30 de janeiro de 2015

O Sal da Vida

[ruim]

Eu recomendo: O sal da vida
Autora: Françoise Héritier 
Editora: Valentina

Sinopse:
Françoise Héritier recebe um cartão de um amigo, extremamente dedicado ao trabalho, que sente que está roubando seu período de férias, como se fosse culpado por descansar. Ela então escreve um carta em resposta, falando do pouco tempo que nos resta para o lazer, e que é preciso viver esse tempo bem, e aproveitar as diversas coisas do dia-a-dia, que são pequenos pontos de felicidade e prazer, que podem ser considerados como “o sal da vida”.

Meu cantinho:
Quando eu comprei esse livro eu estava muito curiosa, eu havia lido diversas coisas positivas, mas ainda assim não sabia bem o que esperar – só sabia que a expectativa estava alta. Quando o livro chegou, eu me assustei um pouco: ele era muito fininho. Até esse momento, era tudo preconceito meu, por achar que um livro fino não poderia ser tão bom, ou se desenvolver tão bem. Quando eu comecei a ler eu achei interessante, a abertura do livro me despertou certa curiosidade, mas conforme e a leitura prosseguia, eu me vi decepcionada, e levei quase duas semanas para ler um livro de cem páginas, com uma fonte gigante e um espaçamento maior ainda.
Quando a autora inicia o livro, ela fala um pouco de como ele surgiu, de que ele seria uma enumeração de coisas boas, que a vida dela poderia não ter tido tantos tormentos e ser muito diferente da vida de outras pessoas pelas diversas possibilidades que ela teve, mas que ainda assim ele raramente abriria para a vida privada dela, e que esse material seria uma coletânea das pequenas coisas do nosso dia-a-dia, da nossa vivência, que seria dariam esse sal a vida. Até esse momento eu não estava tão empolgada, mas é no trecho seguinte que a autora me captura e fez crescer a expectativa em mim. Ela começa a escrever essa carta em resposta a um cartão que recebeu, de um senhor muito esforçado e dedicado ao trabalho, que sente estar “roubando suas férias”. Ela começa então a falar, diante da expectativa de vida dos franceses, quanto tempo gastamos com higiene, com trabalho, dormindo, com tratamento de saúde, transporte, comendo, realizando serviços domésticos, entre outros, e de que o tempo nosso para lazer, se divertir, ir ao teatro, cinema, ler um bom livro, viajar, criar, namorar é de apenas 1h30 por dia durante o período considerado economicamente ativo da vida. Então você se da conta de que é preciso aproveitar e valorizar esse pouco tempo que se tem, e fazer o que se ama, o que se gosta.
Passado esse trecho que me conquistou, ela inicia o restante do livro com datas e geralmente um parágrafo que se estende até quatro folhas no qual ela escreve sem pausas sobre coisas que acredita ser o “sal da vida”. Acontece que eu achei um livro muito pessoal, e muito significativo para a autora, que sabe o quanto cada uma daquelas pequenas coisas tem peso em sua vida. Por mais que ela tenha dito que sua vida privada não estaria presente, ela está sim ali. E como eu disse anteriormente, ela teve uma vida privilegiada, por conta disso, as inúmeras referências a países e culturas diferentes soam irreais para alguns. Além disso, ela faz muita referência a autores, obras literárias, atores, filmes que eu não conheço, portanto havia passagens longas que não faziam qualquer sentido para mim.
Houve um ou dois momentos em que ao ler algo que ela escreveu eu fiz uma ligação com vivências pessoais minhas. Ela falava de bater corda na infância e eu me lembrei como brincava com elástico no colégio. Fora isso, o texto dela foi apenas uma coletânea extensa de vivências da autora. Portanto quanto você se depara com trechos como (abri o livro de forma aleatória e copiei): “ganhar um pote de marrom-glacê, ter visto Edwige Fuillère e Jean Marais, que poderia ter ficado ridículo num culote de camurça e suspensórios, mas que não ficou, em Águia com Duas Cabeças, de Cocteau, no Teatro Hébertot, ter colhido narcisos no interior da França, ter sentido o cheiro forte de um bode, ter contemplado durante horas as duas cromolitografias clássicas de Idades da Vida (...)”, eu ficada enfadada, e segui a leitura por pura obrigação.
Talvez, se o leitor tiver uma vida parecida com a autora ele consiga fazer mais associações com a sua própria vida, e relembrar coisas até então esquecidas, e viver momentos de nostalgia. Mas para mim, foi apenas uma leitura vazia, finalizada por obrigação.

Volume único.

11 comentários:

  1. Oi Ju, que pena que o livro não te encantou. Vi muitos comentários de pessoas que adoraram a história, e eu tinha a impressão de que ficaria fascinada também, mas se for isso mesmo que você descreveu, acho que encheria meu saco também! rsrsrs
    Beijos

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  2. Oi Dudi, poxa que decepção heim. Entendo bem como é ler um livro fininho por semanas. É horrível isso. As vezes encontramos livros com propostas tão boas, mas acabamos nos decepcionando tremendamente com o livro. É chato isso.
    Creio que se eu o lesse eu também me entediaria, ou a história é boa ou não é. Não tem disso de considerar editora, autor, capa ou sinopse. Temos que focar mesmo no conteúdo e se não te agradou, duvido muito que agradaria a mim, que sou cheia de cisma, rsrs
    Beijão, obrigada pela visita maravilhosa no me blog!
    Taynara Freitas
    http://blogeternoencanto.blogspot.com.br/

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  3. Oi Dudi,
    Não conhecia esse livro, achei a capa tão linda e por ser fino parece ser leitura de um dia, né.. mas uma pena que não foi.
    Confesso que tive o mesmo problema que você, com 'As Vantagens de Ser Invisível, eu até gostei de tudo que o livro envolve, mas não dá pra ler de uma vez, apesar das cem páginas, fonte grande e tals haha

    bjs e tenha ótimo final de semana
    Nana - Obsession Valley

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  4. Pelo que você descreveu me lembrou um pouco "Ser feliz é assim", com a diferença que é o que dá sal na vida ~dela~, então é beem provável que o leitor não se toque tanto quanto ela g-g e essa capa também é meio vazia né, distante do contexto do livro, sei lá :(

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br/
    Tem post novo no blog sobre Readgeek, vem descobrir o que é!

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  5. Olá,
    Nossa, eu realmente esperava uma resenha positiva, sempre li comentários bons sobre ele, não esperava que sua opinião fosse negativa. Mas confesso que pelo que você disse eu não iria curtir a obra também!
    Beijos.
    Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com

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  6. Olá! Não conhecia a obra e pela sua resenha não é o tipo de livro que eu vá querer ler. Não me chama nem um pouco a atenção, eu se fosse você teria parado muito antes da metade kkk

    Beijinhos,

    Bia - Blog Escrevendo Mundos

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  7. Oi Dudi, estou eu aqui novamente, sabe que de todas as blogueiras que interajo, você é uma das quais eu mais admiro? Por isso, te indiquei numa tag super fofa, lá no blog, espero que responda, eu iria gostar muito se participasse.
    Beijão, to te esperando heim!
    Taynara Freitas
    http://blogeternoencanto.blogspot.com.br/2015/02/tag-liebster-award-2015.html

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  8. Oie Dudi =)

    Eu gostei do livro. Acho que consegui entender a intenção da autora ao escreve-lo. Tipo em minha opinião tudo o que ela relatou é o que fez e faz a vida dela valer a pena e por esse motivo ela convida o leitor a refletir sobre isso tb.
    Pode ser que eu na época viajei na minha conclusão rs..., mas eu consegui aproveitar bem a leitura.

    Beijos;***

    Ane Reis.
    mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
    @mydearlibrary


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  9. Ooi, Dudizoca!
    Eu quero ler esse livro, vejo muitos comentários positivos.
    Parece ser mesmo muito pessoal, mas vai que eu me identifico?
    Não tenho preconceito contra livros fininhos, hehe, ainda mais se tiver uma capa linda assim.

    Acabei de ver que eu não seguia o blog. Sacrilégio! Hahaha. Como assiiiiiiiiiiiiim?

    Beijoooos

    www.casosacasoselivros.com

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  10. Olá
    não conhecia este livro, fiquei encantada.
    Já foi para a minha lista.
    Adorei a sua resenha, obrigada por compartilhar.
    Beijos
    www.estilogisele.com.br

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  11. Acho que por não ter uma expectativa muito grande em relação a esse livro acabei aproveitando mais do que você. Arrisco dizer que foi minha leitura mais rápida até hoje, apesar de a diagramação ter ajudado muito para que isso acontecesse. :x
    Como você disse, o leitor com uma vida parecida com a da autora pode aproveitar mais, no entanto eu conclui a leitura e logo na sequência passei a escrever o sal da minha própria vida, o que achei uma experiência muito interessante. Talvez até mais interessante que a própria leitura.

    Beijos,
    Ricardo - www.overshockblog.com.br

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