24 de setembro de 2014

O Doador de Memórias

[muito bom]

Eu Recomendo: O Doador de Memórias
Autora: Lois Lowry
Editora: Arqueiro 

Sinopse:
Jonas vive em uma comunidade perfeita. Não há desigualdade, fome, sofrimento, crimes. O conselho trabalhou de forma a estabelecer a ordem, cada cidadão é designado a uma atribuição, a um parceiro, devendo sempre obedecer todas as regras delimitadas. Para se manter essa paz, diversas coisas foram perdidas, como o desejo, sentimentos, a capacidade de amar, as lembranças do passado. Jonas sempre viveu de acordo com as regras e agora irá passar por sua mais importante cerimônia na qual lhe será indicado uma atribuição, uma função que era exercer pelo resto de sua vida. O inesperado acontece quando ele é escolhido para um importante cargo e que há muitos anos não era designado a ninguém: O recebedor de memórias. Jonas passa a receber todas as memórias do passado: guerras, conflitos, fome, mas também arte, músicas, festas, animais, sentimentos, família, amor. Com essas memórias ele deve ser capaz de orientar o conselho sobre situações inusitadas. Contudo, de posse dessas memórias, ele começa a questionar o que é certo e errado e se vale realmente a pena viver sem sentir.

Meu cantinho:
Eu queria muito ler O Doador de Memórias antes de ver o filme no cinema e consegui! Contudo, eu já tinha visto o trailer do filme, o que me deixou cheia de expectativas e hipóteses que não foram atendidas. O trailer passa uma ideia um tanto diferente do que eu encontrei no livro, que é uma leitura bem rápida, leve e fluída, sem tantas tensões e transgressões quanto o trailer me fez supor.
No livro temos essa comunidade ideal. Toda e qualquer diferença de cor, raça, religião, crenças, foram eliminadas. Não há desigualdade, todos moram em residências iguais, possuem os mesmos móveis, os mesmos meios de transporte, as mesmas roupas, recebem a mesma educação, tem as mesmas possibilidades. A vida é extremamente planejada, organizada, pacata. Não há dores, não há guerras, não conflitos, crime, fome, pobreza. Todos são treinados para ter precisão de linguagem, para serem educados, para seguirem as regras, para não mentir nunca. Não há mudanças climáticas, não há datas comemorativas, não há festivais, canções, arte, cores. Tudo é decidido para o cidadão, para que este não cometa erros. Sua profissão lhe é designada, seu parceiro lhe é designado, o mesmo com seus filhos. Em troca de toda essa segurança eles abriram mão de sentir verdadeiramente, de desejar, de amar, de escolher, de se envolver.
Jonas está acostumado a viver dessa forma. Ele tem uma boa convivência com a sua família, compartilha sempre à mesa seus sentimentos do dia, assim como os sonhos que teve. Ele seguiu sempre as regras, foi aplicado, participou dos estágios, passa a tomar os remédios quando esses lhe são designados. Jonas está perto de vivenciar a cerimônia mais importante da sua vida, aquela que receberá do conselho sua atribuição, a carreira que vai exercer pelo resto da sua vida. Contudo, ele está apreensivo já que ele não tem qualquer noção para qual atribuição será designado. Várias pessoas já têm uma ideia geral de onde irão trabalhar, mas ele sempre se dedicou a tudo, mas nunca teve uma afinidade particular com nada. No dia da cerimônia ele espera ansioso para ser chamado, mas seu número é pulado, ele fica assustado, até que depois que todos recebem suas atribuições ele é convocado e diferentemente dos outros ele não é atribuído, mas sim escolhido para uma posição muito especial, o de Recebedor de Memórias. É afirmado que Jonas tem todas as características necessárias e que ele foi escolhido cuidadosamente para que não ocorresse o mesmo erro de dez anos atrás – sobre o qual ninguém fala mais nada.
Ele não sabe o que um Recebedor de Memória faz, mas assim que recebe suas atribuições se surpreende. Ele não pode falar com ninguém sobre o que aprender e sobre seu treinamento, ele não precisa seguir as regras referentes à descortesia, ele pode perguntar o que quiser para qualquer pessoa, ele está autorizado a mentir. Assim que começa seu treinamento com seu mentor ele já se surpreende, seu mentor dispensa as cortesias, os pedidos de desculpas, ele tem móveis diferentes, ele tem livros além daqueles referentes as regras. Ele não sabe o que esperar, seu mentor não sabe como explicar, então ele decide mostrar a Jonas o que ele precisará fazer em seu novo cargo, e como o próprio cargo do mentor muda, já que agora ele é o doador de memórias. O mentor o toca e lhe passa lembranças do passado, sensações, para que este possa ter sabedoria para aconselhar o conselho em relação a coisas inusitadas. Ele começa com memórias boas, neve, um trenó, um banho de sol. Jonas passa a perceber cores, a sentir tudo mais intensamente, a se questionar. Contudo, logo ele aprende que eles não foram privados apenas das coisas boas, mas também coisas ruins, guerra, fome, brigas, desespero, conflitos. Ele quer desistir, mas ele descobre que se fizer isso na realidade ele irá morrer e todas as memórias com ele voltaram para a comunidade. Foi isso o que aconteceu a dez anos atrás, Rosemary foi atribuída a sua mesma função, ela ficou pouco tempo em treinamento e não pode resistir as memórias, pediu para ser dispensada, o caos se instalou na comunidade.
Contudo, Jonas percebe que as coisas não estão corretas, e seu mentor concorda com ele. Juntos eles bolam um plano para que Jonas atravesse a barreira que cerca a comunidade, dessa forma todas as lembranças voltaram para os habitantes, já o mentor ficaria para ajudar as pessoas a lidarem com todos os sentimentos. Essa pequena “revolta” já ocorre nas últimas páginas do livro. O livro é na maior parte tempo explicação sobre como funciona a comunidade e as lembranças que Jonas vai recuperando, a verdade que ele vai descobrindo. Por isso eu disse que criei expectativas quando vi o trailer, já que ele aparentava diversas quebras de regras, uma luta, uma resistência, mas isso não ocorre no livro. Até a fuga de Jonas é de certo modo bem tranquila, com pouquíssimos obstáculos. Ainda assim o livro acaba de um modo que deixa o leitor com expectativas por mais.
Uma pequena observação é que no final do livro tem uma entrevista com a Taylor Swift que faz o papel de Rosemary. Na capa do livro ele dá um destaque para essa entrevista. Acontece que seu personagem é apenas citado no livro, no filme ela tem uma participação de um minuto se muito, achei engraçado fazerem uma entrevista justamente com ela e não com alguns dos personagens principais.

Continuação:
O próximo livro da série é Gathering Blue, parece que a previsão de lançamento no Brasil é para 2015.

4 comentários:

  1. Oi Dudi,
    Menina, eu me perguntei a mesma coisa! Por que raios Taylor Swift foi fazer a entrevista? kkkk Ela praticamente nem importa no livro e muito menos no filme. kkkk
    Essa adaptação pro cinema foi um raro exemplo de um filme que se sobressaiu ao livro. Eu gostei muito dos dois, mas o filme teve um final mais bacana e teve toda uma história entre ele e a Fiona que no livro fica subentendida. É um excelente livro, filme para se pensar. ADORO! <3

    Beijos,
    Mari Siqueira
    http://loveloversblog.blogspot.com

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  2. Oi,
    Quero ler e assistir. Mas é bem capaz que assista primeiro o filme.
    Gostei de sua resenha me deixou mais curiosa.
    Beijos
    Letycia Paixão.

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  3. Oii! Eu quero muito ver o filme, mas quero ler o livro primeiro, mas estou tão sem tempo, que acho que vou acabar vendo o filme primeiro ): hahha
    Adorei a resenha e vou tentar ler ele o mais rápido possível, assim que me organizar melhor!!
    Beeijos, tem post novo no blog,
    http://umlivronaestante.blogspot.com.br/ :D

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  4. Acho que dessa vez é totalmente desnecessário falar que estou interessado nessa história desde sempre, né? Infelizmente o filme já foi lançado e realmente não sei quando vou conseguir conhecer a obra literária, mas uma coisa é certa: o livro deve ser incrível!

    Beijos,
    Ricardo - www.overshockblog.com.br

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