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[ótimo]
Eu
recomendo: Claros sinais de Loucura
Autora:
Karen
Harringthon
Editora:
Intrínseca
Sinopse:
Sarah tem onze anos e
sempre muda de cidade quando alguém descobre sobre seu passado. Quando tinha
dois anos, sua mãe decidiu matá-la junto com seu irmão gêmeo e afogou os dois.
Quando o carteiro tocou a campainha ela pediu que ele chamasse a emergência e
apenas Sarah pôde ser salva. Sua mãe hoje vive em um hospital psiquiátrico e
seu pai é um alcoólatra, e sempre que algum novo caso surge semelhante ao da
sua mãe, a mídia revive o caso, e ela e seu pai se vêem obrigados a fugir dos
olhares e críticas. Ela acha que está ficando louca, sua melhor amiga é uma
planta e ela conversa sempre em sua mente com o irmão morto, mas não tem
certeza que é louca e não pode perguntar a ninguém, sem contar que “louca” é
uma palavra-problema para se usar perto do pai. O que ela não sabe é que seu
verão não será tão ruim quanto pensa e que pequenas ações começam a fazer seu
mundo mudar.
Meu
cantinho:
Eu comprei esse livro
por dois motivos: o primeiro foi a curiosidade em relação ao nome, o segundo
foi a comparação constante que vi em redes sociais, desse livro com
Extraordinário. Após a leitura finalizada posso dizer que esses livros têm
pouco em comum, mais o fato de ter como narrador uma criança, que enfrenta
problemas e não gosta da atenção que chama, mas cada um tem problemas muito
distintos um do outro, por isso não achei a comparação tão pertinente. Se fosse
fazer uma comparação, acho que ele é muito mais parecido em alguns aspectos com
Perdão, Leonard Peacock. Pessoas jovens que enfrentam problemas graves,
dificuldade de se relacionar, que encontram a escrita de cartas como uma
escapatória, uma forma de alívio diante de seus problemas, e na figura do professor
alguém que possa lhe ajudar.
Assim que li o
primeiro capítulo sabia que gostaria desse livro e que a leitura, apesar de ter
uma criança de onze anos como narradora, que muitas vezes pode abordar
situações ou ter pensamentos infantis, e que ao trazer o texto a partir do seu
ponto de vista constrói uma leitura leve, ele ainda assim abordaria questões
muito pesadas, diante de todas as coisas que Sarah viveu, e que ainda vive.
Sarah vive com o pai,
mudando constantemente de cidade toda vez que descobrem quem é a mãe dela. Seu
pai muda sempre para cidades pequenas, mas nunca saí do Texas e ela acredita
que é porque é onde seu irmão está enterrado. Ela tem que fazer muitas coisas
para ajudar em casa apesar de ser apenas uma criança, ela tem que esconder seu
passado, aprender a mentir, cuidar do pai que está sempre bebendo, se vê
privada de diversas coisas, não tem uma ajuda feminina para problemas que vão
aparecendo com a idade, quase não tem amigos, ela conversa com o irmão morto e
a única amiga constante em sua vida, com quem pode desabafar tudo é uma planta
– o que ela enxerga como um claro sinal de que vai ficar louca como a mãe.
Sarah está começando
suas férias de verão. Seu pai finalmente vai deixar que ela passe as férias na
cidade, aos cuidados da vizinha adolescente, ao invés de precisar passá-lo com
os avós. Ela vai fazer coisas de meninas, vai ler, vai se apaixonar, vai
conhecer outra vizinha e vai fazer
coisas inusitadas que a fazem creer que é louca. Parece bobo falando desse
modo, mas o livro é muito bom, ver como sua mente funciona, como ela relata os
acontecimentos, é uma leitura cativante. Ela acha que esse será um verão
maravilhoso até que uma mãe mata seu filho o e caso de sua própria mãe começa a
ser relembrado por jornalistas. Ela acaba tendo que fugir para a casa dos avós,
o pai bebe cada vez mais e ela decide finalmente enfrentá-lo, ela se abre com a
avó sobre as coisas que não pode conversar com o pai e decide encarar de frente
sua mãe. O final desse livro é esplêndido, realista, doloroso e tocante.
Creio que eu não fui
capaz de escrever na resenha o quanto esse livro é interessante. É apenas um
simples verão, mas Sarah não é uma menina comum, com um passado comum, e ela
acredita que pode não ter um futuro comum, porque pode herdar a loucura da mãe.
Suas reflexões, ações e o modo de ver o mundo são interessantíssimos, um livro
singular. Recomendo.
Volume
único.
É engraçado como faltam palavras pra gente descrever quando gostamos tanto de um livro né!! Fiquei interessada, vou por ele na minha listinha!!
ResponderExcluirxoxo
http://amigadaleitora.blogspot.com.br/
Não conhecia o livro, mas achei a premissa bem interessante. Pelo que você descreveu, realmente não parece muito com Extraordinário.
ResponderExcluirAdorei a resenha.
M&N | Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de Maio