31 de janeiro de 2014

O Livro das Princesas

[bom]

Eu recomendo: O Livro das Princesas
Autoras: Meg Cabot, Paula Pimenta, Lauren Kate e Patrícia Barboza
Editora: Galera

Sinopse:
Duas autoras brasileiras e duas autoras estrangeiras se reúnem nesse livro para fazer a releitura contemporânea de contos de fadas. Meg Cabot adapta a Bela e a Fera para A modelo e o monstro. Uma modelo de coração bom, que trabalha para sustentar a família, e que busca um homem que goste dela não apenas por sua aparência. Ela o encontra em Adam, um homem rico, mas que sofreu um terrível acidente e tem o rosto deformado. Paula Pimenta adapta o conto de Cinderela para Princesa pop, uma jovem que trabalha como DJ, mas que sempre tem que chegar a meia-noite em casa. Em um baile a fantasia ela encontra seu príncipe, mas a madrasta e as irmãs malvadas vão fazer de tudo para impedi-la de ficar com ele. Lauren Kate adapta o conto da Bela Adormecida para Eclipse do Unicórnio, onde a roca de fiar se tornou um unicórnio e o príncipe é um menino do mundo atual. Patrícia Barbosa transforma a história de Rapunzel em Do Alto da Torre, uma jovem que tem uma madrinha super protetora, cabelos compridos, um melhor amigo fofo e um príncipe que não é bem encantado. O livro reúne essas quatro releituras com a abertura na orelha do livro por ninguém menos que Mia Thermopolis do Diário de Princesa.

Meu cantinho:
Eu comprei esse livro sem muita empolgação, como falei quando o mostrei em minha caixinha de correio. Comprei porque compensava colocá-lo no carrinho de correio do que pagar o frete ao tirá-lo. Apesar de tudo ainda fiquei empolgada, afinal, teria um conto da minha adorada Meg Cabot. Entretanto, o conto dela foi bem na média e quem me surpreendeu mesmo foi Paula Pimenta, uma autora da qual nunca tinha lido nada até hoje. Para que vocês entendam vou falar separadamente de cada conto.
Meg é minha querida e eu achava que era o único conto que eu iria gostar, mas não foi bem assim. Seu conto é a adaptação da Bela e Fera, fala sobre uma menina muito bonita, que trabalha como modelo apesar de não gostar da exposição, porque precisa sustentar sua família. Ela tem medo de se envolver e ficou receosa com relacionamentos depois da morte da mãe. Ela está em um cruzeiro, mas a verdade é que veio apenas porque o pai lhe forçou a participar dessa viagem como forma de comemoração pelo novo casamento dele. Ela vai apenas para satisfazê-lo, a verdade é que ela leva um monte de livros para ler durante a viagem (uma rata de biblioteca igual a Bela). Certa noite quando volta do jantar ela é atacada por um homem bêbado e salva por um homem misterioso que ela inclusive já havia visto da sua sacada. Ele a salva mas ela não consegue ver seu rosto pois ele sempre se mantém na sombra. O rapaz tem um rosto deformado por cicatrizes de um acidente e apesar de admirá-la, não espera nada dela por conta de sua terrível aparência. O conto é de certa forma superficial e um tanto bobo, apesar das lições importantes que passam que são os mesmos do conto original: não julgar alguém pela aparência ou posses, mas pela personalidade daquela pessoa. Amar alguém além da aparência. Apesar de tudo, foi uma adaptação interessante até, mas nada excepcional.
Paula Pimenta me surpreendeu totalmente com Princesa Pop, que foi a estória mais longa e a melhor. Ela faz uma adaptação que se prende aos principais pontos de Cinderela, mas na atualidade, e prende completamente o leitor. Cintia vive com a tia depois que seu pai traiu sua mãe (e casou com a megera e ainda cria suas duas filhas) e sua mãe decidiu se afundar no trabalho e aceitar uma proposta para morar no Japão. Ela fala com a mãe todo dia no horário do intervalo no colégio, o único momento possível decorrente do fuso horário e horário de trabalho da mãe que é arqueólogo e está na escavação sem sinal de celular. Acontece que a escola proibiu o uso de celular nas dependências do colégio e o único jeito que ela encontra de resolver isso é entrando em contato com o pai, que é muito influente, já doou dinheiro para o colégio e por isso acredita que ele conseguiria abrir essa exceção para ela. Seu pai aceita resolver o seu problema desde que ela vá a festa de aniversário de 15 anos das filhas gêmeas de sua madrasta. Ela aceita a oferta, já triste, pois além de não gostar da delas, ela tinha um trabalho agendado como DJ nesse dia. Cintia trabalha com DJ aos fins de semana, desde que não afete suas notas e que ela seja liberada a meia-noite, por isso ganhou o apelido de DJ Cinderela. 
Logo ela tem uma surpresa, pois percebe que a festa das gêmeas e a mesma que foi contratada para tocar. Ela bola então um plano para tocar mascarada (já que a festa é temática) e depois se vestir como princesa para que o pai a veja na festa e resolva seu problema. Para trabalhar com DJ ela se veste como a rainha de copas, com um all stars personalizado por sua tia desenhista e para a festa um vestido rosa com sandálias de salto. Enquanto trabalha aparece um rapaz mascarado com quem ela tem uma conversa muito interessante, além de se identificar bastante com ele. Ela fala que tem que ir pois logo a banda vai assumir, e ela crítica muito o cantor Fredy Prince que está para entrar, que é o queridinho de todas as meninas. O que ela percebe quando ele soube ao palco (ela já trocou de figurino) é que o rapaz mascarado e o cantor que ela tanto criticou são a mesma pessoa. Ele chama a misteriosa DJ Cinderela para subir ao palco, mas ela fica com medo, pega sua mochila com seu outro figurino e saí correndo.
No dia seguinte não se fala sobre outra coisa porque Fredy postou nas redes sociais que se encantou com a DJ, que deseja encontrá-la, que acredita que eles viveram algo especial, que eles têm as mesmas ideias e por isso quer conhecê-la melhor. Ele fala que está com seu sapato de cristal e que só entregará para aquela que no dia do seu show aparecer com o outro par. Acontece que a madrastra (que é super má) percebeu que Cintia é a DJ e quer que ela lhe dê o sapato para que Fredy fique com uma das suas filhas e ela ameaça contar para seu pai sobre o emprego, e como ela é menor de idade ele poderia proibi-la. O livro foi muito bom, os encontros e desencontros, a madrasta que dá vontade de matar e um final de conto de fadas.
Eu ainda li uma notícia recente no site da editora que como essa história fez muito sucesso, a autora Paula Pimenta vai resgatar a versão original ampliada e publicar, além disso, ela pretende escrever releituras de outros contos.
A adaptação seguinte é de Lauren Kate, famosa por sua série Fallen. Eu não acho a escrita nem os livros dessa escritora nada de mais, apesar do seu tremendo sucesso, e preciso dizer que esse foi o pior conto de todos. Ela fala sobre Percy, que acabou de levar o pé na bunda da namorada, justo quando tinham programado de irem juntos em uma excursão do colégio para a cidade mais romântica do mundo: Paris. Sua mãe não deixou que desistisse da viagem já que não havia a possibilidade de reembolso. Ele vai todo infeliz e não aproveita nada. Em paralelo temos capítulos que falam de Talia, um princesa que foi abençoada pelos anjos, mas que também recebeu uma maldição, um dia ela se encantaria por um unicórnio e iria morrer (a roca de fiar nunca fez muito sentido, mas essa do unicórnio foi pior), mas o anjo do amor ameniza a maldição, no qual ela não morreria, mais cairia em um sono profundo. Enquanto isso Percy está visitando um castelo, se afasta do grupo, anda por jardins e tropeça, quando se levanta esta em outro mundo, onde se depara com o castelo no qual Talia dorme. A autora não fez nada de muito emocionante nesse conto, e apesar de ter inserido um personagem da atualidade achei a releitura fraca.
Por fim temos Patrícia Barboza com uma adaptação de Rapunzel. Nossa personagem Camila não corta o cabelo a quase três anos, pois quando ficou doente sua tia fez uma promessa de que, caso ela se recuperasse, ela não cortaria os cabelos até fazer 15 anos. Ela diz que vive em uma torre, que na verdade é um apartamento, porque ela se sente uma prisioneira, já que sua tia é muita severa sobre muitas coisas. Ela tem o seu melhor amigo Pedro, um fofo total; uma amiga chamada Priscilla bem fora do convencional, além do cara popular chamado William por quem ela é toda apaixonada. Acontece que um acidente faz com que ela perceba que gosta de Pedro mais do que um amigo e que aquela que ela achava ser seu príncipe na verdade é um falso. A princípio eu achei meio bobo, mas a verdade é que no final temos algumas lições muito boas. Mas assim como o conto da Cabot não foi nada de excepcional.
O livro é voltado para um publico feminino e mais jovem. Recebei críticas quando um rapaz me viu lendo esse livro, mas é óbvio que ele não gostaria de um livro intitulado “O Livro das Princesas”, ainda mais para um público infanto-juvenil. Acredito que para um público mais adequado esse livro possa fazer mais sucesso.

Continuação:
A editora lançou O livro dos vilões, ele possui histórias independentes desse primeiro volume, mas segue a ideia de adaptações de contos antigos.

Um comentário:

  1. Tenho curiosidade de ler algo da Paula Pimenta, mas só por ser brasileira mesmo.
    Eu ADORO releituras de contos de fadas. Acho que leria esse livro fácil, fácil hahahah
    ótima resenha :D
    PS: Vá ler the night huntress e mate sua curiosidade!!! hahaha

    Beijinhos,
    http://www.interacaoliteraria.com/

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