23 de setembro de 2012

Para Sempre


««««««
[regular]

Eu recomendo: Para Sempre
Autores: Kim e Krickitt Carpenter
Editora: Novo Conceito

Sinopse:
Kim e Krickitt estão casados a pouco mais de um ano, durante uma viagem de carro para passar o dia de ação de graças com os pais dela, eles sofrem um terrível acidente de carro que quase mata ambos. Kim fica com graves ferimentos, mas o estado de Krickitt é pior e parece que toda a equipe médica acredita que ela chegou ao seu fim, mas por um milagre seu quadro vai lentamente melhorando, ela acorda e apesar de ser necessário um bom tempo de reabilitação ela vai se recuperando. O problema é que ela sofreu sequelas e acabou perdendo a memória dos últimos anos, o período que corresponde ao tempo em que conheceu, namorou e se casou. Ela não se lembra de Kim, e tentar recuperar sua mulher e lhe dar suporte será um desafio imenso.

Meu cantinho:
Eu estava louca por esse livro depois que vi o filme e como iríamos fazer um amigo secreto no curso de francês eu tive certeza absoluta de que era ele que eu iria pedir. Fiquei super animada por de fato ter ganhado o livro, comecei a ler com uma empolgação enorme, mas logo me desanimei. Continuei me forçando a ler, mas na metade do livro ele voltou para a prateleira. Meses depois eu tomei coragem para pegá-lo novamente e terminar a leitura. Você deve estar se perguntando o que aconteceu, bem, eu havia visto o filme e acontece que o livro estava longe de me prender e me emocionar tanto quanto o filme. O começo foi muito enfadonho, contando a história de como Kim e Krickitt se conheceram, estava longe de ser qualquer coisa romântica e encantadora como foi no filme, nada de cenas divertidas, de surpresas, não me cativou. Ele se encantou pela voz dela no telefone quando pedia camisetas para seu time de beisebol na loja em que ela trabalhava, ele se empolgava quando conseguia falar com ela, eles começaram a conversar, trocaram números de telefone, correspondência (ela morava em outra cidade), havia um interesse de ambas as partes, mas (e aqui começa uma coisa que incomoda o resto do livro todo) ela precisava saber da fé dele pois não poderia continuar se envolvendo com alguém sem fé. Ele fala sobre a fé dele, eles se conhecem pessoalmente, começam a namorar e se casam. Eles estavam felizes juntos até que acontece um acidente, um acidente terrível. O filme não chega nem perto de mostrar o horror que foi esse acidente, no qual não apenas ela, mas também ele se machucou gravemente. Foi nesse momento em que eu larguei o livro. Estava achando muito monótono o relacionamento dos dois até então, e apesar do acidente, de como ele aconteceu ter me chocado muito, o lance da fé acabava me afastando da história. Ele fica falando sobre como o casal que os encontrou orou por eles e como isso foi importante, como milagres aconteceram, que ele ficava com medo dela acordar e ter problemas de memória e não lembrar de deus – ao qual o irmão dela respondeu que o cristianismo estava na alma dela e não podia ser ferido porque a alma é imortal, e coisas assim, eu acho que essa questão de deus, fé e religião é um assunto que me incomoda muito em livros, do qual eu prefiro me manter afastada. Quando voltei a leitura do livro me surpreendi muito com as cenas que se seguiram que falavam deles no hospital, e apesar da questão da fé ainda me incomodando por estar sempre presente acho que fui tocada pela dor de termos alguém que amamos a beira do morte. Quem já teve alguém que se ama num leito de hospital sabe como isso pode ser difícil e eu senti um nó na garganta terrível. Essa parte me surpreendeu muito pois foi algo muito intenso no livro no qual o filme tinha passado batido. No filme a atriz acorda com um corte aqui, um roxo ali e sem a memória dos últimos anos, no livro ambos se machucaram muito, a descrição que ele faz dela na UTI é medonha, o estágio que ela fica quando acorda do coma é muito triste. Eu sequer sabia que isso era um estágio de coma, no qual ela andava, conseguia ter alguns movimentos, falar algumas coisas, responder a certos estímulos, mas não estava ali conscientemente. Esse processo todo de recuperação é muito intenso e doloroso para eles e angustiante para o leitor. Entretanto, também tenho algumas críticas a essa passagem, quando eles sofrem o acidente ele se recusa a receber atendimento além dos primeiros cuidados básicos porque quer saber do estado da esposa e quer que os médicos dediquem sua atenção a esposa e não a ele (acho que um hospital deveria ter médicos o suficiente para atender duas pessoas depois de um acidente grave com qualidade, porque do modo como ele fala parece que se ele fosse atendido não haveria médicos suficientes para cuidar do estado dela). Acontece que ele está em um estado deplorável não pode fazer muito por ela, mas parece que ele não percebe isso. Ela é transferida com urgência em um helicóptero para uma cidade vizinha que pode atendê-la melhor, mas por conta dos médicos e aparelhos não tem espaço para ele. Ele pede alta do hospital mesmo diante da recusa dos médicos e seu pai vai buscá-lo para levá-lo para o hospital em que ela está. Ele estava com o nariz quebrado, a orelha dele quase foi arrancada fora, ele sentia dores terríveis para respirar, mau conseguia andar, quando capotaram e o carro se arrastou, pedaço de vidro do teto solar ficaram nas costas dele que se arrastou junto com o carro, ele chegou nesse hospital e após receber notícias de que a esposa ainda estava sendo atendida pelos médicos aceitou ser tratado. Ele estava com pedaços de vidros nas costas, ele corria o risco de morrer, de não ser possível restaurar sua orelha e nariz e mesmo assim ele viajou para a cidade vizinha apenas para receber notícias da esposa, apenas para ficar na sala de espera. Muito bonito e muito romântico – apesar que não vejo como ele se recusar a receber atendimento e colocar sua vida em risco ajudava ela. Acontece que depois de muitos meses de recuperação de Krickitt, dela sair do centro de recuperação sobre o controle de suas funções motoras indo para a casa dos pais dela, ela ainda não se lembrava dele, ela havia perdido todas as memórias com seu marido e ele decide deixá-la na casa dos pais dela e retornar ao seu emprego porque acha que fez o que podia e que as coisas estavam na mão de deus. Confuso. Quando ele estava sofrendo, acidentado, mau, sendo incapaz de fazer nada por ela, ele se recusa a receber atendimento apenas para ficar na sala de espera. Agora quando ela esta viva, acordada, quando ele pode estar ao lado dela para ajudar em sua recuperação, para ajudá-la a se lembrar ele volta para a cidade dele e deixa nas mãos de deus? Não faz sentido! Ele volta para a cidade dele e faz ligações frequentes, mas mesmo assim não acho coerente. De volta a cidade as pessoas demonstram sua generosidade e arrecadam dinheiro para ajudar os dois, já que ele mesmo fala sobre como já estava se afogando em cobranças por conta das despesas médicas. Acontece que ao invés de usar esse dinheiro nas despesas médicas que seria o lógico, ele usa para viajar toda semana para vê-la (acho que ele deveria ter ficado logo com ela).
Kim relata as dificuldades após o acidente quanto a vida do casal, afinal ela não se recorda de ter conhecido e se casado com ele, ela sofre sérias mudanças na sua personalidade que as vezes a deixa perturbada e agressiva por conta de suas lesões no cérebro (no filme ele tem uma mudança de personalidade porque ela havia passado por grandes mudanças na sua vida – briga com a família, ter largado a faculdade, e ela havia perdido a memória dessas mudanças). Ele quer honrar os votos de casamento de ambos e mesmo não levando mais uma vida de casados ele faz tudo por ela, ele pressiona ela na terapia e nos exercícios porque é o correto para ela, por mais que ela se zangue com sua pressão e muitas vezes acabe por ofendê-lo (o que o magoa muito). Para ela é muito difícil aceitar estar casada com um cara que ela nem conhece, ele chega após um tempo a largar o emprego para se dedicar a ela. E quando esta tudo dando errado e ele afirma que vai deixar o relacionamento dos dois nas mãos de deus, ele procura aconselhamento psicológico e seu médico o ajuda bastante, e em uma sessão na qual Krickitt participa ele fala para ela que ela não se lembra de ter namorado, conhecido e se casado com Kim, o que é extremamente óbvio, mas que para eles parece uma revelação. O psicólogo sugere que ele a reconquiste, construa novas memórias, que namore com a própria esposa. Nesse momento eu me pergunto: eles já haviam voltado a morar juntos, ele já havia largado o emprego para se dedicar exclusivamente a ela, o que diabos eles faziam o dia todo que não saiam, conversavam e tentavam se conhecer?
O final do livro é enfadonho também, ele falando sobre a vida deles na mídia e que essa exposição era boa para que eles fossem usados como exemplos e que eles pudessem mostrar sua fé e coisas do tipo. Chato. Minha conclusão é que esse livro não chega aos pés do filme, a parte do acidente, do hospital e da recuperação dela de fato é muito mais intensa no livro e o filme não retrata um décimo do que se passa entre eles (mas é uma adaptação totalmente diferente, o que se mantém é o fato dela perder a memória do marido em um acidente de carro). Eu achei o livro o começo e o fim intragáveis, com um meio interessante apesar da intensidade religiosa. Deixo aqui minha opinião e vocês decidem se é um livro que os agrada ou não.

Volume único.

5 comentários:

  1. Olá!!

    Também achei o começo do livro um porre, mas a estória é linda, no geral... bem realista e sem muito para enfeitar e fazer um livro bonito...

    Beijos,

    Samantha Monteiro
    Word In My Bag
    http://wordinmybag.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Fiquei interessada nesse livro "Para Sempre". Acabo de comprar o tão falado "50 tons...", mas do que li até agora daria um regular para ele. Você leu esse tal?

    ResponderExcluir
  3. Oi Maria
    eu ainda não li essa série do 50 tons, sei que está fazendo o maior sucesso, está sempre na lista dos mais vendidos, mas não sei porque, não me interessei tanto pela série...
    mas qm sabe uma hr o livro caí na minha mão e eu resenho ele por aqui!
    bjinhus

    ResponderExcluir
  4. Esse livro está causando diferentes opiniões e alguns até dizem que este é aquele "que ou você ama ou você odeia", por isso só lendo para opinar.

    ResponderExcluir
  5. Oi!
    Eu entendo bem seu ponto de vista. A história em si é bonita... É uma história real de amor e fé. Mas a verdade é que Kim não soube narrar. Talvez se fosse contada por outro autor seria mto mais emocionante. Ainda não assisti ao filme, mas me animei ao saber que é melhor que o livro. =)

    BjoO
    Pri
    Entre Fatos e Livros

    ResponderExcluir