17 de setembro de 2014

Invisível

[ótimo]

Eu recomendo: Invisível
Autores: David Levithan e Andrea Cremer
Editora: Galera Junior

Sinopse:
Stephen nasceu invisível, as roupas que ele usa ficam invisíveis com ele, ele não sabe a cor de seus cabelos, o formato de seu rosto, ninguém o vê. Além disso, ele precisa se concentrar para manter seu corpo físico, ser capaz de tocar nas coisas. Ele observa o mundo de fora, está habituado a ficar como figurante: esperar alguém abrir a porta, não falar em público, comprar tudo pela internet. Ele sempre foi invisível e não sabe o porque, mas sabe que há uma maldição – porque entreouviu brigas de seus pais. Acontece que seu pai não aguentou o fardo da invisibilidade e se afastou, já sua mãe sempre cuidou dele, até que recentemente ela faleceu. Agora Stephen está sozinho, habituado a solidão, sobrevive com o dinheiro que seu pai manda. O que ele não esperava era que sua nova vizinha fosse capaz de vê-lo, que ele fosse se apaixonar, que poderia manter seu segredo de invisibilidade dela, que a maldição viria à tona e que todos correriam risco de vida por conta dela.

Meu cantinho:
Invisível é um livro incrível! Eu comecei a ler e nos dois primeiros capítulos eu já estava encantada. Os capítulos têm narração intercalada entre Stephen e Elizabeth. Stephen nasceu invisível, tudo o que ele veste se torna invisível, assim como as coisas que ele carrega. Ele nunca viu os contornos de seu rosto, não sabe como é fisicamente. Ele não sabe como as coisas lhe afetam, o sol machucaria essa pele que ninguém vê? Além da invisibilidade ele precisa se esforçar para manter sua forma sólida, se concentrar para tocar as coisas e ser tocado. Contudo, o único que o toca é sua mãe. Seu pai não suportou esse filho que não pode ver e abandonou a família. Já a mãe tentou sempre demonstrar o amor que sentia por esse filho que nunca pode ver, jamais fugiu, jamais o abandonou e fez o possível para criá-lo de forma que fosse capaz de enfrentar esse mundo, até que ela mesma não resistiu a pressão e morreu. Ele não sabe porque é assim, apenas entreouviu discussões dos pais que falam sobre uma maldição, mas ele nunca soube a verdade de sua condição.
Agora Stephen mora sozinho em um apartamento em Nova York e vive solitário. Ele espera alguém abrir uma porta para entrar, alguém chamar o elevador para que possa ir até seu andar, espera até não ter ninguém no corredor para tirar a chave do bolso e abrir a porta. Seu pai não o procura, mas o sustenta. Tudo o que precisa ele compra na internet, as compras ele pede que sejam deixadas na porta, ele assiste tv, ele passeia no parque, ele observa as pessoas. Certo dia, novos vizinhos se mudam para o andar, ele vê essa menina, carregando sacolas, tentando encontrar a chave do apartamento. Ele espera que ela entre logo para que ele possa tirar a chave do seu bolso e entrar no seu apartamento quando ela se vira para ele e muito mal humorada cobra uma ajuda dele com tudo. E nesse momento o mundo de Stephen muda: alguém de fato o vê! Ele a ajuda com as sacolas acreditando que sua maldição tinha um prazo de validade e que ela venceu, mas não é isso o que acontece. O irmão da garota chamada Elizabeth também não consegue vê-lo e logo ele percebe que ela é a única. Basicamente isso é o que acontece nos dois primeiros capítulos! Logo que comecei a ler sobre Stephen pensei em como David gosta de personagens complexos, singulares e que conquistam o leitor logo de cara – impossível não lembrar de A. em Todo Dia, e sua própria forma de invisibilidade. Além disso, temos os capítulos narrados por Elizabeth e é palpável a diferença de personalidade entre os dois e é maravilhoso poder analisar os acontecimentos pelo ponto de vista de cada um.
Invisível me surpreendeu não só pela singularidade dos personagens, da tristeza da situação, das lições – e acreditem, há muita coisa para se refletir diante de um livro como esse – mas também pela trama. Eu imaginava que o livro tomaria um rumo mais parecido com o outro livro do autor, seguindo uma normalidade dentro desse fato absurdamente surreal. Acontece que o livro toma um rumo voltado para maldições, magias, conjuradores e situações ainda mais inusitadas! E apesar do que alguns podem pensar esse fundo mágico não torna o livro mais infantil ou menos real. Outra coisa inesperada foi o final. Acho que com David (não tirando o crédito da outra autora, mas é que não conheço o trabalho dela) nunca se sabe o que esperar. Mas assim como seu outro livro ele não é um final felizes para sempre, ele é um fim com seu lado bom e seu lado amargo, com possibilidades de melhorar, mas sombras que não foram embora. Um trabalho incrível que indico a todos!

Volume único.

2 comentários:

  1. Ótima indicação! Não conhecia este livro, mas a sinopse e sua percepção da história despertaram um grande interesse em conhecer.

    http://ligadoscinefilos.blogspot.com.br/

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  2. Eu recebi ele essa semana para ler e to bem curiosa, pois não li o outro livro dele. A Andrea eu conheço e adoro a série dela de lobisomens então to bem empolgada. Tomara que eu goste também!!

    Bjs, @dnisin
    www.seja-cult.com

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