11 de janeiro de 2015

Kafka para sobrecarregados

[regular]

Eu recomendo: Kafka para sobrecarregados
Autor: Allan Percy
Editora: Sextante

Sinopse:
Nesse livro Allan Percy usa como base frases e trechos das obras escritas por Franz Kafka para auxiliar aquelas pessoas sobrecarregadas, que não conseguem encontrar um equilíbrio na vida. Ele faz também referência a outros estudos, autores, traz pesquisas, contos, parábolas e aforismos que possam contribuir para o entendimento da lição final. Além disso, o autor traz diversas curiosidades da vida de Kafka, uma pequena biografia para quem não conhece muito do autor.

Meu cantinho:
Apesar de eu não achar os livros do Allan Percy nada de extraordinário, ainda acha que em diversos momentos ele trás questões importantes, reflexões, que podem ajudar o leitor. No caso desse livro, ele se foca em ajudar as pessoas a encontrem equilíbrio. Supostamente ele desenvolve esse trabalho destrinchando citações, trechos de obra de Franz Kafka, que estariam cheias de lições para essas pessoas que estão constantemente sobrecarregadas e não conseguem, nas mais diversas áreas da vida, não acumular cargas pesadas.
Contudo, de todos os trabalhos de Allan, eu acredito que esse foi o mais “forçado” de todos. Eu já falei a respeito de trabalhos anteriores dele como Nietsche para estressados e Oscar Wilde para inquietos, e uma das coisas que não gostava nesses trabalhos era quando ele colocava uma citação e parecia interpretá-la de um modo absurdo, e tirava dela uma lição. A impressão que eu tive é que as lições que ele tira das frases de Kafka não tem qualquer relação uma com a outra. Espero que não entendam errado: ele oferece sim lições muito importantes, traz referências, parábolas, curiosidades entre diversas outras coisas através das quais ele auxilia as pessoas a encontrarem equilibro na sua vida. Acontece que ele se propõe a fazer isso utilizando como base textos de Franz Kafka, o que não é o que acontece, já que na maioria dos casos não há qualquer conexão entre a citação e o texto desenvolvido por Allan Percy.
O que eu achei muito interessante no livro, como aconteceu com o último que li dele, foi descobrir um pouco mais sobre o autor no qual ele se baseia. Eu li de Kafka apenas A Metamorfose (que nunca resenhei aqui) e fiquei simplesmente deslumbrada com o trabalho do autor. Allan traz uma pequena biografia da vida dele, além de citar outras curiosidades no decorrer do livro. Quando passei a conhecer um pouco mais sobre a realidade Kafka, percebi que Percy cometeu outro erro: ele caiu em contradição. Ele pegava uma frase do autor, fazia uma referência a sua vida e extraia uma lição, quando de fato Kafka nunca aplicou aquilo para si. Ele era tímido, oprimido pelo pai, viveu diversos problemas e conturbações ao longo da vida e esteve longe de aplicar os ensinamentos de Allan Percy a ela.
A verdade é que esse livro de Allan serve como uma base de orientação para quem tenta se sobrecarregar menos nos diversos setores da vida. Ele é um livro de auto-ajuda, que usa como referência grandes autores apenas para chamar atenção, pois geralmente a frase ou as atitudes em vida desses autores divergem da lição final que ele busca passar.

Volume único.

6 comentários:

  1. Acho muito válido quando você diz que as atitudes dos autores divergem da lição final de suas obras e isso vale para qualquer artista, independente de sua área de atuação. Se antes não diria nomes como Kafka, pelo menos com alguns mais "populares", como músicos, atores e até atletas.
    Sobre a obra em si, nunca tive interesse por nenhum livro do Allan Percy e não é exatamente pelo gênero em si. Acho sim que pode ser uma leitura interessante, mas provavelmente para o momento ideal, quando o livro escolhe o leitor e não o contrário. rsrs

    Beijos,
    Ricardo - www.overshockblog.com.br

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  2. Dudi, ainda não li nada desse autor. Mas achei o tema bem interessante, mesmo com essas coisinhas chatas que você citou. Não sou muito de ler auto-ajuda, acho que livros com histórias podem ajudar muito mais, sabe? Mas também não tenho nada contra. Vou anotar aqui, se um dia eu achar na livraria, acho que compro. ;-)

    Beijocas,
    Carol
    www.pequenajornalista.com.br

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  3. É, as vezes infelizmente os autores acabam pecando em forçar demais algo, tirando assim sua essência. Mas bom, pelo visto mesmo assim a intenção da mensagem que o livro transmite é boa

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br
    Tem resenha nova no blog de "Amor sem limites", vem conferir!

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  4. Olá,
    Eu confesso que esse não é muito meu tipo de leitura, na maioria das vezes eu acho forçado. Mas a proposta dele é mesmo boa e interessante, pensei em muitas pessoas para as quais eu poderia recomendar esse livro, rsrs.
    Beijos.
    Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com

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  5. Gosto de livros que me façam refletir, mas confesso ter um preconceitos com auto ajuda... Eu gosto mais da reflexão em si, e não quando o autor as vezes quer "impor" uma maneira certa de agir... Enfim, não sei se leria, tenho esse receio.

    Bjs
    Amanda Nery
    leituraentreamigas.com.br

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  6. Dudi, nunca li nada dele, mas confesso que não morro de amores pelo gênero.
    Às vezes uma citação é só uma citação, né? Não precisa inventar significados ocultos que nem sequer estavam lá. Isso é coisa que mulher faz com o que os homens falam, hahaha.

    Beijoooos

    www.casosacasoselivros.com

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