8 de fevereiro de 2014

Deixe a neve cair

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[bom]

Eu recomendo: Deixe a neve cair
Autor: Maureen Johnson, John Green e Lauren Myracle
Editora: Rocco

Sinopse:
Em “O Expresso Jubileu”, Jubileu se vê sozinha no Natal após seus pais terem sido presos na sala de exposição da Flobie, a loja que vende peças para a cidade de natal Flobie, numeradas e limitadas. Ela não poderá passar o natal com seu namorado Noah, que nem parece muito desanimado com a notícia. Ela então pega um trem para passar o natal com seus avós que atola na neve. Tudo parece cada vez pior, até que ela conhece Stuart que lhe oferece um lugar para passar o natal. Noah parece cada vez mais distante e Stuart a trata de um modo como seu namorado nunca a tratou. No conto seguinte, “O milagre da torcida de natal” conta como Tobin, JP e Duke (que é uma garota), partem em busca de líderes de torcidas – Duke apenas de batatas assadas, no meio da nevasca. Entretanto, no decorrer da jornada Tobin percebe que seu real interesse não está nas líderes de torcidas, mas sim naquela menina que é sua melhor amiga com quem tanto combina. No último conto intitulado “O santo padroeiro dos porcos” temos Addie sofrendo com o termino do namoro – que ela mesma ocasionou. O que ela não percebe é que para as coisas funcionarem ela precisa mudar, não apenas para ter seu namorado de volta, mas para manter suas amizades e bons relacionamentos, pois tudo o que ela consegue ver é como as coisas lhe afetam, ela não consegue deixar de ser egoísta, achando que o mundo gira ao redor dela.

Meu cantinho:
O livro traz três contos de natal, cada um de um autor, mas todas relacionadas entre si, compartilhando não apenas os espaços, mas também os personagens. É óbvio que eu comprei esse livro por conta do John Green, já que não conhecia as outras autoras, mas me surpreendi muito mais com o conto da Maureen Johnson. Vou falar separadamente de cada um (apesar das histórias se cruzarem) para que vocês entendam o que eu gostei (ou não gostei) em cada um deles.
O primeiro conto é da Maureen Johnson, intitulado “O Expresso Jubileu”. Confesso que ele não me conquistou logo de cara, achei algumas coisas meio infantis, meio forçadas, mas o final foi bonitinho e acabou sendo dos três, o que mais me chamou atenção. No começou pareceu meio viajado, primeiro porque os pais deram o nome da filha de Jubileu por conta de uma peça da cidade de natal Flobie. Os pais são loucos por essa cidade e não sei se consigo entender esse fascínio todo. Então eles saem antes do natal para comprar essa peça nova e não voltam, até que o vizinho dela, que é advogado, aparece falando que seus pais foram presos por tumulto. As peças numeradas e limitadas da cidade Flobie acabaram causando tumulto, já que algumas pessoas estavam guardando lugar na fila, houve uma comoção, e quando a polícia pediu que seus pais saíssem da fila eles se recusaram e foram parar na cadeia. O advogado também aparece com uma passagem de trem comprada, para que ela vá passar o natal com seus avôs, o que significa que ela não vai poder passar o natal com seu namorado Noah. Quando ela liga avisando o que está acontecendo, ele parece se importar muito pouco, logo da para perceber que ele não é um cara bacana. Jubileu gosta de ressaltar todas as qualidades dele, mas a verdade é que ele é do tipo mauricinho perfeitinho, que preza mais a imagem do que qualquer coisa. Fiquei indignada quando ela contou que em um ano de namoro ela não passou mais do que um dia por mês sozinha com ele. Que eles sempre saiam juntos, eram visto juntos, mas em eventos do colégio, jogos, conselhos, entre outras coisas. Ela era mais uma figura para acompanhá-lo do que uma namorada. Então ela saiu nesse trem e nele ela conhece Jeb, uma figura triste que está tentando chegar a tempo de encontrar sua namorada (eu já não gostei dela porque ele disse que ela o traiu – mas que segundo ele não foi culpa dela), e é importunada por um grupo de lideres de torcidas que está indo para um campeonato. Acontece que no meio do caminho seu trem atola e ela decide se arriscar na nevasca para alcançar Waffle House que está ali perto e deve ter aquecimento e comida. Depois que consegue chegar lá aparece Stuart, que teve seu carro atolado na neve enquanto voltava do trabalho. Eles começam a conversar e ele a convida para passar o natal com ele pois sua mãe nunca o perdoaria se ele a deixasse no natal sozinha. Apesar de ele apresentar todos os seus documentos e tentar mostrar que é gente boa, por favor pessoas, na vida real, não saiam para a casa de estranhos no meio de uma nevasca por mais que seja natal e a pessoa pareça gentil, isso só pode acontecer em livros, ok? Na casa de Stuart ela conhece sua mãe e irmã, é rapidamente acolhida e cuidada, o que só faz com que perceba que seu namorado Noah a abandonou. Stuart tenta abrir seus olhos, para que ela perceba que Noah não é bom para, que parece estar tentado evitá-la e que ele não se preocupa verdadeiramente com Jubileu e como Stuart se preocuparia caso ela fosse sua namorada. Achei muito fofo o final desse conto e ainda mais bacana que temos mais um pouco da presença desses dois no último conto do livro.
“O milagre da torcida de natal” de John Green foi o menor texto de todos (e pensar que foi ele quem me motivou a comprar esse livro). Keun, que trabalha na Waffle House (que aparece no conto anterior) liga para seu amigo Tobin e fala que um grupo de líderes de torcidas vai passar a noite lá porque seu trem está atolado na neve. Ele fala que é uma chance única na vida de terem uma líder de torcida para si e que eles (JP e Duke que estão na casa de Tobin) precisam urgente pegar o jogo de Twister (que as meninas querem jogar) e correr para lá, pois os outros funcionários da Waffle House já ligaram para seus amigos e só poderá entrar quem chegar primeiro com o jogo. JP está louco para tentar pegar uma líder de torcida (ele em certo ponto faz um discurso enloquente que me arrancou risadas), apenas Duke (que é uma menina) não parece estar muito animada, mas é convencida a partir nessa aventura para comer as batatas que tanto gosta e que só são servidas na Waffle House. Eles quase são mortos quando o carro morre na subida, sofrem um acidente, tem que enfrentar os outros rapazes que querem chegar na Waffle House antes deles, são cenas divertidas. No meio de todos esses acontecimentos Duke parece estar com ciúmes de Tobin e ele também dela, mas Tobin não sabe se quer arriscar essa amizade por um romance que pode acabar. O livro não foi nada de espetacular como outras obras de John Green, mas me arrancou algumas risadas e teve um final bonitinho.
O último é maior conto é “O santo padroeiro dos porcos” de Lauren Myracle. O livro foi bem escrito e achei interessante porque todos os casais dos outros contos se encontram no final, foi legal ter essa ligação. O problema foi que eu odiei a personagem principal, Addie, a namorada de Jeb. Eu em parte entendo Addie, porque Jeb é do tipo mais quieto, mais na dele, o problema é que isso está em excesso já que ele não se sente confortável de beijá-la em público ou de andar de mãos dadas. Eu não iria suportar esse tipo de coisa! Entretanto, ela vai um pouco além, ela acha que tudo o que ele faz tem que ser voltado para ela, fica querendo mudá-lo (o que nunca dá certo), quer que ele dê demonstrações de amor estilo filmes, que ele esteja disposto a morrer por ela como em Titanic, o que é um absurdo total. Ela e Jeb tiveram uma discussão antes de uma festa, ela então foi, encheu a cara e beijou outro cara. Ela vai contar para Jeb e fala que eles têm que terminar, ele diz que não quer terminar com ela apesar de tudo, e a babaca fala que acabou só para depois se sentir péssima e ficar correndo atrás dele. Ela está arrasada porque mandou um e-mail pedindo um encontro e ele não apareceu (nós sabemos que é porque o trem atolou na neve, mas ela não) ela está enfrentando uma crise, corta o cabelo curto, tinge de rosa, e fica resmungando para as amigas – que tentam mostrar que ela não mudou de verdade (como disse no e-mail para Jeb) e que ela é muito egoísta e esse é seu principal problema. Não é fácil namorar ou ser amiga de alguém que só pensa em si, que não lhe escuta e acha que tudo em sua vida é mais relevante do que na das outras pessoas. Quando a amiga pede que um favor a ela, ela acaba deixando o drama de sua vida tomar conta de tudo e esquece de fazer o que lhe foi pedido. Ela acaba tendo que correr atrás de tudo depois porque acaba se metendo numa enroscada, então do nada, ela tem uma “iluminação” e passa a ser uma pessoa melhor. Achei isso muito batido, acho que ninguém que é do jeito que Addie é muda de uma hora para outra e acho que ela não merece Jeb.
Um último comentário a respeito desse conto é que apesar dele ter porcos na estória, eu sinceramente acho, que ela poderia ter dado um título melhor para o texto.
No geral o livro foi bom, mas nada de extraordinário. Maurren me surpreendeu apesar de algumas coisas fracas. John Green me decepcionou um pouco apesar de ter me arrancado algumas risadas (acho que eu é que não posso esperar que tudo que ele escreva seja do nível de A culpa é das estrelas). Lauren desenvolveu uma personagem irritante, que eu odiei, assim como sua transformação milagrosa. O livro ganha pontos no modo como as história se conectam e por não haver falhas nesse aspecto.

Volume único.

3 comentários:

  1. Johnzinho <3
    Eu estava louca para ler esse livro... mas então vi na saraiva que as folhas eram brancas e acabei desanimando :(
    Quem sabe um dia.


    Beijinhos,
    http://www.interacaoliteraria.com/

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  2. Eu pensei em comprar esse livro por causa do autor, também. Porém, ainda não havia lido nem a sinopse e nem a resenha.
    A sua resenha está ótima, mas o teor do livro não me encantou muito. Eu esperava mais.
    O John é um bom autor: A culpa é das estrelas é lindo. Também não conheço os outros autores.

    M&N | Desbrava(dores) de livros

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  3. Olá.
    Boa resenha. Então, eu não curto muito esses livros de contos, sabe? Sempre acho que são mal desenvolvidos UAHSUAHSUA Mas enfim, eu vou ter que ler esse para saber. Que pena que o conto do Green é pequeno, porque foi ele que motivou sua compra e seria provavelmente o que motivaria a minha UAHSUAHUSA

    Beijos, Vanessa.
    This Adorable Thing

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