e ela, mais alguns homens, precisam atravessar a fronteira para outros países. Eles estão sendo vigiados de perto e tem suas famílias ameaçadas. O acordo é que após ultrapassada a fronteira a droga será retirada e eles podem seguir suas vidas.
Acontece que eles não têm qualquer cuidado com ela e em meio as agressões o pacote de drogas começa a vazar dentro do seu corpo, ela sofre convulsões, tem ataques, até que finalmente para e se vê mais desperta. A droga começa a agir em seu corpo e despertar partes do cérebro então adormecidas. De acordo com o filme, atualmente nós utilizamos apenas 10% da nossa capacidade cerebral, já ela vê sua capacidade aumentando conforme o tempo passa, ao mesmo tempo em que percebe que tem pouco tempo de vida. De uma menina perdida e amedrontada, ela se torna uma mulher capaz e alerta. A cada etapa do filme ela aumenta mais 10% de sua capacidade cerebral, e suas habilidades vão se ampliando. Ela não sente mais dor, é capaz de controlar seu próprio corpo, em seguida é capaz de sentir outros organismos, de controlar outros corpos, acessar a mente das pessoas, mover objetos com a mente.
Acontece que com seu tempo contando – já que a droga está destruindo seu corpo – então ela parte em busca de respostas, que é quando entra em contato com o especialista da área professor Norman (interpretado por Morgan Freeman). Em uma conversa ele diz que o que ela poderia entender como seu objetivo de vida, era passar todo esse conhecimento adiante e é o que ela decide fazer. Primeiro ela vai procurar as outras pessoas que estão carregando a droga, para que possa injetar tudo em seu corpo e expandir sua capacidade cerebral a 100% e de alguma forma entregar todo esse conhecimento acumulado ao professor Norman.
Essa teoria é o mais interessante do filme, quem não gostaria de ampliar suas capacidades e desenvolver novas habilidades. Muitas pessoas dizem ser capazes de ampliar e desenvolver novos sentidos ou capazes de habilidade únicas, mas Lucy vai além de tudo isso. Portanto, como eu disse no começo da resenha, ele deixa de ser um filme de ação para ser um filme para reflexão. Contudo, a tese principal do filme é falha. Assim que comecei a escrever essa resenha fui procurar mais informações e estudos sobre essa tese e descobri que não há uma base científica que assegure a ideia de que o ser humano médio só faz uso de 10% de seu potencial. Na realidade, li que o ser humano usa cada parte do cérebro e ainda li diversas evidências que corroboram para essa afirmação. Caso esteja interessado nessas evidências e em saber um pouco mais sobre isso, você pode ler a pesquisa em que me baseei para escrever essa resenha clicando aqui.
Basicamente o que aconteceu com esse filme foi que eu saí decepcionada da sala de cinema pensando: “é, não foi tudo isso, não era o que eu esperava”, mas ainda assim não saí totalmente decepcionada, pois havia achando muito interessante toda a teoria que o envolvia. Contudo, assim que eu li as pesquisas pra construir essa resenha eu fiquei totalmente decepcionada já que o que o filme propõe não é real.
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